A Maldição De Al Simhara

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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    editado dezembro 2019
    LolitaDoMal escreveu: »
    na verdade (vcs já viram a Alix tá)

    Vasculhando todas as postagens e perfil da @LolitaDoMal
    Acho que deve ficar por sua conta também. Vou adorar vê-los, mas também não muda meu amor por eles se não vê-los. <3

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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @So94 e @pmattos pra matar a saudade de StrangerVille, toma aí duas ss diretamente de lá

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    So94So94 Posts: 371 Member
    @LolitaDoMal que casal fantástico adorei
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Ah, meu Deus, obrigadaaaaaaaaaaaaa! <3 Eu consigo lembrar os momentos da história! E as expressões são todinhas eles! Você conseguiu captar tão bem a essência de cada um! Amo demais esse casal (que ainda não eram um casal nas imagens)
    Alix era sua foto anterior de perfil... <3
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    Capítulo 20

    Para a surpresa de Jack, Alix realmente usou seu carisma para tentar convencer Nabila Moussa a ajudar a Resistência. Acontece que a botânica estava muito positiva naquele dia, além de estar no mercado e, portanto, seguida pelo olhar de admiração de Satis. Alix não queria ser um mal exemplo para a menina. Seu carisma não foi tão efetivo quanto desejava, mas serviu ao menos para que ganhassem uma chance. Na verdade, Nabila os conhecia de vista, não que ela marcasse os rostos de cada estrangeiro que aparecia no mercado, mas lembrava-se especialmente dos dois, pois rejeitaram o churrasco grego feito pelo seu marido, e nunca saíam da concorrência: o bistrô de Samir. Por mais que Alix tenha tentado se explicar, Nabila lhes disse como era difícil fazer um churrasco grego perfeito, e que eles não deveriam ter desdenhado do prato. Alix e Jack se desculparam, mas antes que pudessem acrescentar qualquer coisa, a mulher lançara um desafio: duvidava que eles fossem capazes de fazer um churrasco grego melhor do que o de seu marido, mas se conseguissem, ela diria onde estava a relíquia.

    – Não precisa duvidar de nós, Sra. Moussa – começou Alix –, não conseguimos de fato, fomos vencidos – a mulher lançou a ela um olhar desconfiado.

    – Mas já estão desistindo sem antes tentar?! – indagou decepcionada. Alix contava que nenhum dos dois tinha dotes culinários, a menos que ela pretendesse provar “churrasco de carvão”, pois era nisso que transformariam o prato. A mulher, porém, não quis saber de outro acordo e, na verdade, ficou ainda mais aborrecida porque o casal desdenhara de algo de uma área que não estavam nem próximos de dominar. Se quisessem a relíquia, aquela era a única forma. Claro que o sangue de Alix ferveu, enquanto ela fitava aquela mulher de olhar esnobe, mas antes que pudesse mandar o otimismo às favas, Satis tomou à frente, dizendo que Alix e Jack eram capazes de concluir o desafio, acrescentando algumas malcriações que fizeram Jack se apressar em cobrir a boca da menina e leva-la para longe de Nabila, antes que ela se sentisse ofendida e desistisse da proposta. Alix ria por dentro, mas se conteve o bastante para apertar a seriamente a mão de Nabila, fechando o acordo, e apertando com um pouquinho mais de força.

    O circo estava armado. Grupos de turistas que passeavam pelo mercado, e até alguns vendedores, paravam no bistrô para observar o que estava acontecendo, mas ficaram sem entender a confusão que acontecia lá dentro e por isso dispersavam, dando lugar para outro grupo. Nabila concordara que Alix e Jack tivessem algumas dicas de Samir, desde que este não se aproximasse ou tocasse no prato, e ficou sentada em uma mesa, observando a tudo e gritando frases para apressá-los, fazendo-os ficarem mais nervosos a cada segundo. Jack viu Alix apertar o cabo da frigideira com mais força pelo menos três vezes, e teve a impressão de que veria o objeto voando direto na direção de Nabila, mas surpreendentemente a botânica aliviava o aperto, respirando fundo e contando até cinco, antes que Jack tivesse tempo de alcançar seu braço para impedir o ataque iminente. Os dois perderam a noção do tempo e de quantos churrascos gregos preparam naquele dia, mas Nabila continuava a dizer que estavam todos terríveis, e os mandavam fazer de novo. Bom, até mesmo o casal concordava que os primeiros pareciam intragáveis, mas os últimos não pareciam assim tão ruins. Alix até tentou dialogar com a mulher, quando foi lhe servir aquele último, mas ela ainda dizia que não estavam nem perto de ficarem bons. Nesse momento, Jack teve uma visão de Alix pegando o prato da mesa e o quebrando na testa de Nabila, portanto, a arrastou de volta para a cozinha, sugerindo que ele próprio ou Satis servissem os próximos.

