A Maldição De Al Simhara

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Olá, crianças! (tá eu sei q vcs não são bem crianças...)
Estou de volta com mais uma história nesse universo que adoramos! Não sabe do que estou falando? Então vai correndo ler Um Conto De StrangerVille , eu espero...
Ok, agora que você está preparado: Divirta-se com o primeiro de muitos capítulos! :)

Capítulo 1

Um par de mãos abriu as cortinas brancas, revelando através da grande janela uma magnifica paisagem desértica, onde ao longe era possível avistar três pirâmides bastante próximas, cuja magnitude se tornava de impossível contemplação daquela distância. Descendo a visão, era possível ver um lindo rio cercado por vegetação escassa, embora se comparada ao resto da paisagem parecesse abundante. E seguindo por esse caminho, era possível ver casas muito simples, em geral de pedra, que para alguns podiam até ser consideradas desagradáveis, pela pintura gasta e sinais de reboco. Era até mesmo possível ver o famoso mercado de Al Simhara, tão abarrotado de pessoas, embora fosse ainda muito cedo. Quando o avistou, Alix Hulick não conseguiu conter um sorriso empolgado. Abriu a janela e debruçou-se sobre o peitoril, sentindo o ar abafado invadir o quarto e ir incomodar Jack Kirby, que se moveu inquietamente na cama, procurando desviar do sol que pretendia despertá-lo. Descontente com a reação do soldado, Alix saltou sobre a cama e pôs-se a sacudi-lo pelos ombros, dizendo saber que ele já estava acordado e que não tentasse fingir o contrário. Jack, ainda sonolento, não abriu os olhos e limitou-se a responder aos resmungos.

– Não seja preguiçoso, Soldado! – repreendeu Alix, aborrecida. Argumentava que não planejaram aquela viagem por tanto tempo para simplesmente passarem o dia trancafiados no quarto. Aliás, Jack estava grato por terem um quarto em um hotel, afinal se tivessem seguido o plano impulsivo da botânica, que consistia em largar tudo e simplesmente partir para a aventura, provavelmente teriam acabado em uma barraca, com outros tantos aventureiros falidos em um camping. Felizmente os planos meticulosos de Jack foram ouvidos e os meses de economia valeram a pena. Seus dias de vender janelas para pagar contas estavam no passado, mas o desejo de Alix por aventuras ainda estava muito vivo e não os deixaria tão cedo.

– Botânica – chamou Jack, abrindo os olhos e virando-se para ela –, preciso lhe ensinar a definição de “férias” – disse casmurro. Alix bufou.

– Quer dizer que planeja de fato passar o dia inteiro enterrado nessa cama? – por mais que Alix parecesse incomodada com sua atitude, Jack sorriu e a segurou pela cintura.

– Planejo uma infinidade de coisas – disse derrubando-a na cama. Tentou beija-la, mas como Alix desviasse para se levantar, acabou acertando o travesseiro. De pé, a botânica disse a ele que não lhe esperaria e que iria se aventurar sozinha pela cidade. Como ultimamente andava mais irritável do que o normal, Jack não se surpreendeu com sua reação e não tentou impedi-la, afinal já a conhecia bem o bastante para saber que não mudaria de ideia, ou que pretendesse atiça-lo a segui-la, afinal sua frase tinha como único objetivo comunica-lo. Não eram assim tão contrários, acontece que cada um tinha seu tempo. Alix sabia que Jack jamais abandonaria seus momentos de preguiça e relaxamento, ou que fosse apressar-se e agir impulsivamente. E Jack sabia que não se prende uma criatura tão livre. Ambos sabiam que se encontrariam mais tarde, com o humor renovado, e partilhariam suas aventuras divergentes, acabando por decidirem se unir nas próximas. A verdade era que Jack apreciava tanto a calmaria, quanto Alix apreciava a procura pela tempestade. Isso, refletiu Jack mirando o teto com as mãos atrás da cabeça, supreendentemente era o que os mantinha em sintonia e, na verdade, lhe alegrava, embora não estivesse disposto a contar a Alix e arriscar que usasse isso contra sua tão adorada preguiça casual. Alix, por sua vez, já sabia, mas não estava disposta a deixar que percebesse, pois não gostaria de perder o prazer de voltar a ele com uma aventura e vê-lo tentar conter sua empolgação ao tentar parecer protetor e responsável.

O dia de Alix, como prometido, seria repleto de aventuras e terrores, muito embora ela não tenha tido tempo de voltar a Jack para lhe incluir nesta. Visitara o tão sonhado mercado onde conheceu todo o tipo de pessoas, entre eles um aventureiro estrangeiro que lhe contou as mais fantásticas histórias sobre suas viagens e os perigos que enfrentara ao explorar as tumbas de Shang Simla, chegou até a confessar a Alix um problema que tinha com ursos, os piores inimigos que já enfrentara, muito embora clamasse ter enfrentado as mais terríveis criaturas sobrenaturais. Bem, Alix não perdeu a chance de gabar-se pela derrota da Mãe Planta em StrangerVille, mas mesmo que aquela história não fosse tão antiga, já havia deixado as mentes dos próprios cidadãos cuja sanidade deviam a Alix e Jack. E o aventureiro, embora fingisse surpresa e fascinação, não pareceu realmente acreditar em Alix, que na verdade não lhe acreditava tampouco, embora pretendesse seguir seu conselho de itinerário.

Não chegou a visitar as três grandes pirâmides, pois considerava aquele um destino fascinante demais para aproveitar sem o companheiro, e se contentou em observar de longe, decidindo visitar apenas as atrações daquele lado do rio. O último ponto que visitou não foi final por escolha, mas por acaso. Decidira ir até o camping, guiada por uma aventureira muito gentil que lhe contara sobre uma mina que havia no camping onde estava passando as noites, contando que mesmo os mais bravos aventureiros, seus companheiros, não foram capazes de explorar completamente. Alix não tinha qualquer intenção de meter-se em minas tenebrosas completamente sozinha, mas sua compaixão falou mais alto quando ela encontrou, às cercas da mina, uma garotinha chorando. Naquele momento, Alix ouvia uma intrigante história sobre as perigosas armadilhas da mina, mas deixou de escutar as partes mais importantes quando decidiu ir até a criança e lhe perguntar o motivo de sua desolação.

– Imsety roubou meu ursinho – disse entre soluços –, e o escondeu dentro da mina – e, pondo-se a secar as lágrimas, acrescentou: – Não sou corajosa o bastante para ir busca-lo, e os aventureiros daqui não aceitam trabalhos sem pagamento. – Alix ficou de coração partido. Olhou em volta à procura de um aventureiro que pudesse convencer a atender o pedido da criança, mas todos ou desviavam o olhar ou lhe fitavam com caras feias que a faziam teme-los mais do que a mina cercada por rochas e avisos de perigo que observava através do arame da cerca. Trêmula de assombro, Alix levantou-se, perguntando o nome da criança, enquanto observava a entrada da mina.

– Satis – murmurou, como se o memorizasse. E sorriu confiante ao dizer: – Meu nome é Alix Hulick, mãe de gatos, botânica e prestes a encontrar seu ursinho e trazê-lo de volta em segurança – brincou, embora a ideia lhe apavorasse.

Comentários

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    priscamelo77priscamelo77 Posts: 179 Member
    OMG!!! Alix e Jack estão de volta!!!! Uhuuuulllllll!!!! 🎉🔝🥰❤

    Já o q??? Já amei né!!!!
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH! Meu casal preferido com uma das minhas EPs preferidas do TS3! Eu tô no céu, minha gente?
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @priscamelo77 e @pmattos , como sempre é um prazer ter minhas leitoras favoritas me acompanhando em mais uma aventura, espero que gostem dessa tb :)

    Capítulo 2

    Havia uma abertura no arame, por onde Alix passou sem conseguir evitar pelo menos um arranhão no ombro, um corte no vestido novo e a lembrança de quando invadira o laboratório de StrangerVille. A entrada da mina era bloqueada por tábuas um tanto soltas e algumas removidas pelos aventureiros anteriores, deixadas escoradas nas rochas. Através das brechas, Alix não era capaz de ver coisa alguma, pois a mina não possuía qualquer iluminação. Por precaução, a botânica decidiu ilumina-la com a lanterna do smartphone, pelo menos para certificar-se de que não havia lá dentro algum urso ou gás roxo que a fizesse falar de trás para frente. Como o lugar parecia até relativamente seguro, Alix passou facilmente por entre a brecha mais larga e deu início a exploração. Não precisou avançar muito para chegar ao fim da linha: um enorme buraco no chão, onde uma escada velha e muito deteriorada a convidava a descer, mas Alix não o fez imediatamente, pois percebeu que a mesma parecia preste a destruir-se com seu peso. Mas como sentia o olhar esperançoso da criança sobre si, tomou coragem e prosseguiu. Como esperado, pelo menos um dos degraus se quebrou, quase resultando na queda de Alix. Não havia problema, pois era possível subir sem precisar daquele degrau específico.

    Alix parou um segundo para respirar aliviada e pegar de volta o smartphone para iluminar o novo caminho, mas antes que pudesse fazê-lo, acabou por voltar a atenção para a escada, de onde ouviu ruídos de madeira quebrando-se e uma voz familiar. Alix não podia enxergar coisa alguma, mas ainda foi capaz de amortecer a queda de Satis, quem ela falhou em notar que a seguira, muito embora tivesse pedido que esperasse do lado de fora, um segundo antes de passar pela cerca.

    – Satis! – exclamou Alix, preocupada. – Machucou-se? – perguntou assustada, procurando sinais de injúria na criança, embora se esquecesse de iluminar para poder enxerga-los. De início não se lembrou de repreender a criança pela desobediência, e ao ouvir da criança que estava ilesa, lançou à escada um olhar preocupado. Não havia como sair por ali, uma vez que pelo menos metade dos degraus se foram. Quando Alix decidiu ligar a lanterna, passaram pelo primeiro pavor: uma revoada de morcegos que, incomodados com a luz, decidiram deixar a mina por onde Alix e Satis entraram, despertando alguma inveja da parte de Alix que, após o grito de espanto, iluminou a escada a fim de confirmar seus temores. Aquela saída estava definitivamente perdida e elas precisariam encontrar uma nova, afinal seus gritos por socorro não pareceram alcançar os aventureiros lá fora. – Está tudo bem – falou Alix, procurando ser otimista, embora por dentro não tivesse o sentimento. Levantou-se e ajudou a criança a se erguer, limpando suas roupas. – Podemos encontrar uma outra saída, enquanto procuramos também pelo seu ursinho. Tenho certeza de que, se não a encontrarmos, voltaremos e conseguiremos ajuda para sair – a criança, por sorte, pareceu acreditar mais que a própria Alix, e segurou sua mão quando a botânica a ofereceu.

    As duas avançaram cautelosamente por alguns minutos. A passagem não era muito estreita por si só, mas por objetos e destroços que encontravam pelo caminho. Alguns deixados pelos aventureiros anteriores, outros de tempos muito mais distantes. A primeira dificuldade foi equilibrarem-se em uma tábua não muito larga que fora posta como ponte em uma parte onde um desabamento ocorrera, causando um enorme buraco no chão, onde nem mesmo a lanterna de Alix foi capaz de dissipar a escuridão e revelar o que havia no fundo, e nenhuma das duas soube se os grunhidos e sussurros eram reais ou fruto do medo. Mais à frente perderam as esperanças ao depararem-se com uma cortina de fogo, vinda de buracos no chão impedindo seu avanço. Alix decidiu que a melhor opção era voltar e continuar a gritar por ajuda, lamentando decepcionar a criança quanto à missão que se dispôs a cumprir, mas Satis não teve tempo de acompanhar o lamento de Alix, uma vez que havia encontrado entre as rochas um buraco muito mal escondido. Alix o verificou, iluminando-o com a lanterna e percebendo que havia lá dentro uma alavanca. Sua impulsividade não lhe permitiu pensar que a alavanca podia estar conectada a algo dez vezes pior que o fogo e, assim, Alix enfiou a mão no buraco e, com dificuldade, conseguiu puxar a alavanca, acionando um mecanismo que fechou os buracos por onde passava o fogo, liberando a passagem.

