A Maldição De Al Simhara

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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member
    pmattos escreveu: »
    @priscamelo77, sua sumida, disfarça não, queremos saber do Phillip, do Caleb e da Eve!

    Pois é dona @priscamelo77 , eu assino embaixo. Cadê o Phill?!
    pmattos escreveu: »
    E cara, vc é detalhista mesmo, eu nem pensei em gravidez, achei que era maldição da múmia, mas agora to encucada! Huaheuhauehauehauehuaehu

    Eu não confirmo nem nego quaisquer dessas suposições mwahahaha

    pmattos escreveu: »
    @LolitaDoMal, cara eu nunca tive coragem de jogar com esse traço, mas agora sabendo disso acho que vou arriscar algum Sim meu com ele! Huaheuaheuaheuhauehauehauheuaheu

    Eu cheguei a ter uma vampira realmente imortal no ts3: ela tinha esse traço + aquela recompensa pra não queimar no sol + meu jogo com envelhecimento desativado.

    pmattos escreveu: »
    "Madbouli vai estranhar se chegarmos com um cara amarrado", aheuaheuaheuaheuaheuaheuaeh aquele momento em que vc vê o quanto Jack já se acostumou com Alix.

    kkkkkkkk pois é, ia acontecer mais cedo ou mais tarde
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    priscamelo77priscamelo77 Posts: 179 Member
    @pmattos tô morrendo de sdds deles, não vejo a hr de conseguir retomar minhas histórias!
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    So94So94 Posts: 371 Member
    @pmattos eu mal li q se sentia assim imaginei logo o capitulo de ela contar a Jack que tava gravida ahahah. E o meu lado familiar que da logo sinal

    @LolitaDoMal você não nega nem diz que sim ... Não me engana eu sei bem q esta ahahah só posso estar certa :)
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    @LolitaDoMal faz jus ao seu nome, meninas!
    Vai matar a gente de curiosidade Huaheuaheuaheuaheuaheuaheuaheuaheuaheuaheuaehuaheuah
    Adorei a ideia do "realmente imortal" (muahá >:) )
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    priscamelo77priscamelo77 Posts: 179 Member
    Certeza que ela está grávida!!!
    🥰🥰🥰
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    Grávida? Amaldiçoada? Os Dois? Façam suas apostas, meninas! E enquanto isso apreciem o...

    Capítulo 14 (que ficou maior do que o esperado =x)

    Durante todo o tempo em que estiveram na biblioteca, Jack realmente acreditou em sua frase dramática. Na verdade, até Madbouli preocupou-se com a demora do casal, mas ao descer para o porão deparou-se com a catástrofe das armadilhas e decidiu recuar, dando-os por mortos e já até pensando em desculpas para dar a polícia quando fossem fazer perguntas sobre os estrangeiros, mas deixou o assunto de lado quando viu que não era muito bom com desculpas, além disso, se deu conta de que ninguém realmente se importava com os aventureiros que estavam sempre desaparecendo ou morrendo em um trabalho e outro. Enquanto isso, Alix divertia-se ao dar voltas e mais voltas, pendurada na escada, enquanto percorria os trilhos nas estantes. Tirava livros e mais livros, desejando que pudesse levar todos consigo. Sua empolgação era tanta que já nem se lembrava do livro importante que procurava. Quem se empenhou nesta parte foi Jack, embora preguiçosamente e suspirando a cada pilha que vasculhava em vão. A calmaria do lugar fazia com que intimamente ansiasse para que pelo menos alguma armadilha surgisse de repente para agitar as coisas. Ouvia a voz de Alix, falando sobre vários assuntos que encontrava nos livros, tão depressa que se preocupou se ela estava tendo tempo para respirar.

    A botânica não estava assim tão sem foco quanto parecia a Jack, na verdade em sua animação em verificar cada livro, percebeu que estavam ordenados por assunto, exceto é claro por aqueles que estavam no chão, cujo espaço em vazio na estante chegou a ser um empecilho. Mas depois de percorrer quase a sala inteira, Alix finalmente encontrou um enorme livro dourado, tão pesado que acabou escorregando de sua mão, quando ela terminava de remove-lo. O aviso de cuidado de Alix chegou um tanto atrasado, talvez por causa da altura, mas Jack não só conseguiu se esquivar – antes de ser atingido na cabeça –, como conseguiu pegar o livro antes que tocasse o chão. Alix desceu depressa, perguntando se ele estava bem, afinal daquela altura não conseguira ver direito seu incrível salvamento. Jack não só lhe assegurou de que estava bem, como também fez pose ao erguer o pesado livro, dizendo que nem era tão pesado assim, embora estivesse praguejando por dentro e perguntando-se se a coisa era feita de ouro maciço. O soldado ia dizendo que, enquanto procurava pelo livro, teve tempo para pensar em como sairiam do lugar, deixando Alix ansiosa ao dizer que mostraria a ela seu plano brilhante antes de conta-lo. Quando subiram todas as escadas de volta, ficando mais cansados do que na primeira viagem, Jack colocou o livro no chão e pôs-se a empurrar a estante, deixando que caísse sobre uma das armadilhas, desativando-a. Diante dos aplausos de Alix ele fez uma reverência exagerada, enquanto pegava o livro do chão.

    Subiram na estante derrubada, fazendo-a de ponte e voltaram para cima, esquivando-se das armadilhas. Jack escondeu o livro atrás de si, da melhor forma que pôde, enquanto Alix lamentava por não terem sido capazes de desarmar as armadilhas, sugerindo que Madbouli procurasse Rory, dizendo que o homem era um especialista. Madbouli não se aborreceu, pois ficou aliviado em saber que não haviam morrido e, portanto, ele não precisaria se explicar para quem surgisse procurando pelo casal. Estes, foram levados até a sede da Resistência, novamente com os rostos cobertos, visto que ainda não eram confiáveis, mas pelo menos estiveram acordados durante o percurso. Jack cuidou de entregar o livro a Aisha, enquanto Ahmed levava Alix até a planta que ela lhe entregara mais cedo, para que fosse mantida em segurança ali. Aisha ficou muito satisfeita em ver o livro, mas como não era de seu costume, não sorriu, nem mostrou qualquer empolgação, apenas continuou a observar o soldado com desconfiança, enquanto abria o livro para analisa-lo. Por fim, suspirou dizendo que levariam algum tempo para localizar e traduzir as informações de que precisavam e, contra sua vontade, Ahmed surgiu dizendo a Jack, animado, que avisaria a eles quando tivessem as informações, mas o soldado acreditava ter feito o bastante e estava satisfeito por Alix não ter ouvido aquela parte, por estar muito ocupada conversando sobre a planta com uma das irmãs de Aisha. Na verdade, Jack tinha outros planos para o dia seguinte, e nesses não havia espaço para mais aventuras perigosas em tumbas, à procura de relíquias.