    Nervoso com a situação e com o olhar raivoso de Nabila, Samir tentou trapacear, esgueirando-se para dentro da cozinha sem que ninguém o visse, mas acabou sendo tão sorrateiro que ninguém se deu conta de sua presença quando Jack conseguiu pôr fogo na frigideira e depois no fogão. As chamas começaram a lastrar depressa por toda a cozinha, e todos saíram correndo e gritando, com as mãos para o alto. Depois de muito, Jack acabou por pegar um extintor e começar a apagar o fogo, mas Samir estava tão perdido no meio das chamas, que os envolvidos só deram por falta dele quando a Dona Morte entrou no bistrô, flutuando. Nessa altura metade da cozinha estava chamuscada e a outra metade virara cinzas. O repetitivo ritual da Dona Morte foi completamente ignorado por Alix, que estava mais furiosa do que tensa e mandava que Jack levasse Satis para cima. O soldado ficou sem ação, muito preocupado com o que ela faria, com sua ordem e também com a morte e ressureição de Samir, e acabou por não se focar em nenhuma das opções.

    Alix avançou na direção de Nabila com o prometido “churrasco de carvão”, e o colocou na mesa tão bruscamente que o prato ficou a um ponto de trincar. Nabila estremeceu, completamente alheia ao que acabara de acontecer na cozinha, embora pudesse assistir a tudo e tivesse até levantando e gritado como os outros. Alix respirou fundo e, com um sorriso “muito simpático”, disse a mulher que lhe enfiaria aquele churrasco inteiro, e mais outros da mesma qualidade, goela abaixo até que ela finalmente decidisse contar onde estava a maldita relíquia. Muito assustada com o sorriso passivo-agressivo de Alix, Nabila observou a fúria em seus olhos cinzentos e engoliu em seco, acenando positivamente com a cabeça.

    A história de Nabila era sobre a família cujo nome já não usava mais. Ela fora a última sobrevivente da linhagem e, portanto, confiaram-na, em testamento, com a relíquia, embora fosse considerada a ovelha negra da família – e não era difícil entende-los, pensou Alix. Se fosse por ela, dizia Nabila, a relíquia estaria em algum canto no sótão da casa, como ficou durante muito tempo. Ela não a venderia, pois tinha o mínimo de respeito por seus ancestrais. Acontece que a MorcuCorp surgiu em sua casa, fazendo perguntas sobre a relíquia e oferecendo riquezas inimagináveis por esta. Nabila não gostava da corporação e muito menos gostaria de ser responsável por catástrofes em Al Simhara, portanto, pagou a um aventureiro para que levasse a relíquia para uma tumba, onde ele deveria escondê-la tão bem que nem mesmo o próprio Morcubus seria capaz de encontrá-la. O aventureiro aparentemente foi tão bem em sua missão, que nem mesmo ele pôde ser encontrado ao fim desta, pois Nabila o viu entrar na pirâmide e nunca mais voltar. Talvez tivesse fugido com a relíquia, escapando da pirâmide por alguma passagem secreta; talvez tivesse morrido lá dentro, cumprindo a tarefa. Por isso ela não podia dizer com completa certeza que a relíquia estava na Pirâmide Do Céu, também conhecida como Tumba Do Oceano Deserto.

    Bom, estando ou não lá, a equipe da Resistência sairia para a expedição na manhã seguinte e, como de costume, esperavam poder contar com a presença de Jack e Alix, afinal por mais que ainda não houvessem confirmado, certamente haveria lá dentro algum lugar destinado à meditação de Alix, pois ninguém acreditava que Rory conseguiria cumprir sua missão.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Ainda bem que mais ninguém além do Samir se feriu nesse incêndio! Eu ri com a malcriação da Satis e com a Alix dizendo que enfiar o chrrasco de carvão goela abaixo da Nabila, juro que, como o Jack, via a Alix quebrando o prato na cabeça dela.