    A comemoração foi interrompida pela dor que Alix sentiu ao tirar o braço do buraco, sendo ferida por alguma coisa que o medo identificou como garras, e que causou em seu braço dois cortes finos e um largo, cujo sangramento ela precisou conter com um pedaço do vestido, pensando em como Jack ficaria aborrecido ao ver seu estado, dizendo que deveria ter, no mínimo, esperado por ele. Essa preocupação, no entanto, não durou muito, afinal quando a cortina de fogo desapareceu, revelou um magnifico salão iluminado por chamas que saíam dos buracos que foram abertos pela alavanca, e que não tinham outra função senão a iluminação. Em algumas partes o chão rochoso estava rachado, em outras haviam profundos buracos. Em um canto isolado, havia um baú convidando Alix a vasculha-lo e, para isso, ela precisou saltar por uma perigosa fenda. Abriu-o com dificuldade, visto que era feito de pedra, e encontrou apenas um estranho pedaço de pedra em formato de lua crescente. Pegou-o e o analisou com curiosidade, preferindo atira-lo do outro lado da fenda, visto que era um tanto pesado. E antes de saltar de volta, teve sua atenção voltada para uma pasta de arquivo abandonada atrás do baú. Nessa, lia-se o nome Farid Kamel, junto de um aviso para que o arquivo fosse entregue a ele, caso encontrado. Alix pegou-o e saltou sobre a fenda, juntando-se a Satis e pronta para descobrir se a pedra encaixaria no dispositivo que a criança encontrara e, mais ainda, que perigos lhe aguardavam do outro lado da passagem.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Eu to atrasadaaaaaaaaaaa! Ontem foi aniversário da minha mãe e fiquei o dia todo fora!
    Mas xegay e amei o episódio. Acredito que Jack a essa altura já deve estar escavando buracos por toda Al Simhara atrás de Alix!
    Roí minhas unhas, agora é aguardar pra ver. Tem que ter uma saída, pelamor!
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member
    pmattos escreveu: »
    Acredito que Jack a essa altura já deve estar escavando buracos por toda Al Simhara atrás de Alix!

    kkkkkkkk será?
    btw parabéns (atrasado) pra mamãe @pmattos :)

    Capítulo 3 (atrasou, mas saiu kk)

    Com alguma dificuldade, Alix ergueu a pesada pedra da lua e a encaixou no dispositivo, que com um estrondoso ruído revelou uma parede solta entre os suportes de madeira que compunham o salão. Este em especial parecia prestes a girar, abrindo uma passagem. Alix e Satis observaram maravilhadas, ansiando por sair daquele lugar úmido e abafado, onde os odores fortes produziam em Alix tanta repulsa que a botânica se sentiu prestes a vomitar durante todo o tempo em que explorava. No entanto, a parede moveu-se muito pouco, emperrando. O barulho que fazia ao ir e voltar se tornava cada vez mais desagradável e ensurdecedor. E, de início, a única ideia que ocorreu a Alix foi tentar empurra-la com a própria força, sendo ajudada pela criança, mas como não possuíam muita, o exercício fez apenas deixa-las exaustas. Ofegante, Alix sentou-se no chão, perguntando-se o porquê de estar se cansando tão mais facilmente ultimamente, deduzindo que afinal deveria fazer mais exercícios, embora não pretendesse seguir o próprio conselho. Enquanto recuperava a energia, Alix pôs-se a observar a parede falsa. Agora podia ver claramente as marcas ao redor dessa, formando um grande retângulo. Perguntava-se como funcionava o mecanismo que a fazia girar e decidiu que provavelmente havia um eixo concreto. For fim, levantou-se e analisou o meio da parede falsa, finalmente notando uma estranha substância sólida no chão, grudada a parede.

    Alix bem tentou livrar-se da substancia com pedras que encontrou por perto, mas falhou e bufou, aborrecida e esgotada. Foi Satis quem encontrou uma picareta e chamou a atenção de Alix, afinal tentara levar o objeto pesado até a botânica, sem sucesso. Esta foi até a criança elogiando-a por seu achado, pegou a picareta e, usando toda sua força, começou a destruir a substância, com grandes pausas para recuperar as energias. Quando terminou, afastou-se levando consigo Satis, enquanto a passagem se abria diante de seus olhos, revelando um largo corredor formado com mais suportes de madeira – que pareciam paredes –, do que rochas. Ali já não havia mais dispositivos misteriosos que iluminassem o caminho. Alix e Satis o atravessaram temerosas e de mãos dadas, mas a precaução as abandonou quando iluminaram um esqueleto quase completo abraçado a um coelho de geladeira rosa. As duas gritaram e correram até o fim do corredor, passando por uma armadilha que lhes cuspiu fogo e não as alcançou por pouco. Pararam à frente de uma passagem escura com hastes de madeira, bloqueada por uma vagoneta enferrujada e sem rodas, cheia de pedras. Alix sentia-se à beira de um colapso nervoso, mas procurou se acalmar e não deixar que a criança se desesperasse ao notar seu pânico.

    Cuidou de ajudar Satis a passar por sobre a vagoneta, não sem antes iluminar o caminho adiante para certificar-se de que estaria segura. Depois passou ela própria, rasgando o vestido em pelo menos mais uma parte e perguntando-se se ao fim da viagem seria obrigada a renovar seu guarda-roupa, afinal previa aquele tipo de exploração se repetindo a cada dia que passasse em Al Simhara. Talvez devesse seguir os planos pacatos de Jack no fim das contas. O pensamento logo abandonou sua mente, afinal dali não demorou para avistares um feixe de luz que só podia ser obra do sol escaldante de Al Simhara. Após subirem uma ladeira pouco íngreme, mas perigosa por causa das pedras soltas, conseguiram alcançar a outra entrada da mina. Alix conseguiu facilmente remover as tábuas para abrir caminho, pois os pregos estavam misteriosamente frouxos. Já ia lamentando o fracasso da missão – embora estivesse aliviada por sentir novamente o ar quente soprar-lhe os cabelos castanhos do lado de fora da mina –, quando Satis exclamou alegremente ao encontrar seu ursinho-múmia atirado em um canto, em meio às ervas-daninhas e um arbusto baixo.

    Alix observou-a sem conseguir conter uma enorme fadiga psicológica só por pensar no sufoco que passaram dentro da mina, quando poderiam ter encontrado o ursinho sem precisar entrar nela, simplesmente dando a volta nas rochas e alcançando a outra entrada. Mas ela se esqueceu da decepção, quando Satis abraçou-lhe com força, muito agradecida pela determinação de Alix em ajuda-la e dizendo que precisavam ir ao mercado encontrar seu pai, pois este cuidaria do ferimento no braço de Alix. Satis também se desculpou por ser estúpida em acreditar que Imsety falava a verdade sobre ter entrado nas profundezas da mina para esconder seu brinquedo, afinal não era tão corajoso quanto mentiroso.

    Logo que chegaram ao mercado, notaram uma comoção ao redor de Samir Amin. Alix observou o cenário assustada, sem reconhecer o lugar que visitara mais cedo. Rory Lockard, o aventureiro que conhecera ali, contou-lhe como o céu escurecera de repente e quando menos esperavam um meteoro simplesmente caiu na cabeça do homem. Alix via claramente a destruição na área do mercado onde as pessoas observavam curiosas e preocupadas. Uma figura de negro, carregando uma foice, debatia com a figura transparente de Samir. Não demorou para que, após murmurar palavras incompreensíveis ao ouvindo do homem e dar-lhe palmadas no ombro, a Dona Morte lhe ceifasse o espírito, fazendo-o misteriosamente perder sua transparência e voltar a ser feito de carne e osso. A criatura encapuzada passou por Alix e Rory às gargalhadas, mas nenhum dos dois compreendeu o motivo. Satis, nem um pouco abalada com a quase morte do pai, correu até ele e contou-lhe sua aventura com Alix, em um fôlego só, alertando para seu ferimento. Samir secou o suor da testa. Não ouvira uma só palavra do que a filha dissera, uma vez que ainda estava abalado com o acontecido.

    – Oh, Observadora – disse Samir, olhando para o céu –, obrigado por mais essa chance! – e olhou em volta, para os destroços do meteoro, tinha o semblante assustado que lhe era comum e levava as mãos à cabeça, preocupado. – Como vou limpar toda essa bagunça? – murmurou, logo voltando sua atenção para o ferimento no braço de Alix e finalmente compreendendo as palavras apressadas de Satis. Pediu que a botânica se sentasse à uma das mesas de seu bistrô, enquanto a multidão perdia o interesse nele, dispersando. Não demorou a voltar com seu kit de primeiros socorros, fazendo Alix apreciar a dor do álcool posto no ferimento, afinal desta forma era incapaz de ouvir a história que Rory lhe contava sobre aquela vez em que teve seu braço arrancado ao tê-lo enfiado em um buraco do mesmo tipo.

    – Mas estou vendo seu braço bem aí – falou Satis, parando de varrer os escombros por um segundo para observá-lo. Rory, parecendo meio perdido, olhou para seus dois braços intactos e depois para a botânica.

    – Isso me lembra de lhe contar sobre a época em que eu tinha três braços! – disse alegremente, fazendo Alix revirar os olhos. Felizmente, ou não, naquele momento ela tinha problemas maiores, pois avistara Jack entrando no bistrô à sua procura.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Obrigadaaa! <3

    Hauheuhauehauehuaheuaheuaheuaheuaheuaheuaehuaeh, eu sou má porque estou gargalhando desde que essas duas saíram da mina???? MDS, não bastasse tudo mais... Um meteoro, dona morte, e o pai de Satis ressuscitando... Sensacional esse capítulo... E Alix talvez achasse que já tinha visto de um tudo!!!
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @pmattos kkkkkk espero que minhas histórias não te levem pro lado negro kk

    Capítulo 4

    Jack atravessou o salão como um furacão. Chamou a botânica por nome e sobrenome, dizendo que procurara por ela em toda a parte, sem nem mesmo ter sucesso em completar uma ligação para seu celular fora de área. Tencionava arrasta-la dali para um hospital, mas Alix fez uso de uma das frases do soldado ao dizer-lhe que aquilo não passava de um arranhãozinho. Depois de muito, convenceu-lhe assegurando de que o ferimento desapareceria dentro de algumas horas. Samir e Satis desempenharam um importante papel na tarefa de acalmar a fera, contando como Alix se pusera em perigo para ajudar a criança e depois para mantê-la segura na mina, mas aparentemente o que o convenceu definitivamente foi a refeição por conta da casa, que Samir lhes ofereceu como recompensa. Samir deixou que Jack terminasse de cuidar do ferimento de Alix, e esse desenvolveu de cara um enorme desgosto pelo aventureiro ruivo que não parava de opinar sobre a forma como Jack enfaixava o braço da botânica, contando sobre certa vez em que aprendera curas mágicas com um eremita que vivia em uma gruta escondida na cachoeira de Moonlight Falls. Enquanto comiam, Alix e Satis contaram a Jack detalhadamente sobre sua aventura. A criança estava preocupantemente empolgada com o acontecido.