    Naquele dia, o soldado acordou tão alegre que Alix achou que havia no quarto algum gás alucinógeno, mas Jack logo explicou que o motivo de sua alegria era que ele havia preparado um dia perfeito para os dois, longe de todas as corporações e malucos que atrapalhavam suas férias. Ele até mesmo prometia uma grande surpresa para o fim do passeio e, animada com a proposta, Alix também disse que teria uma surpresa para ele. Para aumentar sua animação, Jack disse que seu dia especial envolvia um jardim secreto e cheio de plantas exóticas, do qual ficara sabendo através de Rory, porém – como o homem não era lá muito confiável –, teve a existência confirmada por Firky, que também lhe dera um mapa. Depois, acrescentou que planejara um piquenique, fazendo com que Alix não evitasse a pergunta:

    – Você cozinhou, Soldado?

    – É claro que não, Botânica – respondeu depressa, atraindo um sorriso aliviado de Alix.

    – Esse dia fica cada vez melhor!

    Embora o dia corresse como o planejado e até melhor, a natureza paranoica de Jack fazia com que se preocupasse que a qualquer momento algum desastre viria estragar seu plano impecável, e nem mesmo a botânica conseguiu desviar seu pensamento disso. Aliás, bem como ele suspeitava, seus planos seriam realmente interrompidos por uma aparente tragédia que ocorrera na sede da Resistência: a planta de Alix simplesmente entrara em combustão espontânea e explodira, destruindo boa parte da área onde estava sendo mantida. Esta informação veio através de uma ligação desesperada de Ahmed e, preocupada com as pessoas que pusera em perigo ao deixar a planta guardada na sede, Alix quis visitar o lugar imediatamente. Naquele momento, Jack era a pura imagem da fúria, e quem olhava para seu rosto tinha a impressão de que explodiria a qualquer momento. Estava sentado em um sofá, afastado de todos, com os braços cruzados e balançando a perna nervosamente, enquanto remoía não só os planos interrompidos, como o fato de que nenhum dos dois conseguira cumprir sua promessa para o fim do passeio. O pior, pensava, era que o desastre nem fora tão grande, pois a Resistência cumprira sua promessa quanto a não usar a planta, e, portanto, não passavam muito tempo perto dela, logo ninguém foi ferido. A destruição era notável, mas nenhum equipamento importante fora atingido.

    Enquanto Jack se envolvia em sua aura de fúria, Alix discutia com a irmã de Aisha – Layla –, sobre o que poderia ter causado a combustão da planta, mas nenhuma das duas conseguiu descobrir o motivo, mesmo que tivessem assistido os vídeos da câmera de segurança repetidamente. A única forma de descobrir seria pesquisar em livros, agora que não possuía mais amostras da plana, uma vez que se livraram da outra, acreditando ser perigoso guardar duas. Depois que a botânica percebeu que seria inútil continuar a rever os vídeos, voltou para Jack, notando sua aura e decidindo livra-lo desta. Aproximou-se, segurando seu rosto e dizendo que não havia porquê se concentrar no que dera errado, quando ele deveria estar pensando na parte do plano que deu certo e no dia maravilhoso que passaram juntos, antes da interrupção. E depois de um silêncio desconcertante da parte do soldado, cuja aura não desaparecera, Alix quase se afastou, mas Jack se apressou em puxa-la para si e fazer com que sentasse sobre suas pernas. Disse que ela tinha razão, embora soasse como se dissesse a contragosto, acrescentando que não havia momento mais perfeito do que aqueles em que estavam juntos, e como não aguentava mais a espera, decidiu cumprir sua promessa ali mesmo. O mistério deixava Alix inquieta. Jack tirou do bolso uma caixinha, abrindo-a e pronunciando a frase que praticara tantas vezes, de diversas formas, mas como sempre, no momento do pedido soou gago e desajeitado, mas Alix não deu atenção a esta parte, pois sentia um profundo medo junto de uma felicidade que não cabia em seu corpo, e respondeu afirmativamente, embora sua voz tivesse soado trêmula e distante. Jack até teve dificuldade para colocar o anel no dedo da botânica, pois sua mão não parava de tremer. Por fim, ela desejava abraça-lo e beija-lo, mas Jack a fez hesitar quando apertou sua mão com mais força, observando uma estranha marca negra que tinha nas costas da mão.

    – De onde surgiu essa marca, Botânica? – perguntou preocupado. Antes que ela pudesse responder, Ahmed se aproximou depressa, agarrou sua mão bruscamente, erguendo-a no alto para analisar a marca e, apavorado, exclamou:

    – A marca da múmia!
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    So94So94 Posts: 371 Member
    editado novembro 2019
    Agora com a marca da múmia parece que e maldição mas eu vou manter meu palpite ela esta gravida :) só espero que não seja um bebe múmia ahahah.
    Mas sim acredito que gravida esta pode estar e amaldiçoada também
    Post edited by So94 on
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Você ainda me mata, @LolitaDoMal! Eu aqui comemorando "O Jack pediu! O Jack pediu!"...
    Aí vem essa marca... Affffff

    Agora to aqui entoando mantra... "Tudo vai ficar bem", "Tudo vai ficar bem"...
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    AHHHHHHHHHHH, e já ia me esquecendo... Não se envergonhe de fazer capítulos longos, aheuaheuahehauehaueaueh eu adorei!
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    priscamelo77priscamelo77 Posts: 179 Member
    Que longo que nada, eu quero é mais!!!
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member
    So94 escreveu: »
    só espero que não seja um bebe múmia ahahah.

    kkkkkk agora eu fiquei curiosa com o bebê múmia, será que precisa usar fraldas, ou as faixas de múmia seguram?
    pmattos escreveu: »
    Você ainda me mata, @LolitaDoMal! Eu aqui comemorando "O Jack pediu! O Jack pediu!"...
    Aí vem essa marca... Affffff

    Agora to aqui entoando mantra... "Tudo vai ficar bem", "Tudo vai ficar bem"...