    Adorei o capítulo!
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    So94So94 Posts: 371 Member
    Eu imaginei tal como Jack a alix a meter o prato pela cabeça de nabila. Coitado de samir .. Ou nao .. Ainda bem que tudo ficou bem.
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @So94 e @pmattos preparem os corações, pois é hora de explorar uma tumba (não quero ninguém infartando hoje kk)

    Capítulo 20

    O máximo que Ahmed conseguiu extrair do livro, sobre a pirâmide para onde se encaminhavam os exploradores, foram algumas observações estranhas que não faziam o menor sentido para qualquer uma das pessoas na sala naquele momento. Mas ele cuidou de anotar tudo, junto com um mapa de algumas trilhas seguras que poderiam ser encontradas pelo caminho. Também se prepararam fazendo pesquisas sobre as armadilhas comuns das tumbas, a fim de que pudessem se prevenir de pedras soltas e fossos de estacas. Nesta parte, Sara foi muito útil, e acabou se convidando para participar da expedição, o que deixou a todos muito desconfiados, mas como Rory não pôde ser encontrado em lugar algum, decidiriam deixar que a arqueóloga ocupasse sua vaga, afinal ela pelo menos parecia mais eficiente do que ele. A única coisa que tinham certeza de que encontrariam era uma tal de uma ilha solitária, dentro da pirâmide, onde o livro mencionava a meditação curativa que Alix buscava, mas quanto a relíquia, eles nem sabiam se realmente a encontrariam lá dentro, além disso, Firky e Sara concordavam que a exploração poderia durar dias. Esse primeiro deixou a todos confusos com sua lista de itens essenciais, pois entre estes havia até trajes de banho. Jack ficou contente em ser avisado, afinal quando mergulhou naquele primeiro poço teve que aguentar as roupas molhadas e incômodas. De qualquer forma, ele ponderava se aquela cura valia mesmo à pena, se não pela quantidade de tempo para a exploração, pelo estado da botânica, que amanhecera enjoada e com uma terrível vertigem, além disso, notaram que a marca em sua mão se tornara maior, subindo para o pulso e se enrolando neste.

    O caminho de areia escaldante subitamente começou a ficar fresco, e não demorou para que o grupo avistasse o que lhes pareceu copas de árvores. Alix e Jack chegaram a pensar que viam uma miragem, pois a sua frente havia um bosque com árvores muito altas, sombra e até mesmo um lago. Mas o deslumbramento dos dois foi interrompido por um intenso tremor que levou Firky ao chão, seguido por um estouro ensurdecedor que fez com que todos cobrissem os ouvidos. O grupo já imaginava o que aquilo significava e, muito desconfiados e assustados, se perguntaram se a MorcuCorp sabia que a relíquia estava ali, ou se estavam à procura de outra coisa. De qualquer forma, Sara achou mais seguro não entrarem pela abertura feita pela MorcuCorp, sugerindo uma das passagens secretas anotadas por Ahmed. Acontece que o fim daquele caminho dava direto em uma estranha piscina borbulhante, e ninguém queria morrer escaldado. No entanto, Sara tomou coragem e mergulhou com tudo, deixando a todos muito aflitos e preocupados, pelo menos até que sua cabeça emergisse e ela acenasse animadamente, dizendo que as bolhas não eram de ebulição, mas de estranhos dispositivos que havia no fundo da piscina.

    Precisaram atravessar a nado, sem saberem exatamente para onde estavam indo, pois podiam ver paredes de pedras ao redor da piscina e um fundo infinito, além de que esta estava rodeada por sarças. Finalmente chegaram ao fim da piscina, que dava para um campo de areia grossa, onde crescia mais sarça e ao longe podiam ver pequenos lagos repletos de vitórias-régias. Deixaram no chão um rastro de água. Firky foi o último a sair, cansado como nunca de dar tantas braçadas. Ele parou em um canto, ofegante e com as mãos nos joelhos, quando de repente ergueu a cabeça e avistou, atrás das sarças, uma enorme pilha de moedas ancestrais, onde no topo havia o que parecia ser uma relíquia de bronze. Com os olhos brilhando, o homem avançou em direção ao tesouro, sendo impedido por Jack, que havia visto no chão uma fuligem muito suspeita, e impedira Firky de pisar na armadilha bem a tempo. Muito aborrecido, Jack perguntou se ele não havia aprendido coisa alguma com as tumbas anteriores, mas aparentemente a resposta era “não”, pois, tão logo Sara desarmou a armadilha, o homem correu para confiscar o tesouro. Este seu impulso foi repetido durante toda a expedição, de modo que Jack acabou se responsabilizando por manter o homem vivo.