    – Como vê – começou Satis –, a Srta. Hulick só queria ajudar – o olhar repreendedor de Jack caiu sobre Alix quase imediatamente, e ela baixou os olhos para a refeição, incomodada.

    – Ela sempre quer – resmungou. Quando passou o aborrecimento causado pelo seu desespero ao ver o estado da botânica, Jack finalmente disse que o que importava era que ambas estavam bem. – Que bom que não encontraram a fonte de outra epidemia – disse realmente grato e fazendo com que Alix se lembrasse da pasta de documentos que encontrara atrás do baú de pedra. Ela bem que tentou entregar a Samir para que ele devolvesse ao dono, mas o homem pareceu muito assustado com a ideia e disse que seria melhor que eles mesmos devolvessem.

    – Mas não faço ideia de como encontrar este homem – disse Alix.

    – Oh, não se preocupe, o vendedor de produtos especiais pode dizer onde encontrar qualquer pessoa – falou Samir, cuidando para não gaguejar. Alix não considerou estranha sua fala, afinal lhe era comum, bem como as maneiras desajeitadas. Quem falou em seguida foi Jack.

    – E como vamos encontrar o vended...

    – Olá, aventureiros! – saudou animadamente um homem gorducho que, por ter aparentemente aparecido do nada, fez Jack ter um sobressaltou e quase cair da cadeira. – É bom ver rostos novos para variar – disse lançando um olhar desconfortável para Rory, que naquele momento tentava convencer Satis de que sobrevivera a um ataque de meteoros muito parecido com aquele. – Bem, bem, tenho ofertas! Ofertas! – repetiu alegre, depositando sua pesada mochila sobre a mesa e tirando dela toda a sorte de objetos curiosos. – Ouvi que chamavam pelo grande vendedor – disse arrogante –, imagino que precisem de chuveiros enlatados, hein? – disse depositando o estranho objeto na mesa com tanta força que fez os pratos e copos tilintarem. Alix analisou o objeto perguntando-se como aquilo podia ser de alguma forma efetivo. Enquanto isso, Jack provava a comida seca que o vendedor lhe oferecia, arrependendo-se logo em seguida, visto que a comida fazia jus ao nome. O único objeto que Alix considerou realmente útil foi uma chave mestra que o vendedor garantia abrir qualquer porta dentro das muitas tumbas de Al Simhara. – E custa apenas quatrocentas moedas ancestrais! – disse, atraindo as sobrancelhas inclinadas do casal, que não faziam ideia do que eram moedas ancestrais. Bastante decepcionado ao notar que aqueles aventureiros em particular não eram os compradores ricos que planejava encontrar, o vendedor começou a guardar todos os objetos de volta na mochila. Limitou-se a dizer que moedas ancestrais eram encontradas em tumbas.

    – Como vamos conseguir moedas ancestrais se não temos esta poderosa chave conosco? – indagou Alix. – Você poderia nos dar ela e, em troca, exploraríamos as tumbas e não só lhe conseguiríamos mais moedas, como poderíamos encontrar relíquias – sugeriu, deixando o vendedor pensativo. Pela simples ideia de entrar em uma tumba, Jack declinou a oferta da botânica pelo vendedor.

    – Não lhe dê ideias, por favor – pediu Jack ao vendedor. E desviou o assunto para os documentos encontrados por Alix. O vendedor pareceu igualmente nervoso ao ouvir o nome na pasta, mas ofereceu-lhes a informação em troca de alguns poucos simoleons. – O que?! – fez Jack incomodado. – Não vamos pagar por isso, nem é problema nosso! – falou muito indignado.

    – O Sr. Kamel terá que ficar sem seus documentos – disse Alix, com falso pesar. – É uma pena... Espero que o nervosismo de vocês não signifique que serão punidos por não nos ajudarem a devolvê-los – esse comentário deixou o vendedor ainda mais nervoso. Ele secou o suor da testa com seu lenço e ficou pensativo por um segundo. Disse por fim onde poderiam encontrar Kamel, visto que não pretendia ir ele próprio entregar a pasta, e pediu ainda que não contassem como conseguiram a informação. Alix já se levantava, convidando Jack para acompanha-la, mas ele a deteve.

    – Tem certeza de que devemos falar com esse cara? – perguntou Jack, desconfiado. – Todos parecem incomodados com a simples menção de seu nome.

    – É só um homem, Jack – falou simplesmente. – Tenho certeza de que só quer seus documentos de volta. Talvez estejam com medo do lugar e não da pessoa, afinal ouvi dizer que nesta casa há armadilhas por todo o porão.

    – Quem colocaria armadilhas no próprio porão? – indagou Jack, confuso, mas nem Alix tinha criatividade o bastante para responder aquela pergunta.

    Farid Kamel era um sujeito de aparência estranha, com uma cicatriz na boca e sobrancelhas espessas e curvadas que lhe davam uma aparência vilanesca, fazendo Alix se perguntar se o nervosismo dos outros era causado por puro preconceito, afinal era uma pessoa muito cortês e ficou bastante satisfeito por ter seus documentos de volta. Até mesmo os convidou para um chá, oferecendo uma recompensa em moedas ancestrais, infelizmente não o suficiente para pagar a chave. Com curiosidade, Kamel quis saber como Alix sobrevivera à mina e, impressionado, disse-lhe que havia mais moedas de onde vieram aquelas, mas Alix não estava realmente disposta a enfrentar mais perigos em troca de qualquer tipo de recompensa monetária. Ela já recusava, quando teve sua atenção voltada para o objetivo do trabalho oferecido por Kamel, que consistia em encontrar uma planta rara que crescia somente dentro da Pirâmide Das Areias Ardentes. Jack não precisava olhar para a botânica para saber que seus olhos brilharam ao som das palavras “planta” e “rara”.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Planta e rara. Mel para a botânica! Pobre Jack! Lá se vão suas férias sossegadas! Hauheuaheuaheuaheuhauheuaheu

    Fantástico como sempre, @LolitaDoMal
    Vc arrasa!
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    :) Vlw @pmattos

    Capítulo 5

    – Quer me contar alguma coisa, Botânica? – perguntou Jack, bastante apreensivo e atraindo de Alix um olhar confuso. Naquele momento estavam na livraria do mercado, após terem passeado por todo ele. Jack carregava pesadas bolsas com souvenires e Alix se perguntava como alguém podia gostar tanto de acumular coisas sem utilidade. Bom, pelo menos as dicas de barganha que Samir dera a Jack foram efetivas, ou ele teria gastado todo o dinheiro extra em porcarias e não sobraria nem mesmo para os presentes exigidos por Jimmy e Mary. Jack estranhara a recusa de Alix em aceitar o trabalho oferecido por Kamel, e estava bastante incomodado com a forma como ela passara todo o passeio pensativa e distraída. Na verdade, esperava que a qualquer momento ela lhe chamasse e contasse algum plano que tinha para explorar a pirâmide e encontrar a tal fruta flambada. A resposta de Alix veio de forma distraída, enquanto ela analisava uma estante específica de livros.

    – Sim..., mas como não tenho certeza ainda, fica para depois – Jack olhou-a muito confuso.

    – Do que diabos está falando? – perguntou inquieto, atraindo o olhar de Alix, que finalmente se deu conta de sua frase murmurada e pareceu desconfortável. Quase disse algo, mas Jack a interrompeu sem se dar conta. – Eu sabia! Você quer entrar naquela pirâmide – falou soando repreendedor.

    – Que pirâ...? Ah! É... bom... – fez desconcertada. – Na verdade, eu pensei bem e acho que não vale o risco. Eu adoraria encontrar essa fruta rara – falou, voltando a se concentrar na estante. – Mas você sabe, Soldado, que não me importo com as recompensas que Kamel ofereceu – nesse momento seu semblante se tornou radiante ao encontrar o livro que procurava. Alix abraçou o livro e virou-se para Jack, voltando ao assunto. – Nem mesmo a recompensa intelectual. Será incrível se alguém se dispor a me trazer a fruta de bom grado, claro – disse um tanto zombeteira, mas Jack não tinha certeza se estava realmente brincando e achou melhor não questionar. Alix foi até o caixa e pagou o livro, depois voltou-se para Jack, exibindo-o alegremente. – Eu posso estudar a fruta sem me arriscar – finalmente Jack leu o título e notou que se tratava de um livro sobre as plantas mitológicas da região.

    Dali voltaram ao bistrô de Samir, onde Alix devorou o livro, muito empolgada enquanto fazia observações a Jack, mostrando-lhe algumas páginas e especulando se outras das plantas mencionadas pelo livro também poderiam existir de verdade. Na verdade, havia uma nota sobre plantas alienígenas, que indicava a compra de outro livro do mesmo autor, e Alix contou-lhe uma história maluca sobre certa vez em que Mary construíra um portal para um lugar desconhecido, onde ela clamava ser outro planeta e onde encontrara plantas das mais exóticas, porém, por mais que tivesse tentado conseguir alguns exemplares para levar a Alix, acabou atraindo a ira de um grupo local, que não gostariam nada de ter seu planeta revelado a outros, e portanto fizeram de tudo para que Mary não conseguisse as plantas. Ela bem que tentou esconder uma no bolso do jaleco, mas os nativos perceberam e a ameaçaram dizendo que a cozinhariam no rolete.

    – Você sabe que ela mentiu para você, não sabe? – indagou Jack, preocupado com a ingenuidade da botânica.

    – Tudo pode ser verdade, Jack – disse um tanto aborrecida. – Não passamos por loucuras todos os dias?

    – Sim, mas... – começou um tanto desconfortável pela falta do apelido, pois geralmente se chamavam pelos nomes quando aborrecidos. – Ora, Botânica! Esses alienígenas se parecem mais com canibais.

    – Quem disse que alienígenas precisam comer larvas e brócolis espacial, ser verdes, carecas e com olhos enormes? – falou fazendo a demonstração dos olhos gigantes, com as mãos. Jack abriu a boca para argumentar, pensou bem e, incomodado, decidiu que ela tinha razão, afinal nunca vira um alienígena antes.

    – Tudo bem, você ganhou essa, mas fica em suspenso. Afinal ainda não visitamos um planeta estranho – Alix riu travessa.

    – “Ainda”? – indagou, fazendo Jack gaguejar e tentar se contradizer. Era só o que lhe faltava, Alix fazê-lo atravessar um portal construído por sua amiga maluca, onde ele tinha mais chances de ser transformado em mosca do que descobrir um planeta novo. Supreendentemente, no entanto, Jack ficou feliz com a aparição repentina de Rory Lockard, que atraiu a atenção de Alix, se intrometendo na conversa, e falando sobre uma vez em que caíra de avião em uma aldeia sinistra em uma floresta muito colorida. Ele saíra ileso, mas o piloto não teve tanta sorte. Disse que dias depois, enquanto explorava ao redor de seu acampamento, encontrou a cabeça do piloto, encolhida pela magia, clamou, dos nativos ou fosse lá o que. – Isso foi antes ou depois de você acordar da pancada que levou na cabeça com a queda?

    – Me parece que ele nunca acordou da pancada – zombou Jack. Rory não perdeu sua confiança, na verdade mudou de assunto, pondo-se a contar sobre a expedição que estava prestes a fazer. Já tinha seu grupo formado e pronto para partir na manhã seguinte.

    – Fortuna e glória nos esperam, amigos! – falou muito alegremente, com uma pose triunfante: um dos pés apoiado na cadeira e a mão no peito. Também fazia gestos vitoriosos enquanto contava seus planos para a exploração. – Buscaremos por relíquias e moedas, mas dizem que há algo especial na pirâmide, meus amigos – falou como um mestre de picadeiro que anuncia sua maior atração. – Uma fruta tão rara quanto... hum... – tentou, mas não conseguiu fazer comparação. – Vejam só! – falou um pouco desconfortável pela falta de imaginação. – É tão rara que nem consigo pensar em uma comparação! Sim, amigos – começou colocando as mãos nas costas de Jack e Alix, e olhando de um para o outro. – Seremos famosos!