    Gente, minha especialidade é tragédia antes de ser romance kk o nick já deveria ser aviso o bastante :P

    @pmattos e @priscamelo77 já que não se incomodam, vou aumentar um pouquinho meu limite de palavras por capítulo ;) hehe

    Capítulo 15

    Ao som do desespero de Ahmed, não demorou para que se formasse uma multidão ao redor de Alix. Todos os membros da Resistência, ali presentes, estavam decididos a analisarem a marca na mão da botânica, fazendo conjecturas e contando, cada um, o pouco de informação que tinham sobre o seu significado. Todos meros rumores: uns diziam que significava que ela fora marcada como esposa de uma múmia e que logo deveria se juntar àquele que a amaldiçoara, em seu sarcófago; outro que a marca representava loucura e que aos poucos Alix perderia completamente sua sanidade, como o caso daquele aventureiro que saíra correndo pelo rio, arrancando as roupas e gritando palavras em um idioma desconhecido; alguém surgiu dizendo que tudo aquilo era bobagem e que, por Alix ter interrompido o sono na múmia, teria roubado seu descanso e por isso se sentiria cada dia mais cansada, até que cairia em um sono eterno. Diante deste último rumor, Aisha Lufti tomou a frente dando a Alix a informações definitiva sobre a marca:

    – Talvez esta seja a afirmação mais correta, Srta. Hulick, pois apenas uma coisa é certa quanto a Maldição Da Múmia: você morrerá em quatorze dias – anunciou com pesar. Alix sentiu sua respiração parar e sua mente perder-se nos mais diversos pensamentos. As vozes na sala tornaram-se abafadas e distantes. A voz de Jack sobressaía, pois naquele momento Alix pensava nele. Tinha seus momentos de prever o futuro com pessimismo e seus olhos se encheram de lágrimas antecipadamente. Ela nem mesmo ouviu a pergunta de Jack, que mais soava como afirmação:

    – Mas existe uma cura!? – Aisha abanou as mãos.

    – Pft! Existem várias – disse simplesmente, fazendo Jack suspirar aliviado e voltar-se para Alix, sorrindo.

    – Ouviu isso, Botânica? Está tudo bem – falou com otimismo, esfregando o ombro dela. Então perguntou quais eram as curas, pois deveriam se apressar, afinal Alix já havia perdido alguns dias de seu prazo.

    – Eu não faço ideia! – disse Aisha, lançando a Ahmed um olhar significativo, afinal ele era o especialista em coisas que só se vê em livros. Mas este tampouco conhecia todas as curas disponíveis, disse apenas que a meditação era uma delas, mas que deveria ser feita em lugares especiais, geralmente dentro de pirâmides. Como se meditar simplesmente já não fosse difícil o bastante, pensou Alix, que jamais conseguira esvaziar sua mente agitada. Para sua sorte, um dos presentes conhecia outro método que envolvia o beijo de uma cobra, e acrescentou que seria fácil conseguir essa de qualquer encantador experiente no mercado, mas alertava que deveriam procurar por um com os níveis mais altos, pois o ato envolvia a conjuração de uma cobra mágica.

    – Mágica? – indagou Alix, surpresa. O homem assentiu e Ahmed se adiantou em dizer que, do pouco que sabia, todas as formas de cura envolviam atos mágicos. – Oh! – fez Alix diante da constatação, enterrando o rosto no peito de Jack e deixando as lágrimas caírem, sem acreditar que tinha qualquer esperança de ser salva. Jack a abraçou, dizendo que aquele não era o momento para ceticismos e lembrou-a das duas vezes que viram Samir Amin voltar dos mortos. Com essa ideia em mente, disse que deveriam ir até ele para pedir conselho. Aliás, como estariam no mercado, podiam tentar encontrar o tal encantador, pois esta parecia a opção mais fácil no momento.

    Pelo menos parecia fácil e indolor na mente de Jack, pois quando viu a botânica paralisada e sendo perigosamente observada pela cobra que se erguia do cesto do encantador, não conseguiu evitar o nervosismo e, em vários momentos, cobria os olhos. Firky havia indicado o melhor encantador do mercado e, este dissera que na verdade Alix que deveria encantar a cobra, mas como a botânica não possuía qualquer habilidade naquele quesito, ou na área musical, ele disse que tentaria uma técnica muito complicada para fazer com que a cobra se concentrasse em seu alvo e não nele próprio. Alix naquele momento parecia mais hipnotizada do que a cobra, olhando seus profundos olhos de fogo-fátuo, completamente descrente para soluções místicas que pudessem funcionar nela, acompanhava com a cabeça os movimentos da criatura e não sentia medo, pois o som da flauta parecia realmente encanta-la e fazer com que esquecesse do perigo. Foi Jack quem não aguentou a pressão e acabou agarrando a botânica pela cintura a afastando-a do cesto, dizendo que tentariam outra cura, visto que ainda tinham bastante tempo.

    Seu plano era falar com Samir sobre seu estranho pacto com a Dona Morte, mas o homem não pôde ser encontrado em lugar algum, pois naquele dia era feriado e, contra todas as regras do comércio, Samir decidira deixar o bistrô fechado em vez de aproveitar os clientes que estavam de folga. Foi então que Satis finalmente chegou em casa e contou a eles que seu pai costumava refugiar-se em um dos jardins das redondezas, naquele onde conhecera sua mãe, pois não tinha rancor pela fuga da mulher e, na verdade, preferia recordar-se com carinho dos bons momentos que tiveram. Jack quase contou à criança o motivo para a procura, mas antes que pudesse, foi interrompido por um tapa na nuca, dado por Alix, que preferiu contar à criança alguma mentira esfarrapada. Então partiram, seguindo as instruções de Satis e não demorando para encontrar o lindo jardim onde Samir, muito distraído, observava as nuvens, deitado no chão. Mal se aproximaram do homem – Jack já até tinha seu nome na boca, prestes a ser pronunciado –, quando de repente o viram erguer o torço, apontando para o céu e, com um terrível barulho, uma bola de fogo caiu do céu, fazendo Samir desaparecer em chamas e destroços. Alix abafou um grito, cambaleando para trás, muito assustada, e Jack ficou boquiaberto por um segundo, antes de correr na direção dele, chamando seu nome. Jamais se acostumariam com aqueles eventos.

    A Dona Morte pareceu vir no rastro do satélite que esmagou Samir, pois apareceu imediatamente, flutuando em sua aura negra. Ela fez aquele ritual já conhecido e o fantasma de Samir, com aspecto amaçado, atravessou o satélite, flutuando na direção dos três. A Dona Morte o ceifou aos risos, deu tapinhas em seu ombro e flutuou para longe, enquanto Samir limpava a testa com seu lenço.

    – Olá, vocês! – saudou animadamente ao ver o casal, como se nada houvesse acontecido, e desculpou-se pela bagunça, olhando para os destroços do satélite e, em seguida, guindo Alix e Jack para longe deste. Alix precisou de mais tempo para se recuperar do choque, mas Jack já avisava, em detalhes, o motivo pelo qual o procuravam, mencionando o acontecimento recente como referência para sua enorme sorte com as questões da morte. – Sorte? – indagou nervosamente. Embora Jack considerasse sorte escapar frequentemente da morte, Samir considerava azar ser frequentemente atingido por ela. – Mas não nego que haja algo especial em mim, Sr. Kirby – falou lançando um olhar ao céu. – Minha Observadora que me protege, embora não de forma tão agradável. Bem, devemos aceitar seus métodos, não é? – e virou-se para Alix. – A senhorita deveria pedir a Observadora que remova sua maldição, ela tem este poder – Alix bufou.