    Dali em diante passaram por inúmeros desafios exaustivos, envolvendo quebra-cabeças estranhos, em que precisaram ofertar aos deuses coisas que foram obrigados a encontrar pelo caminho, ao mesmo tempo em que desvendavam escrituras com dicas muito ambíguas. No primeiro caso fizeram uma oferta errada e Jack acabou sendo atingido por um raio que surgiu magicamente dentro da pirâmide. O coitado passou parte do percurso chamuscado e ninguém pôde tocar nele, pois havia estática percorrendo todo seu corpo. Por algum milagre, o que removeu o chamuscado foi o chuveiro enlatado de Firky, que ele pretendia usar em uma armadilha de fogo, mas que não funcionou como esperado e, quando Jack tentou solucionar o defeito com força bruta, acabou fazendo jatos de alguma substância refrescante disparar para todos os lados, deixando-o ensopado.

    O percurso desta vez foi mais assustador, pois os tremores causados pelas escavações da MorcuCorp não só lhes pareceram mais agressivos, como também havia o medo de que poderiam encontra-los a qualquer momento, visto que não seguiam uma trilha em que havia uma divisória entre eles, mas caminhos que podiam dar na mesma sala em que escavavam, visto que as instruções do ausente Ahmed não eram tão claras. Não que o livreiro quisesse dificultar a exploração, mas porque aquela parte do livro foi especialmente difícil de traduzir. Além disso, eles não podiam deixar de se perguntar qual era o interesse da corporação naquela tumba tão escondida. Firky apostava que tinham em comum aquele motivo, afinal aquela parecia ser a tumba mais repleta de riquezas que já vira, mas os outros não estavam muito convencidos disso. Fossem qual fossem seus objetivos, o grupo se manteve sorrateiro e cuidadoso. Pelo menos a presença da corporação fazia com que sentissem que a relíquia estava realmente ali dentro, e que a viagem não seria perdida. Pensando assim, sempre que os sons se tornavam mais altos, além do medo eles sentiam alguma esperança de que estavam próximos de encontrar a relíquia. O problema foi quando a presença da MorcuCorp se tornou mais e mais distante, até desaparecer completamente, dando a eles a falsa sensação de que estavam sozinhos na tumba.

    Nesse momento, a trilha simplesmente desapareceu, e o grupo se viu rodeado por sarças, palmeiras e rochas enormes, avistando um pântano adiante, cujo fundo era uma densa bruma sobrenatural, e por onde emergiam colunas antigas e deterioradas. Jack se voluntariou para investigar, atravessando o pântano até o fim e depois voltando para contar o que havia do outro lado, mas Alix o impediu, preocupada. A botânica sugeriu que Sara fosse em seu lugar, mas Jack insistiu, falando sobre seu árduo treinamento militar. E mais uma vez Alix foi obrigada a ver seu amado desaparecer dentro do desconhecido, sendo engolido primeiro pela água esverdeada do pântano e depois pela bruma.

    Segundo a percepção de Alix, passaram-se horas em que seu nervosismo só fez aumentar e, embora o relógio de Sara discordasse da intuição da botânica, ela ficou comovida com sua preocupação e decidiu nadar pelo pântano, encontrando uma das colunas mais deterioradas, na qual ela via a possibilidade de escalar, usando os buracos ao longo dela como suporte. Não demorou para chegar ao topo, mas as copas das palmeiras, bem como a bruma, dificultavam a visão, e Sara lamentou voltar a Alix sem notícias do soldado, pois por mais que apertassem bem os olhos, não viu qualquer movimentação no pântano. Tentando controlar seu desespero, Alix sugeriu que Firky tivesse alguma balsa dentro de sua mochila mágica, mas o homem foi incapaz de encontrar algo semelhante, quando despejou todos os itens da mochila, formando uma pilha de entulhos sobre a areia grossa e escura do lugar. Ouvindo o pedido de Alix, Sara teve a ideia de construírem eles mesmos a tal balsa, visto que o pântano não parecia seguro para o nado. Ela se baseava em algo estranho que se prendera em seu pé, quando decidira enfrentar aquelas águas escuras. Firky mudou o filtro de sua busca para encontrar materiais que fossem úteis na construção, enquanto Alix e Sara exploravam o lugar à procura de pedaços de madeira.