    – Há! – fez Jack, desdenhoso. – Você acha mesmo que vamos com você nessa furada? – Rory olhou-o com alguma decepção e bufou. Tirou a mão das costas de Jack e se moveu para trás de Alix, segurando-a pelos ombros. Jack cerrou os olhos, irritado.

    – É uma pena, meu amigo. Na verdade, eu só preciso de uma botânica – confessou. – Achei mesmo que você fosse querer acompanha-la – murmurou falsamente ofendido. Alix bem que tentou protestar e impor sua vontade, mas Jack se levantou de um pulo, fitando Rory, aborrecido.

    – Alix, não deixarei que fique desprotegida com esses malucos – falou alterado. Alix nem mesmo tinha intenção de ir, porém, não tinha tempo para lidar com as desavenças dos dois, e notou que pretendiam continuar discutindo, uma vez que Rory rebatia o comentário de Jack. Ela limitou-se a revirar os olhos, livrando-se das mãos de Rory ao se levantar, levando seu livro para um lugar quieto junto a Satis, deixando que os dois continuassem a discutir, enquanto continuava sua leitura.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Jack é tããããããão bonitinho com ciuminho! :blush:

    E lá vamos nós para uma excitante e perigosa aventura...
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @pmattos talvez mais perigosa do que excitante mwahahaha

    Capítulo 6 (ufa! quase não sai kk)

    Quem diria que a discussão daqueles dois acabaria em uma disputa de habilidades? Pensou Alix olhando estupefata para a gigantesca pirâmide diante de seus olhos, sem conseguir acreditar em como estava perto dela. Sentia o calor de Al Simhara intensificado, não que o clima o justificasse, mas pelo mormaço que vinha diretamente da pirâmide, deixando a visão de Alix turva. Ela via que Jack e Rory ainda se lançavam olhares irritados, e lembrava-se de ter passado o resto do dia anterior dizendo a Jack que não precisava provar nada a ninguém, entrando na pirâmide, mas o soldado estava convencido de provar suas habilidades e ainda desmascarar de uma vez aquele charlatão, afinal muito lhe incomodava que uma pessoa daquelas duvidasse dele. Além disso, Jack disse que tudo ficaria bem desde que não fossem imprudentes, e ignorou o comentário de Alix quanto a sua imprudência em se deixar levar por um desafio bobo. Consultaram o vendedor especial, Firky Ameen, que lhes aconselharam uma série de produtos indispensáveis para a exploração, mas garantiu que levaria alguns extras para o caso de o casal não ter levado o suficiente, afinal estaria participando da expedição. Quando perguntaram se seriam cobrados pelos produtos extras ele desconversou.

    Quem também pretendia participar, aparecendo no mercado com mochila e ursinho, foi Satis, mas teve seus planos frustrados por Alix, que se recusou a coloca-la em perigo de novo. Satis ficou bastante decepcionada, mas como sua insistência não surtiu efeito, voltou para casa arrastando o ursinho, desolada. Quanto aos outros membros da expedição, Rory assegurava que chegariam logo.

    Mas voltando às disputas, Jack e Rory não tardaram em começar uma nova quando perceberam que a entrada da pirâmide, composta por uma parede gigantesca, não se abriria tão facilmente para permiti-los entrar. Os dois discutiam sobre quem seria capaz de abri-la, enquanto tentavam empurra-la com pura força bruta. Alix tentava encontrar algum dispositivo que fizesse a porta abrir, afinal havia consultado Firky sobre algum item útil que possuísse em seu inventário, mas este já estava há longos minutos esvaziando a mochila a procura de algo, dizendo ter certeza de que tinha exatamente o que Alix procurava. Apalpando a parede, Alix notou que havia uma pedra solta e, afastando Rory, que tentava empurrar a parede com as costas, ela pressionou a pedra, fazendo-a afundar. Ouviu-se um ruído estranho e a parede começou a mover-se. Jack segurou a botânica pelo braço, afastando-a dessa, mas afinal perceberam que os esforços dele e de Rory jamais surtiriam efeito, uma vez que a parede foi engolida pelo chão. Emperrou quase no fim, mas dava espaço o bastante para que os quatro saltassem sobre ela.

    Logo que se viram em um longo corredor, todas as piras de fogo – carregadas pelas inúmeras estátuas ao longo desse –, se acenderam como por magia. Também o mormaço que sentiram do lado de fora se tornou muito mais intenso lá dentro, mas nada disso seria capaz de mudar a feição maravilhada de Alix ao caminhar pelo corredor de paredes tão longas que era impossível saber se havia algum teto entre o topo da pirâmide e aquele espaço em particular. Ao fim do corredor, era possível avistar uma porta bloqueada por grossas correntes. Alix avançava impulsivamente de encontro a ela, quando um enorme barulho a deteve, fazendo com que o grupo olhasse para trás. Firky, em prantos, chegou a correr de volta para a saída, mas misteriosamente a passagem se fechou muito mais depressa do que se abrira. Eles estavam trancados ali. Jack, embora assustado, não evitou um comentário desdenhoso sobre o suposto restante do grupo de Rory, mas este fingiu que nem ouviu e se concentrou em seguir a botânica até a porta, dizendo que precisavam quebrar a corrente de alguma forma. Alix, no entanto, reconhecera o dispositivo de pedra onde havia um molde feito para encaixar uma pedra-chave em forma de estrela. Era idêntico ao que encontrara na mina, embora o formato da chave fosse diferente. Não havia problema, pensou Alix, mencionando a chave-mestra de Firky, este secou o suor da testa com seu lenço.

    – Ah, sim, a chave mestra... bem – falou inquieto. – Deve estar por aqui em algum lugar – falou voltando a vasculhar a mochila.

    – Espero que não nos cobre por ela – resmungou Jack, atraindo uma risada nervosa de Firky. Alix concordava, mas não acreditava que sairia de graça, baseada no comentário que ouvira mais cedo do vendedor. E, se isso não fosse o bastante, não acreditava que ele a encontraria no buraco negro que era sua mochila, antes que ela própria fosse capaz de encontrar a chave verdadeira. Muito autoritária, ordenou a Jack e Rory que a ajudassem a encontrar uma passagem secreta como a que vira na mina. Antes procurara entre as estátuas, mas fora incapaz de encontrar um baú ou mesmo a chave. Os três analisaram cada pedra que compunha a parede e o chão: Jack encontrou uma estátua solta, a única que não possuía pira; Alix encontrou um estranho piso solto, mais claro que os outros e marcado com uma estrela; e Rory vangloriou-se ao som de eureca após ter encontrado uma parede solta. Ele e Jack trabalharam em equipe para empurrá-la, mas conseguiram apenas uma fresta por onde nem ar passava. Alix preferiu esperar um pouco, apreciando aquele momento de harmonia em que os dois trabalhavam juntos, antes de contar que acreditava que precisavam ativar o dispositivo do piso que encontrada e que acreditava que a estátua solta seria o bastante para fazer-lhe peso. Jack e Rory trocaram olhares aborrecidos, mas por fim se ajudaram a arrastar a estátua até o piso, fazendo com que a parede girasse, revelando uma sala onde havia pilhas de moedas ancestrais, algumas relíquias quebradas e um enorme poço transbordando de água escura.

    Como não encontraram chave alguma entre as pilhas de moedas, que Firky coletou tão depressa quando um aspirador de pó, Jack já tirava os sapatos e a camisa, planejando mergulhar no poço para encontrar a chave, enquanto Alix tentava fazê-lo mudar de ideia. Rory concordava com ela, dizendo que ele próprio iria, mas isso só fez aumentar a determinação de Jack, que subiu na borda de pedra do poço, sentindo a água congelante molhar seus pés, ao mesmo tempo em que Rory também subia, quase tropeçando e caindo no poço, pois se atrapalhara ao adiantar-se para tirar as botas tão rápido quanto Jack. Os dois trocaram olhares furiosos, discutindo sobre quem iria, ambos decididos a saltar. Foi então que Rory ameaçou mergulhar e, adiantando-se, Jack pulou ao som da voz de Alix, que gritava seu nome. Rory suspirou aliviado e desceu da borda, voltando a calçar as botas, enquanto Alix, preocupada, debruçava-se sobre o poço, tentando, inutilmente, enxergar o soldado na escuridão da água.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Ai, ai, soldado cabeça dura! Preferia que fosse Rory no poço gelado...
    Espero que ele ache a chave e não morra congelado! :s
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    priscamelo77priscamelo77 Posts: 179 Member
    Bravo! Bravo! Bravo!!!

    Att minha leitura e já quero mais!!!
    🥰🥰
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @pmattos não duvide do soldado kk
    @priscamelo77 seu desejo é uma ordem:

    Capítulo 7

    Rory não teve tempo de calçar as botas, pois sentiu a mão de Alix agarrar-lhe a camisa furiosamente, fazendo com que fosse obrigado a encarar seu rosto irado. Disse-lhe que era melhor não se ir vestindo, pois se seu soldado não voltasse logo, ela o obrigaria a mergulhar no poço para resgatá-lo, mesmo que não soubesse nadar. O aventureiro riu nervosamente, dizendo que buscaria Jack com certeza, afinal eram uma equipe, e que Alix não precisava se exaltar. Os segundos passaram-se como horas. Alix se alternava entre lançar a Rory olhares furiosos e tentar iluminar o poço com a lanterna de Jack. Firky garantia ter na mochila uma tal de uma bolha mágica que permitia respirar embaixo d’água por pelo menos uma hora. Assustada, Alix preferiu ignorar Rory quando ele teve a bondade de lhe informar quanto tempo se passara exatamente desde que o soldado desaparecera. Ela encostou a testa na borda de pedra, desolada, mas seu gesto foi precipitado, pois logo a movimentação da água se tornou mais violenta e não demorou para que surgisse a cabeça de Jack, no centro do poço, esguichando água por toda a parte. O soldado nadou até a borda, exibindo triunfantemente a pedra-chave em forma de estrela e aceitando os beijos desesperados de Alix como recompensa, em seguida, quando a botânica se acalmou, Jack teve que aguentar sua repreensão e um tapa inofensivo no ombro.

    Jack avançou vitorioso de volta ao corredor e depois até o dispositivo onde encaixaria a pesada pedra. Contava como o túnel era escuro e sufocante, mas então fora se aproximando do fundo e avistando feixes de luz azulados, que vinham de lugar algum exibindo para ele o caminho que lhe guiou até a pedra. Voltar à superfície foi complicado, mas Jack sorriu e disse a botânica que nunca duvidasse de suas habilidades, mas, aborrecida, ela retrucou que aquilo não era motivo o bastante para deixar de se preocupar.