    – Desculpe Sr. Amin, mas a mera menção à um ser divino e agente do caos, que controla nossas vidas e nos observa o tempo todo é não só absurda, como também estúpida – disse ela, mas Samir não se abalou.

    – Pode desdenhar o quanto quiser, Sra. Hulick, mas é a realidade – falou muito calmamente. – Se for a vontade da Observadora, sua maldição poderá ser removida através de códigos e cliques, embora estes sejam pouco apreciados entre os outros Observadores – falou misteriosamente, mas Alix estava irredutível e jamais recorreria a divindades.

    Por fim, Samir disse que, como gostava dela, rezaria à Observadora, mesmo contra sua vontade. Alix não lhe impediria, pois respeitava sua crença, embora não acreditasse que funcionaria. Os três voltaram ao mercado e estranharam a ausência de Satis, porém, Samir teve que procurá-la sozinho, pois Ahmed tinha um assunto urgente para tratar com Alix e Jack. Contava que haviam decifrado uma parte importante do livro e que sabiam a localização exata da Relíquia Do Sol, que deveria estar em uma sala específica da Pirâmide Dos Ventos. O livro lhes dava também informações de como chegar em segurança até a sala onde estava a relíquia, mas havia algo mais importante, apressou-se em acrescentar ao ver que Jack não tinha qualquer intenção de entrar em mais uma tumba perigosa, principalmente quando Alix fora amaldiçoada em uma. Acontece que Ahmed descobrira que naquela mesma sala havia uma saleta secreta, um lugar sagrado e um dos muitos em que um amaldiçoado deveria meditar para se curar da maldição.
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    So94So94 Posts: 371 Member
    Samir e mesmo azarado ainda bem que os azarados são difíceis de morrer.
    Gostei imenso deste capitulo...
    Parece que meditar seja mesmo a melhor solução para alix.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Oba! Mais capítulos grandes! *-*

    Espero mesmo que achem a cura para essa maldição o mais rápido possível. Que angústia! Não vou aguentar ver a Alix enfraquecendo :(
    E o Samir... Nem sei mais o que dizer, aheuaheuaheuaheuaheuaheuahe
    Onde será que se meteu a Satis???
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    priscamelo77priscamelo77 Posts: 179 Member
    Ah não... Eles precisam achar uma cura para Alix, não vou aguentar vê-la partir... Nem pensar...
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    Capítulo 16

    O plano de Ahmed era partir na manhã seguinte com sua equipe e, se Alix estivesse interessada na cura prometida, deveria encontrar o grupo nas Ruínas De Karnak às tal horas. Por mais que Jack já confirmasse a presença dos dois no ponto de encontro, Alix dizia que pensaria no assunto, o que os levou a uma breve discussão sobre ser indiscutível testarem todas as curas disponíveis até que alguma funcionasse, mas Alix rebateu o que aconteceu com a cobra e Jack disse que aquilo foi perigoso demais. A botânica sabia que ele não gostava muito de alguns tipos de animais, mas até mesmo Jack suspirou ao dizer que, se não encontrassem qualquer alternativa, a cobra voltaria a ser uma opção. Naquele momento, porém, eles decidiram adiar a discussão para ajudar Samir a procurar por Satis, pois o homem dizia ter procurado em todos os lugares onde a filha costumava se esconder. Jack foi dramático ao sugerir que ela voltara a entrar em alguma tumba atrás de seu ursinho, enquanto Alix acreditava que ela não estivesse muito longe e decidiu procurar pistas no quarto da criança. Mal entrara, quando ouviu um som abafado vir de dentro do guarda-roupa e não demorou para identificar como choro, portanto foi até o móvel e bateu como se fosse a porta do quarto, chamando o nome da menina e perguntando se estava ali, afinal já não confiava mais nos próprios sentidos.

    Por mais que Alix insistisse, não houve resposta, mas como não estava disposta a desistir, sentou-se na frente do guarda-roupa e perguntou o motivo para Satis estar chorando. Para sua surpresa ela respondeu, entre soluços, dizendo que não só sabia que Alix estava amaldiçoada – pois identificara sua mentira imediatamente e os seguira até o jardim, onde contaram a Samir –, como acreditava que era a culpada. Não apenas por ter desobedecido e entrado na pirâmide, como pelo fato de que a múmia a teria atacado e não a Alix, naquele momento. A botânica rebateu este último dizendo que não havia uma realidade em que ela deixaria alguém ser atacado por uma criatura daquelas, sem se meter na frente se tivesse a chance. Quanto a primeira, bem, não fazia diferença, afinal ela própria escolhera entrar na pirâmide e, mesmo que Satis não estivesse lá, o ataque teria acontecido e talvez tivesse acabado de forma ainda mais desastrosa, uma vez que a menina distraíra a múmia para que Jack a acertasse. Uma coisa era certa: Satis não tinha culpa alguma. Mas a criança não se acalmou, pois dizia que outra coisa certa era a morte de Alix e, por mais que a botânica dissesse que a culpa não era sua, Satis não queria que morresse, pois gostava muito dela.

    – Satis – chamou Alix, após um suspiro desanimado –, será que pode sair por um segundo? – pediu e, meio relutante, a garota saiu abraçando seu ursinho e com o rosto molhado de lágrimas. Alix contou-lhe, enquanto secava seu rosto, que alguém lhe contara que havia muitas curas para a maldição e tudo o que precisavam fazer era descobri-las. No entanto, Satis perguntava o que aconteceria se não encontrassem a cura, ou se estas falhassem. Alix segurou-a pelos ombros, fitando-a profundamente e disse: – A morte não é o fim, Satis, pois, mesmo que eu parta, sempre estarei com você. Aqui – disse apontando para a testa dela –, e aqui – e apontou para o seu coração. Voltando a desmanchar em lágrimas, e não menos desolada, Satis limitou-se a abraçar a botânica com força, enquanto esta lhe dizia que tudo ficaria bem, muito embora tivesse um olhar distante, como se se perdesse em memórias muito antigas.