    No fim das contas mal conseguiram uma balsa digna de um naufrágio famoso, mas tinham certeza de que nesta caberia duas pessoas, portanto, Alix foi explorar sozinha o pântano, enquanto Sara se dispôs a orienta-la, observando de cima de uma coluna, desta vez escolhendo uma que permitisse melhor visão do pântano. Não importava o que acontecesse, pensou Alix, ela estava determinada a encontrar Jack.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    editado dezembro 2019
    Ai, Deusa! O que foi que aconteceu com o Jack!

    O que será que aconteceu para o Roy não aparecer :error:

    Eu estou cada vez mais preocupada com a Botânica! :(

    Apesar dos meus comentários apreensivos eu estou adorando esses capítulos grandes! *-*
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    So94So94 Posts: 371 Member
    Quando e que a maldição de botânica acaba?? O que aconteceu com Jack?
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @pmattos nem a Deusa sabe oq aconteceu com o soldado mwahahah
    @So94 a maldição dura 14 dias, já o cálculo de quantos se passaram... eu deixo pra vcs :P

    Capítulo 21

    Sentindo-se a própria Morgana, Alix invadiu a bruma em sua balsa, remando devagar e olhando atentamente ao redor, enquanto ouvia a voz um tanto distante de Sara, avisando-lhe sobre uma ou outra movimentação suspeita. Por toda parte o pântano borbulhava, além de ser possível avistar rápidos vultos que se movimentavam por baixo d’água, fazendo Alix temer ainda mais por Jack, que não tinha uma balsa para se proteger da água. Em um momento, quando vira a água borbulhar, Alix jurava que veria a cabeça de Jack emergindo, sorrindo para ela, mas o que surgiu foi um gnomo muito estranho, que agarrou o remo improvisado da botânica. Ela precisou lutar para conseguir soltar o remo e afugentar o gnomo, ficando muito aflita com a situação e preocupada que um gnomo não fosse a pior coisa que lhe aconteceria. A consciência de que estava dentro de uma pirâmide havia desaparecido completamente àquela altura. Quando a bruma começou a se dissipar, fazendo com que Alix fosse capaz de avistar o fim do pântano, seu desespero cresceu, pois tinha a certeza de que percorrera todo o pântano sem encontrar o menor sinal de Jack, por mais que chamasse seu nome cada vez mais alto. Foi então que uma área muito próxima começou a borbulhar violentamente e Alix, lembrando-se de sua luta com o gnomo, tirou o remo da água, posicionando-o para bater na criatura prestes a emergir. Apavorada e pessimista, já visualizava o próprio Cthulhu.

    Quando a criatura começou a aparecer, Alix ergueu o remo sobre a cabeça, pronta para desferir um golpe contra sua cabeça, mas conseguindo parar no meio do caminho, pouco antes de acertar a cabeça de Jack, que se encolheu assustado. A agitação de Alix foi tanta, que ela deixou cair o remo, ajoelhando-se na balsa e esticando os braços para Jack ao chama-lo, mas este não estava pronto para sair da água. Ele entregou à botânica um objeto já conhecido, em forma de lua crescente, dizendo que explorara o outro lado do pântano e encontrara uma única porta trancada, que precisava de uma chave daquelas para ser aberta. Jack contava que havia visto aquele mesmo brilho azulado no pântano, mas não investigara antes, pois havia sido atacado por gnomos e estranhas algas, ficando temeroso de que o brilho não passasse de uma armadilha de alguma criatura pior, e por bom senso, ele decidiu que a investigação não valia o risco, afinal não fizera planos de morrer antes do casamento, menção que entristeceu a botânica, antes de anima-la, pois esta tinha em mente sua maldição e o destino do qual se aproximava a cada dia. Mas ela não deu explicações, limitou-se a sorrir timidamente. Jack então voltou a mergulhar, a fim de pegar de volta o remo e ele próprio remou até o outro lado, pois sabia o caminho de cor.