    As correntes que bloqueavam a porta foram quebradas por uma força sobrenatural, acompanhada de um estrondoso ruído. Então começaram a enrolar-se no que pareciam ser bobinas, por fim revelando um salão tão gigantesco que não parecia possuir fim. Havia, como na mina, buracos no piso de onde saíam chamas infinitas, iluminando o lugar, bem como outras tantas estátuas com piras de fogo. Jack continuou a avançar na frente, notando que em alguns pisos havia estranhas substâncias escuras, como fuligem. Aconselhou os outros a não pisarem ali, já imaginando o que poderia lhes acontecer. No entanto, Firky acabou distraindo-se com a pilha de moedas e uma linda relíquia tão brilhante que fazia seus olhos arderem, e avançou prestes a pisar na substância sem lhe dar atenção. Jack, que estava distante, conseguiu ver por onde o homem andava e correu até ele para impedi-lo, mas estando tão distante, não conseguiria alcança-lo em tempo. Seu grito de alerta tampouco atraiu a atenção de Firky, que de repente sentiu algo puxar sua camisa por trás, fazendo-o cambalear e finalmente olhar para o chão. Caiu sentado bem no momento em que a substância desaparecia, engolida por buracos que se abriram de repente, cuspido labaredas de fogo para o alto, errando o vendedor por pouco. Jack se aproximara o bastante apenas para amortecer a queda de Satis, que se desequilibrara ao puxar a camisa de Firky.

    – Que faz aqui, pirralha? – perguntou Jack, bastante aflito e preocupado.

    – Eu... queria ajudar – falou timidamente.

    – Ora, pirralha! – aborreceu-se Jack, levantando-se e a ajudando a fazer o mesmo. – Quanta estupidez! Não sabe que está se colocando em perigo? – indagou, fazendo com que a garota se encolhesse e baixasse a cabeça. Falou-lhe que não deveria desobedecer a botânica, que só queria protege-la, e até conseguiu fazer a criança se sentir culpada pelo que fizera. Foi então que Alix interveio, sentimental, dizendo que Jack estava sendo duro demais com Satis. – Botânica, ela precisa aprender sobre as consequências de seus atos – falou sério, Alix concordava, apenas não gostava do tom de Jack e a forma como os olhos da criança se encheram de lágrimas, além disso notara arranhões e sujeira que tinha nos antebraços e joelhos, que precisavam de mais atenção no momento. – Tudo bem! – falou Jack, mas ainda sério, acrescentou: – Mas depois teremos uma conversa sobre seu comportamento – Alix bufou, guiando Satis para um canto e abrindo a mochila para pegar o kit de primeiros socorros.

    – Dá um tempo, Soldado – falou um tanto aborrecida –, não é o pai dela – Jack abriu a boca, mas tornou a fecha-la quando se deu conta de que realmente não era, e decidiu se concentrar em outros assuntos. – Como conseguiu entrar aqui, Satis? – perguntou Alix, enquanto limpava os ferimentos da criança. Esta contou-lhe como observara a passagem se fechar, assustada, justo quando havia decidido que deveria obedecer a ordem da botânica, considerando sua estupidez em segui-los. Teve um longo caminho para pensar no assunto. Acontece que ao ver a passagem se fechar, pensou que jamais voltaria a ver os quatro e por isso se empenhou em encontrar outra forma de entrar. Encontrou uma passagem muito estreita entre as pedras, por onde apenas uma criança poderia passar, e engatinhou por ela. Teve sorte de não ser esmagada por um bloco enorme de pedra que caiu atrás de si, fechando a passagem quando ela passou por cima do que lhe pareceu ser algum dispositivo ativado por peso. Não havia como manda-la de volta, acrescentou Satis, com um sorriso tímido. – Veremos, mocinha – ameaçou Alix, beliscando de leve uma de suas bochechas. Não tinha real intenção de manda-la sozinha para fora e não tinham sinal para comunicarem-se com Samir. Tampouco gostava da ideia de ter uma criança presa ali, portanto decidiu que a prioridade passara a ser encontrar uma saída, antes da fruta. E não pôde deixar de sentir-se contente com o pensamento, afinal não aguentava mais o calor insuportável do lugar.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Essa Satis é danada mesmo!!! Hauheuaheuaheuaheuaheuaheuha
    Samir não vai gostar nada... Já disse que sou fã da Alix? Sou fã da Alix, caso vocês ainda tenham alguma dúvida...

    Do Jack também! Mas a Alix... <3
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    kkk @pmattos minha impressão é de que vc é mais fã do Jack

    Capítulo 8

    Alix e Jack verificaram a passagem usada por Satis, constatando que por ali realmente não havia saída. Depois tentaram encontrar alguma outra parede secrete no primeiro corredor, sem sucesso. Se volta ao salão, Rory e Firky contavam que avistaram passagens de paredes secretas muito mal escondidas, uma vez que eram contornadas por algum tipo de tintura vermelha, e outra enorme porta bloqueada por correntes. Desta vez, não parecia haver dispositivo para uma pedra-chave, mas daquela distância era impossível ter certeza, e ninguém quis avançar, pois não eram apenas os pisos com fuligem que se abriam em chamas. Satis, porém, sabia como identificar e desativar as armadilhas com simples toques no chão. Deixando Alix aflita, a garota simplesmente enfiara a mão em um dos buracos e, depois de ouvir um clique, havia chamas e depois os buracos se fechavam sem se abrirem novamente. Apenas aqueles que estavam constantemente lançando chamas não podiam ser desativados, mas estes eram inofensivos, pois não os surpreendia e nem mesmo bloqueava o caminho.

    Satis explorou alegremente cada canto do salão, desativando as armadilhas em uma tarefa árdua e demorada que não pareceu lhe cansar. Rory, vendo que o truque parecia muito simples, tentou imitá-la ao conseguir localizar uma armadilha, no entanto, não foi capaz de ouvir o clique e decidiu aproximar a cabeça de um dos buracos para olhar melhor, enquanto pressionava algo solto dentro do buraco. O clique veio antes que ele pudesse se afastar completamente e o resultado foi seu rosto completamente chamuscado e os cabelos ruivos levantando-se enegrecidos, em um topete bizarro. Jack bem que tentou controlar a gargalhada, enquanto tentava perguntar se o homem estava bem, mas não conseguiu completar a frase. Alix e Firky foram em seu auxilio por serem mais eficientes em esconder o riso. E a lição foi aprendida, pois Rory decidiu acompanhar Satis de perto, fazendo-lhe perguntas sobre as armadilhas e aprendendo a desativa-las lá para o fim da tarefa, quando alegremente anunciou que conseguira desativar uma armadilha e todos aplaudiram para encoraja-lo. Por fim, decidiram se dividir para tornar a busca mais rápida. Firky e Rory bem queriam levar Satis com eles, para o caso de encontrarem mais armadilhas, mas Jack recusou-se a entrega-la, irredutível.

    – Ora, Lockard – começou o soldado, de braços cruzados e mantendo a criança atrás de si –, você mesmo já sabe desativar as armadilhas. Tenho certeza de que dará conta se encontrar alguma – falou, mas a verdade era que não deixaria uma criança aos cuidados daqueles dois malucos. Rory tentou insistir, mas logo desistiu e o grupo finalmente se dissipou.

    Passaram por muitos dos perigos já vistos antes, havia de fato mais armadilhas em um longo corredor, no entanto, essas saiam das paredes e não havia como desativar, portanto, Jack pôs em pratica o treinamento militar, sugerindo que se arrastassem como soldados e até cantou alguma canção do exército para tornar a tarefa menos árdua. A partir dali Satis abandonou a formalidade de lhe chamar pelo sobrenome e mudou sua patente ao dar-lhe o apelido de Capitão. Nesse mesmo corredor encontraram um temeroso sarcófago que Jack quis muito abrir, apenas por curiosidade, mas Alix lhe impediu dizendo que deixasse os mortos descasarem. Precisaram também ativar outro daqueles pisos soltos, e para isso tiveram que arrastar uma estátua. Ao final da tarefa tudo o que a botânica queria era deitar no chão e desmaiar, e deixou-se cair neste de braços abertos e ofegante. Tiveram um sobressalto quase imediatamente, quando ouviram um ruído vir do fundo do corredor, onde uma parede lateral se movia abrindo uma brecha tão estreita que nem mesmo o braço de Alix era capaz de atravessar. A botânica pôs-se de pé de um pulo, saindo de cima do piso e fazendo com que a passagem se fechasse. Jack trocou de lugar com Alix logo que ela se afastou e a fresta que se abriu desta vez era mais larga, fazendo Jack sugerir que ela e Satis verificassem a sala, enquanto ele matinha a passagem aberta, uma vez que a única estátua solta estava em uso.

    Era uma sala tão pequena e cheia de tralhas que Alix sentiu-se claustrofóbica. Havia uma picareta ao lado de uma enorme pilha de entulhos em um canto, um sarcófago e um daqueles pisos soltos, que não surtiu efeito quando Alix pisou sobre ele. Não havia estátuas ali e ela não estava disposta a verificar o sarcófago. O calor daquela sala se tornara muito mais intenso do que no resto da pirâmide, e Alix não deixou de notar feixes de luz avermelhados que atravessavam as frestas das pedras que compunham uma das paredes. Satis acreditava que o salão principal estava do outro lado e, segundo o livro de Alix, seria ali que encontrariam a fruta. Por mais que Alix estivesse mais concentrada em encontrar uma saída, Satis tinha alguma razão em acreditar que haveria uma naquele salão. Mas então havia prioridades, e Alix lhe chamava para ajudar a fazer peso no piso. As duas se encolheram assustadas, quando uma das pedras da parede foi simplesmente cuspida desta, fazendo Jack perguntar se estava tudo bem, preocupado ao ouvir o barulho da pedra e dos gritos de Satis e Alix.

    A falta da pedra revelava um buraco muito parecido com aquele onde Alix ferira o braço. Ainda assim, ela decidiu se arriscar. Primeiro, iluminara o lugar a procura de objetos pontudos e não os encontrou, então, temerosa, enfiou o braço até o fim, tateando o buraco à procura de alavancas ou botões. Satis a observava, quando Alix se virou para dizer-lhe, sorrindo, que acreditava ter alcançado uma alavanca, porém, não teve tempo de puxa-la, pois estremeceu ao ruído tenebroso do sarcófago que se abria atrás de Satis e por onde saía uma criatura grotesca e putrefata, enrolada em faixas.
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    priscamelo77priscamelo77 Posts: 179 Member
    Peraí que vou buscar a pipoca!!!
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @priscamelo77 pode pegar mais pipoca!

    Capítulo 9

    Alix agarrou a alavanca, puxando-a quase no mesmo instante em que tirava o braço do buraco para correr até Satis, empurrando-a para longe da múmia e tomando seu lugar. Ouviu-se o ruído de pedra arrastada, quando a parede falsa girou, abrindo mais a passagem. A criatura imediatamente agarrou o pescoço de Alix e a empurrou contra o sarcófago, apertando-lhe o pescoço com força e olhando fixamente nos olhos da botânica, que devolvia o olhar como se estivesse hipnotizada. Ela podia vislumbrar tempos antigos e incontáveis pessoas trabalhando na construção da pirâmide. A visão se tornava cada vez mais turva, parecia ser por causa do calor, mas na verdade era uma fumaça verde que saía do meio da pirâmide, fazendo os operários mais próximos caírem mortos, enquanto outros fugiam tossindo. Satis podia ver os olhos da criatura brilharem, enquanto ela murmurava palavras incompreensíveis. Um estranho fio de luz verde ligava seus olhos negros aos de Alix. Decidida a fazer algo, Satis avançou em direção à múmia quase no mesmo instante em que Jack entrava na sala. A criança puxou uma das faixas da criatura, atraindo sua atenção, enquanto Jack pegava a picareta do chão e atacava a criatura na cabeça, fazendo com que caísse no chão, em seguida virando uma pilha de poeira. Jack olhou para Satis e depois para Alix, que caíra no chão ainda parecendo em transe, e sacudiu seus ombros, assustado.