    A manhã seguinte não seria mais fácil para Alix, que acordou com uma terrível náusea e sentiu que havia vomitado tudo o que comera no dia anterior e toda a bile que tinha disponível no corpo... claro que foi só uma sensação, Firky não precisava surgir mais tarde para falar sobre os sintomas da maldição, dizendo que conhecera alguém que vomitara até as tripas. Como se Alix já não estivesse apavorada o bastante. Aliás, uma das decepções do casal foi descobrir que a equipe de Ahmed era composta não só por Firky como também Rory, que andava se escondendo de Madbouli, pois fizera um péssimo trabalho no porão do homem, deixando uma ou outra armadilha que não lhe pareceram perigosas, e recebera o pagamento como se houvesse terminado o trabalho. Agora todas as vezes que Madbouli descia ao porão, era atingido por um dardo que surgia de algum lugar impossível de ser localizado, pois o fazia dormir instantaneamente. Ahmed acreditava, com ingenuidade, que aqueles quatro eram gênios da exploração de pirâmides, por isso se preocupara em reuni-los outra vez.

    Procurando motivos para animar-se, Jack sugeriu à botânica que contasse qual era a surpresa que tinha para ele no dia anterior, pois parecera como se tivesse alguma notícia importante, mas Alix soou distante e pensativa ao esquivar-se da pergunta, dizendo, de forma pouco convincente, que não era realmente importante. Jack não teve tempo de contestar, pois quando se aproximaram da pirâmide notaram um grande grupo de pessoas uniformizadas escavando o lugar. Ouviam gritos enfurecidos, de ordem, vindos na conhecida voz de Farid Kamel, que dizia aos operários que, se não encontrassem logo uma das três relíquias sagradas, cabeças iriam rolar. Estavam na entrada da pirâmide, o que fez com que os quatro se desesperassem, acreditando que não haveria como passar despercebidos pela MorcuCorp. Ahmed, que liderava o grupo, estava calmo, pois tinha o mapa para a entrada da pirâmide e dizia que aquela era uma entrada falsa e, por mais que a MorcuCorp conseguisse passar por ela, teriam pela frente um caminho muito mais longo e perigoso do que aquele que estavam prestes a usar.

    O caminho apontado por Ahmed era claustrofóbico e cheio de escaravelhos que caminhavam pelo teto, fazendo com que o som de suas patas soasse com ecos místicos quase tão assustadores quanto os barulhos que vinham da escavação da MorcuCorp. Este último, provocava pequenos tremores lá dentro, acompanhados por punhados de areia que caíam sobre o grupo, enquanto eles se arrastavam pelo túnel que os levaria para dentro da pirâmide. O caminho era longo e com muitas curvas, de modo que Ahmed sempre tinha a esperança de que na próxima curva veria a luz de alguma sala, mas mesmo quando encontrou a saída, continuava a ver o que parecia ser uma parede escura, dando a impressão de que havia à frente mais uma curva, o que resultou no livreiro tateando o vazio e caindo do túnel, bem em cima de algo que o atirou para cima e depois para frente, fazendo-o cair no fundo da sala. Alix que estava atrás dele, adiantou-se em direção a borda do túnel, gritando seu nome e perguntando se estava bem, sem conseguir vê-lo por causa da escuridão na sala. Como a resposta foi positiva, em meio a gemidos de dor, ela pôs-se a olhar para baixo e, conforme luzes misteriosas e azuladas acendia-se lentamente para iluminar a sala, avistou uma armadilha que de quando em vez lançava fortes jatos de ar. Não demorou para que ela e Ahmed notassem que havia diversas outras armadilhas semelhantes tanto nas paredes, quanto no chão da sala. Muito aflitos, os outros, perguntavam o que diabos estava acontecendo na frente da fila.

    Alix se aproximou da borda com cuidado, esperou que o jato surgisse e saltou para fora tão logo a armadilha se fechou, rolando para um canto e vendo-a ser reativada logo em seguida, errando-a por pouco. Jack, o próximo da fila, já estava avisado sobre o perigo e tentaria repetir o feito de Alix, enquanto ela e Ahmed procuravam a passagem secreta que levaria até a relíquia, segundo o guia de Ahmed. Alix até encontrara duas passagens extras, mas segundo o homem, aquelas os levaria à entrada falsa ou a caminhos sem saída. Não demorou para que Ahmed encontrasse a passagem, sendo ajudado por Rory a empurrar a parede emperrada, enquanto Jack e Alix encostavam os ouvidos em outra parede, ouvindo barulhos cada vez mais altos, misturados as vozes dos operários e de Kamel, ainda furioso, embora se tornando suspeitosamente animado aos poucos. A atenção deles foi desviada para Firky, o último a descer que, com sua falta de agilidade, acabou sendo pego pela armadilha, mas não chegou nem à metade do caminho para o alto feito por Ahmed, pois seu peso era tanto que ele acabou flutuando uns dois palmos acima do chão. Alix e Jack correram para lhe ajudar, mas a armadilha se fechou depressa, fazendo-o cair no chão, tão atordoado que Jack teve que arrastá-lo para longe dela, antes que fosse pego novamente. Foi nesse momento que, enquanto Ahmed e Rory terminavam de abrir a passagem, ouviu-se um enorme barulho de demolição e explosão, junto de uma risada um tanto maligna e uma ordem de avanço. Os agentes da MorcuCorp estavam entrando.
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    So94So94 Posts: 371 Member
    Oh esta história esta cada vez mais emocionante mas continuo a achar que os enjôos são também de gravidez ..apesar de estar a demorar a descobrir. Veremos
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Eu te entendo Satiiiiiiiiiiiiiis! :weary: Como faz pra abraçar essa menina e não largar nunca mais?

    Ai, Gzuiz, Eu estava entoando meu outro Mantra, "Que a MarcuCorp não os encontre, que a MarcuCorp não os encontre", mas daí veio a explosão e eu descobri que meus mantras não são tão poderosos quanto eu imaginava... :pensive:
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member
    @So94 só digo q vc só "ouvirá" essa confirmação pela própria Alix :P

    @pmattos quem disse q eles não funcionam? Eles ainda não foram encontrados e até então td está moderadamente bem ;)
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Ai que bom que vc me deu uma ponta de esperança! Por favor não a destrua! Huahehaeuhauehauehuaheuaeh
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    So94So94 Posts: 371 Member
    @LolitaDoMal vou esperar que ela confirme então. Minha intuição é 100% femenina estão esta sempre certa ahahah estou a brincar
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    Capítulo 17

    Os caminhos por onde passaram pareceram difíceis por conta das armadilhas de ar e corredores tão estreitos que precisavam passar de lado. No entanto, eram capazes de ouvir as vozes dos agentes da MorcuCorp durante todo o percurso, com tanta clareza que por vezes parecia não haver parede alguma a separa-los, e notavam, com terror, que seu sofrimento era muito maior. Os barulhos das armadilhas sendo ativadas, bem como o som de pedras gigantes rolando e de gritos agonizantes e desesperados, como o do homem que dizia ter algum animal andando por baixo de sua pele. Com outros, a voz se afastava em gritos, seguido pela voz de Kamel acusando o fujão de covardia. Aliás, sua voz vibrante era a que mais se ouvia e Alix começava a sentir por ela tanta repulsa que quase vomitou ali mesmo no corredor, mas nem ela acreditava inteiramente que seu mal-estar era causado apenas pela voz do homem ou pelo cheiro de putrefação que as vezes vinha com o ar das armadilhas. Pelo fim da exploração, sentia-se mais cansada do que quando terminaram de explorar a primeira pirâmide, que era muito maior do que essa. Bom, pelo menos estava satisfeita porque algumas das armadilhas de ar refrescavam o lugar com um ar sobrenaturalmente gelado, diferente do efeito das armadilhas de fogo da outra.