    Lá, deixou Alix encarregada de abrir a porta, enquanto voltava para buscar os outros membros da equipe. O último foi Firky, visto que Jack resgatou Sara pelo caminho, e esta se dispôs a voltar para buscar o vendedor, demorando de forma que deixou Jack e Alix preocupados. Quando voltou, contou que Firky havia se cansado de esperar e decidira explorar os arredores, desta vez sem a proteção de Jack. Acabou avistando uma bolsa aberta, de onde brilhava uma enorme pedra preciosa. Firky achou que seria fácil atravessar aquele pequeno pedaço do pântano e alcançar o tesouro, porém, foi descobrir que aquela substância cinzenta não era parte do pântano, mas areia-movediça. Pena que ele percebeu tarde demais. E esta não era a areia movediça própria de uma realidade de deuses, mas vinda de clichês, pois começou a devora-lo da forma como só acontecia naquele mundo louco onde viviam. Esquecendo-se de todas as regras, Firky agitou-se, gritando e lutando desesperadamente para se livrar da areia, mas quando mais se movia, mais afundava. Foi então que surgiu Sara para ajudá-lo com sua corda. Ela até acreditava que conseguiria facilmente alcançar a bolsa, mas como quis castiga-lo, falou que era incapaz e os dois partiram.

    A visão da passagem que se abrira para Alix, após esta colocar a chave no dispositivo, foi maravilhosa apenas por alguns segundos, pois não tardou para que a botânica percebesse estar entrando em um labirinto, com enormes paredes de pedra, chão arenoso e algumas gramas altas crescendo ao redor. Alix foi sensata ao não tentar explora-lo sozinha, decidindo esperar que o grupo se reunisse, afinal Firky não havia mencionado a necessidade de um novelo de lã em sua lista de itens essenciais e o máximo que possuíam para ajudar na exploração era a corda de Sara, que não era assim tão longa. Jack até sugeriu que escalassem as paredes e encontrassem a saída observando o labirinto do alto, mas todos concordaram que seria trapaça, portanto, rejeitaram a ideia.

    Os caminhos do labirinto levavam para becos sem saída, onde esqueletos completos faziam nossos exploradores se preocuparem quanto ao seu destino, afinal passaram tanto tempo perdidos no labirinto que foram vencidos pelo cansaço e precisaram acampar e dormir. Os tesouros que encontraram eram tantos, que Firky pela primeira vez reclamou do peso de sua mochila, mas ele ainda parecia ser o único interessado naquela parte, afinal os outros tinham em mente que: se não saíssem vivos, de que adiantaria tantas riquezas? A corda de Sara não serviu de ajuda nem mesmo para o primeiro beco sem saída, de modo que os exploradores desistiram do plano de Teseu e se deixaram guiar pela sorte, embora esta não parecesse estar do seu lado. Subiram e desceram tantas escadas e rampas, que perderam completamente a noção de em qual altura da pirâmide já estavam. Não podiam se basear na areia do chão, pois quando Jack a chutou de leve, notou que por baixo desta havia piso, o que fez aquele oásis no que imaginaram ser o centro do labirinto – apenas por estética, afinal não faziam ideia de qual era sua posição neste –, parecer bastante confuso, mesmo que houvessem se deparado com situações mais sobrenaturais antes. No centro do oásis estava a ilha solitária mencionada por Ahmed, onde podiam ver Anúbis observando o zafu onde Alix deveria meditar, e o grupo se dividiu em dois, confortáveis demais com o silêncio da pirâmide.