    – Botânica! Botânica! – chamou em prantos, pedindo que ela falasse algo. Alix chacoalhou a cabeça, colocou a mão na garganta e tossiu. – Você está bem, Botânica? A criatura fez alguma coisa? – perguntou exasperado, segurando o rosto dela. Entre tossidas, Alix disse que estava bem. Ainda trêmulo pelo espanto, Jack deixou-se cair sentado, ofegante, e abraçou Alix, colocando a cabeça dela contra seu peito. Chamou Satis para perto, dizendo que estava tudo bem e perguntando se realmente não estava ferida, então esperaram para se recuperarem do susto antes de continuar.

    Não havia mais nada que pudessem pressionar ou puxar naquele lugar, portanto os três decidiram voltar ao salão, esgotados. Ao chegarem, se espantaram pela ausência dos outros dois, perguntando-se se estariam bem. Jack bem disse que verificaria, mas Alix o impediu, dizendo que precisava de uma pausa para recuperar as energias, e ele concordou porque também não queria deixa-las sozinhas após o ataque da múmia. Jack então direcionou sua atenção àquela conversa que prometera a Satis, e a botânica desta vez não pôde lhe impedir, pois estava tão cansada que deitou sobre o saco de dormir, abraçando seu livro de plantas mitológicas, e adormeceu tão profundamente que Jack sentiu-se preocupado, afinal a agitação de Alix costumava impedi-la de ter noite tranquilas de sono, principalmente em lugares como aquele. E mais de uma vez o soldado foi até ela para verificar se estava mesmo bem. Alix só foi acordar quando um terrível barulho de desabamento ecoou por toda a pirâmide, seguido por um leve tremor. Depois, surgiram as figuras de Firky e Rory, correndo desesperadamente para fora da passagem. Firky foi o primeiro a chegar, tão desajeitado em sua corrida que tropeçou nos próprios pés e rolou até onde Alix levantava aos bocejos e sem entender bem o que estava acontecendo. Jack correu até Rory e ajudou-o a fechar a passagem, sentindo o calor da parede falsa lhe queimar as costas.

    Passado o desespero, ele e Rory pararam ofegantes e com as mãos nos joelhos. A confusão foi tanta que apenas Satis se deu conta de que as correntes haviam desaparecido da porta, mas ninguém tinha energia para continuar avançando na pirâmide, portando decidiram montar uma espécie de acampamento para descansarem. Jack teve a brilhante ideia de assar marshmallows usando uma das armadilhas de fogo como fogueira, para comemorar o acordo que fizera com Satis quanto a obedecer a ordens. Ele havia barganhado os marshmallows com Firky, dizendo que este devia uma recompensa a Satis por lhe ter salvado a vida. Alix não gostava da ideia de ficar tão próxima ao fogo, quando a temperatura na pirâmide já estava alta o bastante, mas acabou se aproximando para ouvir a história de Firky quanto ao caminho que escolheram, dizendo terem encontrado uma múmia que desenrolaram à procura de tesouros e acabaram por enfurece-la a ponto de persegui-los até a passagem. Por sorte Rory havia encontrado a alavanca antes que a criatura acordasse.

    Depois foi a vez de Rory contar a história de quando decidira virar produtor de Néctar lá em Champs Les Sims. Encontrara uma propriedade magnifica, com uma enorme plantação de uvas de todos os tipos. Tinha até inúmeros equipamentos para a produção de Néctar. Ele descreveu com precisão como seus pés ficaram gosmentos ao esmagar as uvas em uma enorme bacia de madeira, e como sentiu a necessidade de convencer alguns locais a trabalharem para ele, enquanto relaxava ao sol. Acontece que ele nunca havia comprado a propriedade e logo que o dono voltou de viagem pôs a todos para fora armado de um mosquete. Mas Rory ainda conseguiu recuperar grande parte da produção para vender no mercado. Conseguiu alguns simoleons com a venda, mas a qualidade do Néctar era tão podre que deu início a uma epidemia que deixou o mercado inacessível por vários dias, porque ninguém aquentava o cheiro de vômito e bosta. Quando os locais descobriram a origem do Néctar, foram até o hotel onde Rory estava hospedado, com tochas e ancinhos. Um dos funcionários do hotel chegou a tranca-lo no quarto, para que não fugisse, mas ele fez uma corda da roupa de cama e conseguiu fugir pela janela do banheiro, roubou uma lambreta e nunca mais voltou à cidade. Ao fim da história, Alix sentiu-se ainda mais cansada do que antes, mas acabou decidindo que era mais importante encontrar uma saída para que não tivesse que continuar a ouvir a voz do aventureiro, por isso levantou-se e os apressou a continuarem a expedição.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Cara, como eu tava tão atrasada! Eu peguei uma virose sinistra, estava de cama há 3 dias! Mas não suma, @LolitaDoMal com e essa história que fica mais eletrizante a cada novo capítulo!
    Eu ri com as histórias de Rory em Champs Les Sims, mas agora to preocupada com a Alix! Será que a Múmia a amaldiçoou com aquela encarada que a fez ter visões! :o
    LolitaDoMal escreveu: »
    kkk @pmattos minha impressão é de que vc é mais fã do Jack

    Nunca deixarei de ser fã do Jack, mas sempre serei do time das meninas! Satis também já ganhou meu coração. Uma pena ela ser de Al Simhara eu adoraria ela como filha adotada desse casal fenomenal!

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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @pmattos espero que esteja melhor. Pode deixar que não vou sumir, é que estou meio enrolada com outra história :smile: Own eu tb adoraria que eles pudesse levar a Satis, mas ela vai ficar só como filha de viagem msm kk

    Capítulo 10

    O calor insuportável da sala podia ser sentido há dois passos de distância da porta, portanto Alix calçou as luvas de jardinagem especiais para abri-la. O salão era menor do que o anterior, porém, Alix o achou mil vezes mais bonito, visto que, apesar das chamas que o cercavam para iluminá-lo, no centro havia um enorme pomar repleto de arbustos onde brilhavam estranhas frutas de cor laranja. No chão, era possível ver enormes rachaduras por onde subiam as raízes das plantas, igualmente brilhantes e da mesma cor. O calor aumentou a medida que Alix se aproximou dos arbustos. Rory sabia que seria incapaz de colher a fruta, portanto disse que deixaria o trabalho para Alix, enquanto ajudava Satis a desarmar a fileira de armadilhas que guiava até uma porta onde a criança acreditava levar à saída alternativa da pirâmide. Jack observou a botânica fazer cuidadosamente quase um ritual para conseguir colher o fruto, com a ajuda de Firky, que cuidou de segurar seus utensílios e entregar a ela como se a auxiliasse em uma cirurgia. Ao colher a primeira fruta, Alix sorriu radiante a erguendo no alto e olhando para Jack, triunfantemente. Colheram uma extra só para garantir e as outras ficaram em seus arbustos, quando Alix despediu-se delas como se pudessem lhe ouvir.

    Embora tenham caminhado apreensivos, esperando que a pirâmide ganhasse vida para impedi-los de levar embora uma parte de si, o caminho de saída praticamente se abriu espontaneamente para eles e, uma vez que todos haviam atravessado a última passagem, ela se fechou e o grupo voltou vitorioso ao mercado. Alix pareceu ter recuperado todas as energias, quando subiu em uma cadeira, exibindo a fruta nas mãos enluvadas e contando a história de como desbravaram a pirâmide para consegui-la, pondo em pratica as habilidades de contadora de histórias que aprendera com Jimmy. Uma multidão se formou ao redor da mesa, a fim de ouvir a história daqueles bravos aventureiros, contada com o acréscimo de uma fantasia ou outra, por cortesia de Rory. Samir ficou satisfeito com a multidão, acreditando que depois que ouvissem a história se tornariam clientes, mas quando Alix voltou a se sentar, guardando a fruta, a multidão perdeu o interesse e se dissipou saindo do bistrô e, meio decepcionado, Samir decidiu se ocupar do conserto de um aparelho de som quebrado. A botânica perguntou a Rory se ele pretendia ficar com uma das frutas, mas este disse que elas pertenciam a Alix, uma vez que seu único interesse era explorar o lugar e ver a planta com os próprios olhos. Por fim, perguntou-lhe o que pretendia fazer com a fruta.

    – Uma será minha – disse alegremente, apontando para o vaso de plantas que comprara no mercado antes de entrar no bistrô –, a outra – começou pensativa –, talvez eu dê a Kamel – ao ouvir o nome, Samir estremeceu, enfiou a ferramenta no lugar errado e acabou levando um choque tão poderoso do aparelho de som, que produziu o que pareceram ser raios por todo seu corpo. O homem chegou a subir alguns centímetros em espasmos violentos. Todos se levantaram, assustados, e tentaram se aproximar para ajudar, mas Jack os impediu para que não fossem eletrocutados também. A única indiferente ao acontecido foi Satis, que continuou a limpar o chão em seu castigo. Ela não parou para observa-los nem mesmo quando o pai caiu inerte no chão, ou quando a Dona Morte irrompeu pelo bistrô, avançando até o corpo de Samir como se flutuasse.

    Todos permaneceram paralisados e mudos, incrédulos, enquanto o fantasma de Samir saía de seu corpo e juntava às mãos em súplica diante da criatura encapuzada, que gargalhou com gosto, fazendo sua tenebrosa voz ecoar por todo o mercado, arrepiando a todos em um raio de pelo menos dez metros. Por fim, a criatura ceifou o fantasma, e o corpo de Samir voltou a se mover. O homem levantou-se trêmulo e muito agitado, tinha as roupas rasgadas, os cabelos arrepiados e o corpo inteiro tão chamuscado que era impossível enxergar mais do que um palmo da sua pele morena. A Dona Morte deu palmadas nas costas de Samir, aos risos, e depois virou-se para o grupo assustado que os observava, puxando o capuz para frente da face inexistente na escuridão dentro do capuz. Fazia como um cumprimento, antes de partir. Samir, como antes, olhou para cima e agradeceu à Observadora, em seguida desviando o olhar para o chão chamuscado e o aparelho de som ainda quebrado. Satis, indiferente, perguntou se devia limpar ali também, sugerindo em seguida que o pai fosse tomar um banho para se recuperar. E assim sem explicação ele subiu as escadas.

    – O que diabos acabou de acontecer?! – perguntou Jack, ainda assustado, mas ninguém lhe deu explicação e logo todos perderam o interesse e voltaram à mesa. Ele próprio também decidiu não insistir no assunto e falou a Alix que estava ficando tarde, mas a botânica estava mais interessada em inquirir sobre o que provocara tamanho desespero em Samir. Firky secou o suor da testa com o pano, as mãos tremiam, e disse a Alix:

    – Você não ouviu isso de mim – estava nervoso, falava baixo e olhava para os lados. Contava que Farid Kamel era um agente da MorcuCorp uma corporação gananciosa que vinha escavando cada centímetro de Al Simhara, roubando seus recursos e destruindo sua beleza natural com o único objetivo de lucrar no mercado negro, principalmente com a venda de relíquias. Ninguém por ali gostava da corporação, mas eram poderosos demais para serem confrontados, afinal era dito que quem se metia com eles acabava desaparecendo misteriosamente. Segundo Firky, suas intenções jamais seriam boas e ele temia o que pretendiam fazer com uma fruta tão poderosa em mãos.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Meu Deus, de novo, Samir! Esse homem tem alguma espécie de pacto com essa Senhora???? Huaheuaheuaheuhaeuhauehauheuaheuaeha
    Essa MorcuCorp parece não estar para brincadeira... Alix tome muito cuidado!!!!

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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @pmattos desculpa pela demora, vou tentar postar pelo menos uma ou duas vezes na semana :X O Samir tem uma característica especial do TS3, será que você lembra qual?