    No corredor que levava ao destino deles as vozes da MorcuCorp cessaram, mas o grupo ficou sem saber se haviam desistido ou se apenas se distanciaram. Bem, não importava realmente, dizia Ahmed, afinal desejavam sair da pirâmide antes que pudessem ser encontrados pela MorcuCorp. Alix e Jack, no entanto, se separariam deles antes do planejado. A informação de Ahmed não era tão precisa, pois ainda parecia haver uma provação extra para aqueles que procuravam a relíquia, enquanto a sala onde Alix deveria meditar, estava atrás de uma porta com correntes, que misteriosamente se quebraram quando a botânica se aproximou, permitindo que ela entrasse. Assim fez Alix, temerosa, sendo intimidada pelo olhar vazio de Anúbis, cuja estátua estava de frente para um zafu, onde foi sentar-se, embora sem ter muita certeza do que fazer.

    Por um instante, observou atentamente a estátua diante de si, notando que parecia observa-la, mesmo que antes tivesse tido a impressão de que olhava para cima. Jack também entrou, fechando a porta atrás de si, com cuidado para não fazer barulho. Por fim, Alix suspirou e fechou os olhos. Como sempre, tinha milhões de pensamentos na cabeça. As vozes da MorcuCorp pareciam retornar e ela ouvia seus passos, ou pensava que ouvia. A voz de Kamel vibrando em seus ouvidos. Passos. Os ares das armadilhas lhe sopravam misteriosamente os cabelos. Os escaravelhos percorriam seu corpo, por baixo e por cima da pele. Passos. Seus companheiros de expedição assustados, se afastavam sem ter certeza se eram realmente capazes de saírem vitoriosos, Alix ouvia-os... ouvia também passos. Inquieta, ela abriu um dos olhos para encontrar Jack, muito aflito, andando de um lado a outro, alternando o olhar entre ela e a estátua.

    – Meu amor – chamou Alix, camuflando sua inquietação com doçura –, seu nervosismo só faz aumentar o meu – disse. Jack parou, bufou, abriu a boca para contestar, bufou de novo e por fim deu-lhe um beijo na testa e saiu, dizendo que ficaria do outro lado da porta, esperando. Alix voltou a fechar os olhos, respirando calmamente.

    O tempo passou sem que Alix conseguisse cumprir sua missão. Um segundo parecia uma eternidade, e muitas vezes ela quis desistir, mas a imagem impaciente de Jack lhe surgia à mente e por isso ela continuava. Sentia seu estômago revirar, como se uma luz dentro dela despertasse e preenchesse seu corpo. Involuntariamente abriu os olhos e viu Anúbis ganhar vida e avançar devagar em sua direção. Quando deu por si, notou que estava em uma mesa fria, deitada e aprisionada por amarras invisíveis. Não conseguia mover-se, por mais que tentasse desesperadamente. O olhar de Anúbis, embora vazio e distante, a apavorava, e Alix tentava implorar para que fosse libertada, mas não tinha voz. Anúbis não parecia se dar conta de que ela estava viva, por isso a embalsamava, preparando seu corpo para o destino que lhe esperava em todos os mundos, reais e irreais. Alix não estava pronta, pois aqueles a sua volta não o estavam. Porém o pensamento desapareceu, quando ela decidiu olhar na direção da porta e chamar por Jack. Não havia porta, mas um enorme buraco na parede, por onde ela via Ahmed e os outros dois avançando por um longo salão vazio, em direção à relíquia solitária em seu pedestal, porém, quando avançaram em sua direção, as enormes pedras que compunham o piso começaram a soltar-se uma a uma, deixando apenas algumas ainda intocadas, mas não havia salvação para eles, pois aquelas que se soltaram levavam a um fosso de estacas.

    Os olhos de Alix se abriram com pavor, mirando a estátua imóvel de Anúbis a sua frente, e levantou de um pulo. Não sabia se sua visão era real, previsão, ou confiável, mas correu para fora, alertando a Jack do perigo que os outros corriam e, portando, eles próprios adiantaram-se para seguir os passos do grupo. Chegaram bem a tempo de impedir que Ahmed pisasse justamente em um dos pisos que Alix vira deslocar-se. O salvamento de Jack foi feito com um mergulho, agarrando as roupas do homem por pouco, bem quando este foi engolido pelo buraco que surgiu. Rory imediatamente ajudou Jack e os dois puseram-se a puxar Ahmed para cima, sem deixar de observar, com pavor, as estacas afiadas e manchadas de sangue, além dos tantos esqueletos e ossos soltos que jaziam no fosso. Não havia nada sobre aquela armadilha no guia de Ahmed, mas até aí a relíquia deveria estar na sala anterior e, portanto, perceberam que não seria saudável seguir as instruções do livro à risca. Enquanto o homem se recuperava do choque e Jack e Rory sentiam-se repudiados pelo forte odor de morte que vinha do fosso, Alix avançou confiantemente pelo salão, observando cada uma das pedras e mapeando-as de acordo com sua visão, notando que havia um caminho seguro até a relíquia, um que poderia fazer ela mesma, se saltasse sobre as pedras.

    Decidida, Alix avançou, tendo seu braço agarrado por Jack, que se levantou tão depressa que chegou até ela cambaleando e perguntando se estava louca, mas Alix lhe disse que sabia o que fazer para chegar à relíquia. Na verdade, em sua mente se repetia uma incômoda frase, soada pela voz de alguém que não era ela, como os sussurros de Nyarlathotep, dizendo que não tinha nada a perder, uma vez que já estava jurada de morte. Afinal, sua esperança de cura não lhe rendera mais do que uma terrível dor-de-cabeça e uma visão estranha que ainda saltava em sua mente, e a mancha em sua mão ainda lhe ardia a pele. Alix se soltou de Jack, esquivando-se de sua tentativa para agarra-la novamente, e saltou para o primeiro piso, vendo aqueles ao redor desmoronarem com barulhos tão ensurdecedores que facilmente camuflavam os chamados desesperados de Jack. Temerosa, mas confiante de que a memória não lhe falharia, Alix saltou para outra pedra, tremendo junto desta, que sofria pela queda de suas vizinhas. Jack não aguentou ver o terceiro salto e, por isso, saltou ele mesmo para a primeira pedra, seguindo a botânica, decidido a leva-la de volta mesmo que à força. Mas ela percorreu as últimas com muito mais velocidade e bravura do que as primeiras, chegando à relíquia muito antes que Jack chegasse até ela.