    Capítulo 11

    – Isso não faz o menor sentido, Botânica – falou Jack, muito sério por trás de seus óculos escuros. Haviam acabado de jantar no bistrô de Samir, afinal mais cedo haviam se aventurado em outros estabelecimentos e não encontraram nada além de Churrasco Grego e Falafel, e uma pessoa não vive de comer todos os dias a mesma coisa, como disse Jack, por mais que fosse mais fácil selecionar sempre as primeiras opções do cardápio. Aliás ele estava satisfeito por não terem se deparado com nenhuma esquisitice além da planta nova de Alix brilhando no quarto. O dia decorreu como uma viagem normal e Jack adoraria prolongar aquele sentimento. – Por que alienígenas sequestrariam uma pessoa apenas para desova-la em Estranhópolis?

    – Talvez não fosse seu plano – falou Alix, muito confiante em sua teoria. – Talvez estivessem sobrevoando a cidade e viram uma vaca muito mais interessante do que Bella Goth, você sabe que eles adoram vacas – fato incontestável, Jack assentiu. – Não havia espaço o suficiente no compartimento de cargas e, portanto, deixaram a pobre Bella lá e levaram a vaca em seu lugar.

    – Pode até ser – falou Jack, embora não concordasse inteiramente. – Mas me parece mais plausível que tenham saído de Belavista diretamente para Lagos Lunares, você não soube que encontraram lá uma lápide com seu nome?

    – E daí? O túmulo pode estar vazio, talvez a vaca esteja enterrada lá – disse com veemência.

    – Quem teria o trabalho de enterrar uma vaca no lugar de uma pessoa? – nesse momento Alix se aprumou, muito confiante e pigarreou teatralmente.

    – Que bom que você perguntou, meu querido Soldado. Na verdade, os alienígenas tinham uma missão: capturar Bella Goth. Seu líder a queria por algum motivo. Sabe como os Goth são estranhos e misteriosos, talvez possuíssem algo que os alienígenas quisessem. Enfim, aqueles designados para a missão eram uns incompetentes. Levaram a vaca, pois esta lhes atraía mais, porém, quando chegaram a Lagos Lunares perceberam a burrada que fizeram e decidiram forjar a morte de Bella, enterrando a vaca no lugar.

    – Faz sentido – falou Jack, provavelmente zombando... provavelmente. – Mas eu tenho outro fato para contestá-la, Botânica: a sósia que encontraram em Estranhópolis não passou disso, uma sósia desmemoriada. Aquela não era Bella Goth.

    – É isso que eles querem que você pense, Soldado.

    – Eles quem? – Alix abriu a boca para responder, mas voltou a fecha-la quando uma voz apavorante vibrou atrás dela, fazendo-a estremecer ao chama-la por nome e sobrenome. Antes mesmo que Alix pudesse gaguejar em resposta, Farid Kamel já puxava uma cadeira para sentar-se, perguntando como fora a exploração da tumba e se encontrara a fruta. Soubera pelo rumor que se espalhara por toda a cidade, e não havia como desmentir a menos que defendessem que tudo não passara realmente de um rumor, mas era pouco provável que Kamel acreditasse. De qualquer forma, Jack já planejava montar um sistema de vigilância no quarto, imaginando que logo agentes da MorcuCorp começariam tentativas de invadir o lugar. Alix tivera tempo o bastante para pensar no assunto e decidira não entregar a fruta a Kamel, afinal pesquisara sobre a MorcuCorp e decidira que não gostava nem um pouco deles. Naquele momento, ela assumiu sua melhor cara triste e contou a Kamel sobre seu fracasso em conseguir cuidar da planta. Não mentira sobre tê-la conseguido, apenas disse que não soube adapta-la para viver fora da pirâmide, e até disse a Kamel que pretendia fazer mais pesquisas para que um dia voltasse a tumba e conseguisse mais amostras. Até mesmo ofereceu a Kamel seus serviços, se ele estivesse disposto a esperar, mas o homem pareceu extremamente desapontado e recusou a oferta. Seu objetivo parecia urgente. Jack ficou incomodado pelo olhar de Alix, enquanto observava Kamel pensativa, ao vê-lo levantar-se e partir, e suspirou. – Você não vai deixar isso de lado, vai?

    – Não gosto dessa gente, Soldado – falou aos sussurros. – Estou longe de ser uma justiceira, mas sua presença aqui não pode ser boa coisa.

    – Sugiro que nos livremos da planta – falou, embora não acreditasse que Alix fosse capaz de se livrar de um “bebê”, lembrando-se especialmente de quando tentara fazer com que vendesse sua planta-vaca. Para sua surpresa, Alix o olhou muito séria e um pouco triste ao dizer:

    – Você tem razão – não que ela não amasse a ideia de estudar a planta, porém, tinha maiores prioridades naqueles tempos e aquela corporação lhe parecia perigosa pela forma como os locais falavam nela. Quase imediatamente Alix se levantou com o pretexto de ir até o banheiro, onde passou vários instantes observando-se no espelho, pensando sobre a corporação e a planta. Não gostava da ideia de que estivessem prejudicando a cidade e seus habitantes. Era como a praga de StrangerVille. E ponderava quais meios tinha para ajudar a combate-los. Aliás, tinha algum meio? Por fim, passou tanto tempo olhando-se que começou a identificar imperfeições em seu rosto, desviando-se completamente do assunto ao começar a pensar se havia alguma forma de mudar aquela pinta de lugar ou aumentar um pouco os olhos... talvez diminuir... argh! Por que nunca fica perfeito? Perguntava-se ao pensar em quantas horas de frustrações vivera o criador ao cria-la. Bom, nem acreditava realmente em criador, que coisa estranha! Pensava Alix, que nem notou a porta se abrir, mas apenas a nova figura com rosto coberto que surgiu no espelho. Ela até se virou, mas tudo o que viu foi escuridão, antes de ficar inconsciente.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Eita, eu acho que não consigo me lembrar, eu vejo que quanto mais jogo o TS3 mais coisa nele tem para se descobrir, e ainda tem muita coisa pra mim! Huaheuaheuaheuaheuaheuaheu

    Eu não acredito que você parou bem neste momento, mulher, você quer mesmo me deixar sem ar!!!!
    Alixxxxxxxxx! Soldado, cadê você?????
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @pmattos já que eu sou do mal, vou deixar vc pensar mais um pouco sobre a característica do TS3 que mencionei :P

    Capítulo 12

    – Botânica! Pssst! Botânica – chamava a distante voz de Jack, enquanto Alix lentamente abria os olhos, ainda atordoada pelo ataque surpresa. Viu o soldado ainda embaçado à sua frente, com as mãos para trás e, quando deu por si, notou que suas próprias mãos estavam na mesma posição. Podia sentir cordas prendendo seus pulsos, bem como os tornozelos. Alix piscou, fazendo a visão se tornar mais nítida, e conseguiu ver Jack, que dava graças por ela estar acordada. – Por que ficou apagada por tanto tempo? – indagou preocupado. Alix, embora ainda confusa com a situação, tentou responder, mas foi interrompida. – Bom, não importa – falou se arrastando até ela. – Eu tenho um plano.

    – Sou toda ouvidos, Soldado – disse sonolenta. – Mas onde estamos?

    – Não faço ideia! – disse simplesmente, afinal estivera ponderando o mesmo durante o tempo em que esperara que Alix acordasse e chegara a conclusão de que, fosse onde fosse, não queria estar ali, portanto seu plano era fugir e não fazer perguntas. – Imagino que meu palpite seja o mesmo que o seu. Não quanto ao lugar, mas quanto ao motivo – Alix assentiu e pôs-se a observar aquele ambiente, constatando que não passava de um porão escuro, cheio de caixas e todo o tipo de quinquilharias, muito parecido com as casas daqueles programas sobre acumuladores. Por fim ela decidiu perguntar qual era o plano de Jack, que pareceu estar esperando ansiosamente pela pergunta, pois quando falou estava confiante: – Você sabe que eu sempre carrego um canivete, Botânica – disse como se isso fosse grande coisa e, com esse pensamento, Alix olhou-o confusa, fazendo-o bufar com alguma decepção. – Vou cortar minhas cordas e depois as suas.

    – Suas mãos estão amarradas nas costas, Jack, vai acabar se cortando – falou repreendedora. – Essas coisas só funcionam em filmes.

    – Se funciona em filmes é claro que funcionará conosco, Botânica. Observe – falou incomodado e se esforçando para pôr seu plano em prática. Nesse momento, surgiu uma luz ao longe e, depois que ela se apagou, surgiu outra, mais fraca, então Alix notou sombras que se aproximavam, uma delas tão robusta que a botânica se perguntou se não seriam três, mas quando se aproximou, notou se tratarem de duas pessoas, uma magra e outra gorducha, ambas usando máscaras de esqui para esconder o rosto.

    – Vamos direto ao ponto – começou a gorducha, muito séria. – Sabem o motivo para estarem aqui e, se não sabem, são mais estúpidos do que imaginamos. Vocês possuem algo que queremos, algo muito importante – acrescentou com intensidade. – Podem nos levar até a fruta por bem ou por mal – e fez um gesto com os punhos, simbolizando uma surra. – E por mal eu garanto que haverá torturas e todos os meios necessários – inabalável, Alix olhou fixamente nos olhos dela, e começou:

    – Pois me torturem o quanto quiserem, seus safados! – gritou furiosa. – Eu não vou entregar a fruta para gente da sua laia! Sequestrando pessoas por aí e apavorando toda a cidade com suas escavações e reinado de terror. Vocês deveriam se envergonhar! – nesse momento os sequestradores trocaram olhares e, em seguida, a outra pessoa avançou ameaçadoramente na direção de Alix. Jack que já estava mais do que pronto, soltou suas cordas e pôs-se de pé, quase caindo por causa dos pés amarrados, mas conseguindo se equilibrar, capturando o homem como refém e colocando a faca do canivete em seu pescoço.

    – Calma, calma! – berrou o homem, assustado. – Eu não ia machuca-la, só queria perguntar do que diabos ela estava falando – pareceu legitimo, portanto, Jack lançou a Alix um olhar indagador. Ela olhou diretamente para o homem e depois para a mulher, chamando-os de agentes da MorcuCorp e até deixando escapar alguns xingamentos. O homem riu, desconfortável. – Não somos da MorcuCorp – disse simplesmente, aborrecendo sua parceira, que não evitou exclamar:

    – Ahmed! – e imediatamente cobriu a boca, mas Alix reconheceu o nome e o associou à voz que ouvira.

    – Espera aí! Ahmed Diab? O livreiro? É você? – perguntou espantada com a revelação, afinal estivera conversando com ele desde que chegara, pois sua loja era a única que realmente lhe interessava. Jack aproveitou para arrancar da cabeça dele a máscara, revelando seu rosto tão conhecido. E o homem decidiu se explicar, por mais que sua comparsa não gostasse da ideia.

    – Pensei que fossem dar a fruta a Kamel – falou assustado, quando Jack o soltou. Ele pôs-se a libertar Alix, enquanto Jack cuidava de soltar as cordas do tornozelo. Alix explicou-lhe suas conclusões quanto a MorcuCorp e até os planos que tinham de se livrar da fruta, e Ahmed explicou que eles pertenciam à Resistência. Um grupo de moradores que estavam cansados da opressão da MorcuCorp e que decidiram fazer de tudo para frustrar seus planos, uma vez que ainda não eram capazes de fazer com que fossem embora de Al Simhara. – Acreditamos que Kamel e sua equipe queiram usá-la para desenvolver um propulsor pós-atômico – falou com gravidade. Jack e Alix trocaram olhares confusos e preferiram não falar nada, afinal não faziam ideia do que era aquilo, mas pelo nome parecia perigoso.