    Alix a retirou, temendo que tivesse interrompido sua visão muito cedo e que talvez algo pior surgisse, mas depois de um minuto do silêncio apavorado daqueles que a observavam, preenchido pelo leve som da areia que caia do teto, por causa dos tremores, ela sorriu, olhando para a relíquia, fascinada e ofegante, sem acreditar em seu feito. Virou-se para Jack, cantando vitória, muito alegre e erguendo no alto o objeto, como um troféu. Jack, em um misto de pânico e alívio, tirou os óculos, suspirando, e esfregou os olhos, elogiando Alix por sua conquista, embora sem muita vontade, visto que ainda sentia o perigo dos buracos mortais ao redor deles. Pediu que Alix lhe atirasse a relíquia e assim ela fez, mas Jack acabou se desequilibrando para pega-la, deixando a todos alarmados ao quase cair no fosso. Em prantos e sabendo que não seria de muita ajuda, por sua pouca força, Alix ainda assim saltou para a pedra onde ele estava, mas quando chegou o soldado já havia se equilibrado sem precisar largar a relíquia e perde-la para o fosso. Ele mirou Rory e lhe lançou a relíquia, pois tinha em mente que ela dificultaria o caminho de volta. Alix, sentindo na pele o desespero de Jack ao vê-la avançar pelas pedras, desculpou-se por seu ato imprudente, embora a voz ainda sussurrasse em seu ouvido.

    O grupo esperou que o casal voltasse, mas antes de fazerem todo o exaustivo caminho de volta, decidiram fazer uma pausa para recuperar não só as energias, como também a sanidade, ignorando o perigo que ainda avançava pelo outro lado da pirâmide.
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    So94So94 Posts: 371 Member
    @LolitaDoMal que panico que eu sofri agora você ainda sera culpada de algum problema cardíaco meu ahahah. Ainda bem que eles conseguiram.

    PS: esses enjoes mesmo com o cheiro.a.mim não Me enganam ah ahahah
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Eu preciso concordar com a @So94! Se eu infartar a culpa é sua @LolitaDoMal! Meu deus que aflição eu só passei sufoco nesse episódio!!!

    Agora é torcer pra eles saírem antes da MarcuCorp chegar!
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @So94 e @pmattos relaxem que ninguém vai infartar (pelo menos não hoje, pois o capítulo está tranquilo) ;)

    Capítulo 18

    Desta vez a história de fogueira ficou por conta de Alix, muito embora não houvesse fogueira, apenas uma lanterna acesa para simboliza-la. Tiveram que encarar a terrível comida seca vendida por Firky, que mais parecia uma almondega de terra, e não havia tempero em todo o Mercado De Especiarias de San Myshuno que melhorasse seu sabor. Era tão horrível que a botânica se perguntou se seria amaldiçoada duplamente por ingerir aquela iguaria, assim lembrando-se de quando ela e Jack foram convocados pelo exército, pouco após os eventos de StrangerVille. Jack, com todo o otimismo que direcionava ao seu querido exército, encorajou Alix a confiar neles, pois o bônus que receberiam ajudaria a pagar as prometidas férias em Al Simhara, além disso, ele até ousou dizer que o trabalho pareceria mais como férias remuneradas, pois estavam sendo mandados para Selvadorada. Como Alix suspeitava, faltou pouco se repetir sua história desafortunada com o exército, mas desta vez o grupo foi atingido por uma maldição muito antes que pudessem encontrar a tal Árvore Das Emoções ou o grande templo Omiscan, pois um dos cabos abriu um baú, sem ser autorizado e foi amaldiçoado imediatamente por uma fumaça negra que o deixou muito deprimido.

    Buscando consolo em um ombro amigo, o cabo acabou por fazer a maldição atingi-lo também, e assim por diante, todos que eram tocados pelos amaldiçoados ficavam deprimidos e sem vontade de fazer qualquer coisa. Quando decidiram isolar a área, havia por toda a relva pessoas atiras no chão, choramingando e reclamando da vida horrível que levavam. Quem salvou o dia foi um estranho esqueleto que surgiu fazendo todos se perguntarem, não sobre a criatura ser capaz de se mover, mas por sua circunferência ser tão avantajada, fazendo todos acreditarem que afinal diziam a verdade aquelas pessoas que diziam não serem gordos, mas terem ossos grandes. Enfim, a criatura disse que aquela era a terrível Maldição De Marvin, e que para combate-la era preciso fazer um antídoto com pó de osso, e foi embora tão misteriosamente quanto aparecera, sem explicar onde encontrar o tal pó. No fim, os militares conseguiram fazer o antídoto e salvar a todos, mas decidiram adiar a exploração para uma ocasião em que estivessem mais preparados e entendessem melhor a cultura local.

    – Eu espero que haja espaço para um especialista na próxima expedição deles – falou Rory, todo confiante –, pois se eu estivesse lá, ninguém sairia amaldiçoado – Alix ficou fitando ele, um tanto aborrecida, por um minuto inteiro. A frase de deboche, quanto a sua própria maldição, subiu-lhe a garganta e voltou a descer, pois naquele curto tempo em que estiveram recuperando as energias, decidira que ignoraria, não só seus pensamentos negativos, como também a maldição. Viveria seus dias plenamente, por mais que não fossem realmente seus últimos.
    Quando as brocas da MorcuCorp voltaram a ecoar pela pirâmide, o grupo decidiu que era hora de partir. Entregaram a relíquia a Aisha sem contar sobre a visão de Alix, pois Jack não confiava inteiramente naquelas pessoas e temia que usassem isso para prender a botânica em sua causa. Por fim, partiram para aproveitar as férias, pois a aventureira que Alix conhecera no primeiro dia conhecia alguns dos lugares onde ela deveria meditar e lhes levaria a eles como guia. Nesses momentos a maldição tornou-se até agradável, pois antes de parar para a meditação, eles ainda exploravam o lugar em segurança e descobriam as histórias por trás destes, afinal Sarajane Oliver – a aventureira –, era uma dessas arqueólogas aventureiras que anda por aí com facões e machados de gelo. Não que Alix precisasse muito das histórias de Sara, uma vez que sempre que meditava tinha terríveis visões sobre o passado daqueles lugares, chegando a se perguntar se aquilo poderia ser uma provação para testar se ela conseguia aguentar as visões até o fim e conseguir a cura. Mas ela não foi capaz, portanto, Jack não protestou quando Alix sugeriu tentarem a sorte com a cobra, de novo.