    Vencida pela cumplicidade que se formou entre os três depois que Ahmed se desculpou por suas conclusões precipitadas ao ouvir trechos de suas conversas no mercado, motivo que levara à captura do casal, a mulher finalmente tirou sua máscara, apresentando-se como Aisha Lufti, mas deixou claro que, apesar da mudança de opinião do parceiro, ela mesma continuaria a não confiar em Jack e Alix. Por outro lado, seu parceiro acreditava que fazer com que o casal compreendesse a gravidade do problema era melhor do que tortura e, na verdade, eles nem tinham reais intenções de torturar pessoas, só queriam assustar. Aliás, esse esclarecimento fez Aisha mais uma vez chamar seu nome de forma repreendedora, sem conseguir acreditar que Ahmed iria simplesmente contar tudo sobre a Resistência àqueles dois desconhecidos. E como dito antes, Alix e Jack não tinham qualquer intenção de ficar com a fruta e, portanto, a entregariam. Contra a vontade de Aisha, Ahmed até sugeriu a Alix que ficasse com uma fruta, desde que ficasse em segurança na impenetrável sede da Resistência, onde ela poderia estudar a planta, desde que compartilhasse suas descobertas com eles, que asseguravam que não tinham qualquer intenção de usá-la. Lá para altas horas da noite, Ahmed já tinha contado até mesmo os planos que faziam de encontrar as três relíquias sagradas para guarda-las longe das mãos da MorcuCorp, que só podia ter intenções malignas para com estas.

    – O que você acha desses caras, Botânica? – perguntou Jack, em um sussurro, enquanto observavam Aisha repreender Ahmed novamente por sua tagarelice. Alix respondeu com sussurros.

    – Sabe que eu não confio em ninguém, Soldado – falou ela –, mas talvez esses caras realmente tenham um ponto. Talvez seja importante manter essas relíquias em segurança.

    – E desde quando isso é nosso problema? – perguntou um tanto aborrecido. Mas Alix já havia se decidido de que aquilo era seu problema desde o momento em que pusera as mãos na fruta, e disse que deveriam conversar com os locais sobre a resistência e, principalmente, com Firky, não apenas sobre a organização, como sobre as relíquias.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Que maldade, @LolitaDoMal! Huaheuaheuaheuaheuahe

    Ufa! Respirei aliviada que não era a MarcuCop! Pelo menos por enquanto! :cold_sweat:
    Já tava com saudade desses dois!!! <3
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    So94So94 Posts: 371 Member
    editado novembro 2019
    Ola :) acabei de ler o conto e a maldição ate aqui :) estou a a adorar @LolitaDoMal . fiquei fã de Jack e alix. Também gostei imenso da pequena Satis deve ser super fofa sempre com seu ursinho. No capitulo 6,7 fiquei assustada com o soldado e Alix. Gostei que introduzisse bella goth na história, faz parte da história e nunca ninguém se vai esquecer , eu jogo sims desde o número 1 e no dois ela tinha sido levada por alienígenas , sempre nos vai marcar :) apesar no três voltar atrás na linha do tempo e ela ser uma crianca .
    Tal como @pmattos tmb achava que satis poderia ser filha adoptiva de Jack e alix acho que ela deve ter o temperamento de alix. Já vi que Jack não conseguira ter as suas férias sossegadas mas agora algo ficou Mexendo comigo desde o inicio da maldição nos primeiros capítulos, alix se sente cansada e estranha seu temperamento, ate num capítulo ela se cansa a empurrar umaparede com satis enquanto procuravam o ursinho e pensa o motivo de andar a se cansar tanto :) esta alix gravida? Ou eu não percebi bem essa parte?

    Quanto a caRaterista dos sims 3 tmb não me estou a lembrar bem.. Sera que ele tem a planta morte no inventario?
    Fico a espera da continuação :)
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member
    Nossa @So94 , sua atenção aos detalhes é sublime! Amei q vc está lendo e gostando <3
    @pmattos quanto ao detalhe do ts3: o Samir é um sim azarado e esses sims só morrem quando envelhecem, pois a morte diz se divertir com eles
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member
    Capítulo 13!

    – Ahem! – pigarreou Alix, assim que a porta se abriu, revelando um rosto desconhecido e muito confuso. – Sr.... hum... – fez, tentando lembrar-se do nome. Jack parecia congelado, olhando para o homem com o sorriso mais falso que já se viu no mundo. – Madbouli! – falou confiante, estalando os dedos. – Somos aventureiros – anunciou empolgada –, e estamos aqui para dar um jeito nas armadilhas do seu porão – o homem abriu um enorme sorriso e os convidou para entrar, animadamente.

    Os dois haviam feito suas perguntas sobre a Resistência pelo mercado, como prometido, e ficaram sabendo que eles eram muito queridos, embora ainda atraíssem desconfiança de um ou outro pessimista, mas mesmo estes não reclamavam de haver alguém enfrentando a MorcuCorp. Na verdade, tudo o que não queriam era serem envolvidos, afinal detestariam enfrentar as consequências disso. Por fim, acabaram voltando ao livreiro para uma conversa séria e ele acabou novamente falando mais do que devia, contando sobre um livro muito importante e único, que tinha informações sobre as relíquias que procuravam. Sem ele, a única alternativa que tinham para encontrar as relíquias era aquela usada pela MorcuCorp: escavar toda Al Simhara. Segundo suas fontes, o livro ficava em uma biblioteca tão antiga que após milénios acabou soterrada por inúmeras tempestades de areia, e atualmente ficava sob uma das casas de Al Simhara. O nome Madbouli foi reconhecido por Jack, que se lembrava de Rory falando sem parar sobre o contrato que vira no quadro de avisos dos aventureiros, onde aquele homem pedia que alguém fosse desarmar as armadilhas em seu porão, afinal todas as vezes que descia para pegar néctar, acabava tendo água esguichada nos fundilhos, ou pior: fogo. Rory estava confiante depois de ter desarmado tantas armadilhas naquela tumba, mas ainda era um covarde e, portanto, não tinha tomado coragem para ir até a casa.

    Enfim, Jack e Alix decidiram ajudar a Resistência e por isso lá estavam. Receberam um rápido curso de desarmamento de armadilhas com Satis, nada grandioso, mas serviria para mantê-los vivos durante a busca. Alix parecia mais interessada em explorar uma biblioteca antiga do que em salvar a cidade, na verdade, e, para que a missão virasse o paraíso, só faltava descobrir plantas raras soterradas em meio aos livros. Mas tudo o que encontraram em meio a qualquer coisa que tocavam, desde que puseram os pés no porão, foram armadilhas de todos os tipos. Alix foi esguichada tantas vezes que ao fim da exploração estava mais encharcada do que uma esponja, e Jack se salvou por pouco de uma perigosa armadilha que disparava dardos tranquilizantes. Descobriram que seu treinamento com Satis não fora nem um pouco efetivo e até chegaram a desejar que Rory estivesse presente, não que eles não tivessem chamado o covarde, mas ele fugira dizendo que tinha coisas para fazer e ninguém o viu durante todo o dia. Acontece que, antes que pudessem ouvir o tão famoso clique, as armadilhas simplesmente disparavam e eles conseguiam salvar o braço por pouco.

    – É isso, Botânica – falou Jack, decepcionado –, precisamos de ajuda, ou desistimos – enquanto falava, ele seguia Alix, que parecia tão interessada com uma parede específica, que nem ouvia bem o que Jack dizia. – Sugiro pegar Lockard desprevenido, amarra-lo e trazê-lo para cá. Sei o que está pensando – começou, embora Alix não tivesse dito qualquer coisa, uma vez que se ocupava de tatear uma parede vazia –, Madbouli vai estranhar se chegarmos com um cara amarrado, mas você é boa em inventar histórias para essas situações – agora Alix havia arrastado um pouco uma estante e tateava atrás dela, esticando tanto o braço que espremia o corpo contra a estante. – Podemos dizer que é perigoso, ou qualquer coisa do tipo – incomodado com a falta de atenção da botânica, Jack levava a mão para tocar-lhe o ombro, quando se ouviu um enorme barulho ecoar pelo teto, parecendo o som de engrenagens. E se seguiram cliques altos por toda a parte. Alix tirou o braço de trás da estante depressa e observou o lugar, assustada. Jack até mesmo tirou os óculos para observar, chocado, quando todas as armadilhas se ativaram simultaneamente, prendendo-os junto àquela estante, pois um círculo de armadilhas ao redor deles disparava dardos para todos os lados, tornando impossível atravessar. Jack olhou para Alix, engoliu em seco e esfregou os olhos antes de recolocar os óculos. Alix o observava com olhar de culpa. – É nesse momento que eu confesso todo meu amor por você, ou que começamos a gritar enlouquecidamente por socorro?

    – Bem, Soldado – começou, calmamente demais para o gosto de Jack –, eu não faria objeções quanto a primeira opção, mas existe uma terceira, que envolve você me ajudando a empurrar esta estante, pois abri uma passagem secreta atrás desta – assim ele fez, e os dois atravessaram para a relativa segurança de um corredor muito escuro, que levava para uma escada, depois para outra e mais outra, tantas que até perderam a conta. Depois entraram e saíram por tantos corredores, que já nem lembravam o que procuravam, mas ninguém fez objeções, pois pelo menos não havia mais armadilhas ali, o que não foi o suficiente para impedi-los de se sentirem apreensivos durante toda a exploração. Finalmente chegaram à um enorme salão onde havia um grande buraco e uma corda por onde Jack desceu primeiro, dizendo que verificaria a segurança do lugar antes de avisar à botânica que podia descer, mas a exclamação que Jack soltou ao chegar lá embaixo deixou Alix tão empolgada e curiosa, que esta desceu imediatamente, ficando maravilhada ao vislumbrar a magnifica biblioteca, cujas estantes eram tão longas que pareciam ultrapassar o céu. Havia escadas igualmente enormes presas a trilhos que percorriam todas as estantes para que se alcançasse os livros mais altos. Enquanto Alix se maravilhava, percorrendo o grande salão redondo e apontando para as pilhas de livros pelo chão, que caíram das estantes por causa de algum desastre, Jack levava as mãos à cabeça, sem acreditar no tamanho do lugar e, dramaticamente, dizendo que demorariam meses para encontrar o livro que procuravam.
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    priscamelo77priscamelo77 Posts: 179 Member
    Oi galera!!! Finalmente consegui me att da história que está cd vez mais legal!!!
    Não sabia dessa característica do Sims 3, viu só! Lendo e aprendendo 🤣🤣🤣
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    editado novembro 2019
    Eu não disse que você ia ler rápido e adorar, @So94! A @LolitaDoMal escreve muito bem e nos prende de uma maneira! E cara, vc é detalhista mesmo, eu nem pensei em gravidez, achei que era maldição da múmia, mas agora to encucada! Huaheuhauehauehauehuaehu
    @priscamelo77, sua sumida, disfarça não, queremos saber do Phillip, do Caleb e da Eve!

    @LolitaDoMal, cara eu nunca tive coragem de jogar com esse traço, mas agora sabendo disso acho que vou arriscar algum Sim meu com ele! Huaheuaheuaheuhauehauehauheuaheu
    Caramba quando eles conseguem desativar algumas surgiram mais tantas! Eu nem consigo respirar nessa série!!!

    "Madbouli vai estranhar se chegarmos com um cara amarrado", aheuaheuaheuaheuaheuaheuaeh aquele momento em que vc vê o quanto Jack já se acostumou com Alix.

    PS: Eu fiquei tensa, pq entrei de manhã no fórum e vi que tinha capítulo, mas estava com compromisso, e só consegui responder as dúvidas, só cheguei em casa agora, já vim direto leeeeeeeeeer! <3
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