    Assim, voltaram ao mercado, encontrando Samir pelo caminho, comprando temperos, e decidiram cumprimenta-lo de uma distância segura, temendo que o azar do homem voltasse em mais um satélite ou meteoro, mas surpreendentemente nada lhe aconteceu desta vez, portanto se afastaram e encontraram o mesmo encantador, que se lembrava bem deles e os saudou com entusiasmo, perguntando se Alix estava pronta para mais uma tentativa. A botânica se acomodou no tapete a frente do cesto, sugerindo a Jack que fosse dar um passeio enquanto isso, mas o soldado controlou seu nervosismo para dizer que ficaria ao lado dela, caso aquela criatura vil decidisse ataca-la. Estava preparado para chutar o cesto para longe. Para o seu alívio, tão logo o encantador tocou a primeira nota, Satis o interrompeu ao pular para abraçar o pescoço de Alix por trás, dizendo que ela e Ahmed haviam encontrado uma nova cura em um dos livros dele.

    – Você só precisa encontrar um unicórnio e pedir sua benção! – falou simplesmente e empolgada. Jack engoliu o riso, se abaixou e pousou a mão na cabeça da criança.

    – Cavalos prateados e com chifre, que peidam arco-íris não existem, criança – falou com algum pesar.

    – É claro que existem, Soldado – disse Alix, tão seriamente que ele duvidou que estava ouvindo aquilo sair da boca dela e até levou a mão a sua testa para saber se estava delirando de febre.

    – Pensei que não acreditasse em magia, Botânica – falou surpreso.

    – Eu nunca disse isso, Soldado – falou simplesmente –, só não acredito que curas mágicas funcionem em mim – explicou, fitando-o com um olhar penetrante e fazendo Jack perguntar o porquê, mas desconversou ao notar a decepção e tristeza no olhar de Satis. – Nã-não quer dizer que eu esteja certa – apressou-se em dizer. – Mas encontrar um unicórnio não é uma tarefa fácil, muito menos conseguir sua benção – Satis rebateu dizendo que o unicórnio daria a benção a alguém com um coração puro, e ela acreditava que o de Alix fosse, embora a botânica não tivesse tanta certeza. De qualquer forma, Rory surgiu como por bomba de fumaça, saltando detrás de um arbusto e dizendo que não havia problema, pois ele mesmo encontraria e domaria um unicórnio.

    – A questão do coração fica por sua conta, Hulick – disse ele, confiante. É claro que todos zombaram dele e duvidaram de sua capacidade, baseados nas histórias que contava e também nas oportunidades que tiveram de ver o homem em ação, mas mesmo assim ele não perdeu a confiança e desapareceu após se esconder novamente no arbusto, pois Madbouli vinha correndo na direção deles, praguejando e gritando o nome do aventureiro, mas quando vasculhou o arbusto não encontrou nenhum sinal de Rory e acabou desistindo, jurando que o pegaria na próxima.

    Alix pretendia voltar seu foco para a cobra, mas Jack a afastou do cesto, dizendo que já que ela acreditava no unicórnio, havia uma cura menos perigosa do que a cobra e, portanto, a tentariam antes. Claro que ela tentou protestar, dizendo que a cobra era mais fácil, mas Jack fingiu que não ouviu, levando-a para longe e ignorando o comentário do encantador, que se dizia ansioso para encontra-los novamente no futuro próximo. Os protestos de Alix foram interrompidos por Ahmed, que encontraram um tanto desolado na frente de sua loja. Ele riu sem jeito e repetiu a notícia dada por Satis. Quando Alix perguntou o motivo de sua desolação, ele suspirou e contou que descobriram que a próxima relíquia não estava em tumba alguma, mas havia sido passada de geração em geração nas mãos de uma família da região. Jack disse que ele não deveria se aborrecer, afinal seria mais fácil enfrentar uma família do que uma tumba, e até mencionou aquela vez que invadira a casa de uns militares. Mas acontece que eles não tinham certeza de que a relíquia estava na casa, e a única pessoa que sabia onde encontra-la era Nabila Moussa, a vendedora de relíquias, mas esta estava irredutível e não daria a informação nem que eles lhe oferecessem todas as riquezas de Al Simhara.

    – Talvez a relíquia esteja mais segura onde está – sugeriu Alix, mas Ahmed garantiu que, se ela perguntasse por aí, descobriria que a “fortaleza” de James Vaughan era impenetrável até mesmo para ele, que tinha uma memória tão terrível que vivia esquecendo seus próprios códigos e ficando preso entre as tantas portas da base. Não era à toa que a maioria dos rumores dizia que ele morrera de fome em uma de suas salas secretas, pois não se lembrara do código que fizesse as portas abrirem. – Eu poderia falar com Nabila Moussa – ofereceu Alix, dizendo ter lá seus encantos e fazendo Jack estremecer, sentindo pena de Nabila, antecipadamente.
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    So94So94 Posts: 371 Member
    @LolitaDoMal ahahah Jack estremecer antecipadamente com pela de nabila ahahah o que me Ri.
    Quanto ao esqueleto largo, eu sou magra mas assim já fico a saber que quem e mais gordinho e diz que tem ossos largos pode ter um pouco de razão ahahah
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member
    So94 escreveu: »
    Quanto ao esqueleto largo, eu sou magra mas assim já fico a saber que quem e mais gordinho e diz que tem ossos largos pode ter um pouco de razão ahahah

    Pra vc ver que não estou exagerando: kk

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    So94So94 Posts: 371 Member
    @LolitaDoMal eu acredito em você. Tem a bacia bem mais larga. Talvez tivesse uma bela anca quando tinha carne ahahah. Poderia postar umas fotos d vez enquando se quiser claro gostava de ver Jack e alix apesar de ser bom nos imaginarmos a nossa maneira tmb
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Ah! Um episódio em que meu coração não saiu pela boca (apesar da cobra)!
    Eu nunca consegui ser amaldiçoada em Selvadorada e olha que eu tentei de com força!

    Apesar de tudo ainda estou angustiada com esse maldição da Alix... O tempo está passando... Realmente os Unicórnios existem, mas será que terá algum em Al Simhara?
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member
    @pmattos enquanto isso minha sim não consegue dar dois passos sem ser amaldiçoada nessa selva -.-

    @So94 não sou muito de tirar fotos no jogo, só das loucuras msm kk eles dois são bem comuns, na verdade (vcs já viram a Alix tá), mas se quiser abrir mão da imaginação eu posto uma img dos dois :)
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    So94So94 Posts: 371 Member
    @LolitaDoMal sim quiser postar pode o fazer você decide
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