    Desta vez, Jack decidiu sentar-se e meditar com Alix, a fim de controlar seu nervosismo e não a atrapalhar como antes. No entanto, Jack não chegava nem perto de ser um problema para a concentração de Alix, uma vez que ela já sentia um profundo medo pela antecipação da visão, baseada nas experiências anteriores. Viu-se vagando pelo labirinto, tão nitidamente que podia sentir que se movia, mas o caminho era estranho e muito diferente, sem areia e sem grama, um som muito abafado e incomodo ecoava em seus ouvidos, mas Alix não sabia do que se tratava. Quando olhou para cima, viu-se sobre Jack, Sara e Firky, eles eram incapazes de vê-la, pois nunca olhavam para cima, onde ela vagava de cabeça para baixo. Preocupada por pensar na primeira visão que tivera, Alix continuou a segui-los, notando que estavam muito aflitos, à procura de algo. A parte onde caminhava era o reflexo da parte onde estavam os outros, pois em sua visão todas as paredes do labirinto subiam até o teto. Alix não compreendia o que estava acontecendo, mas tampouco teve tempo para pensar no assunto, pois o som abafado que ouvia tornou-se mais nítido e ela o identificou como sendo o barulho das brocas e explosões da MorcuCorp. Era na direção do som que o grupo avançava, incapazes de ouvir os avisos de Alix, que tampouco controlava sua própria movimentação.

    Os barulhos se tornaram tão altos que Alix mal ouvia a própria voz, e foi então que as pesadas pedras do teto começaram a desabar, como resultado dos tremores causados pela MorcuCorp. As pedras caiam perigosamente em torno de todos e esmagando algumas das máquinas da MorcuCorp. Isso ela deduziu pelos berros de Kamel, afinal não viu coisa alguma, pois eles estavam há algumas paredes de distância. O grupo conseguiu se esconder embaixo de uma área coberta do labirinto, mas Jack não quis ficar seguro por muito tempo, decidindo continuar avançando, ignorando os desabamentos. Foi então que as paredes começaram a desmoronar também, permitindo que Alix visse Kamel e sua equipe, em um enorme salão, onde caíram vários sarcófagos e dos quais levantaram-se algumas múmias, deixando-os ocupados e desatentos a Jack, que avançava sorrateiramente na direção do grupo. Alix acreditou que conhecia seu motivo, pois através do buraco feito pela MorcuCorp, pôde ver um esqueleto abraçado no que, pela descrição de Ahmed, só poderia ser a Relíquia Da Vida. Alix gritou por Jack, desesperadamente, tentando alcança-lo em seu pesadelo, pois o soldado avançava perigosamente na mesma direção que Kamel.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    "Sentindo-se a própria Morgana", aheuahuehauheuaheuaheuaehuaheuaheuaehuah (eu amo esse livro, btw!)
    Ufa! Jack estava a salv... Oh! Pela visão da Alix ele não está mais!
    Kamel está chegando! OMG, socorro!
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    So94So94 Posts: 371 Member
    Ai eu não gosto nada de filmes de terror mas estou a adorar esta historia ahahah.
    Mas deixo alerta se eu não responder durante uns dias foi culpa da @LolitaDoMal ahahah estou a brincar.

    Bem ainda bem que sara apareceu para salvar firky.
    Quanto a Jack nada a dizer... Esta sempre em sarilhos se eu fosse alix meu coração não aguentava.
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member
    editado dezembro 2019
    > @pmattos disse:
    > "Sentindo-se a própria Morgana", aheuahuehauheuaheuaheuaehuaheuaheuaehuah (eu amo esse livro, btw!)

    E tem como não amar? Kk

    @So94 então se prepara que a coisa ainda tá tensa! Kk

    Desculpas antecipadas por erros que passaram na revisão, pq eu escrevi pelo celular x.x

    Capítulo 22

    Jack se esgueirava sorrateiramente pelo salão, procurando ficar próximo da parede e das sarças. Não acreditava no tamanho do perigo que corria, não sabia como aquilo acontecera, mas não importava, pois estava perto de alcança-la. Podia ver Kamel avançar na mesma direção, mas não queria pensar nas possibilidades, pois isso o desconcentraria. Pelo menos naquele momento não havia mais pedras caindo do teto, mas os agentes da MorcuCorp ainda lutavam contra as múmias e ele teve a impressão de ver pelo menos um deles ser amaldiçoado por esta, pobre diabo, pensou consternado, enquanto arrastava-se por baixo dos restos de uma escavadeira, criando um atalho e conseguindo chegar quase ao mesmo tempo que Kamel, mas antes o bastante para agarrar o braço de Alix e ir se esconder com ela atrás da escavadeira, longe do campo de visão de Kamel, que atravessava o espaço onde Alix estivera vagando sonambulamente um segundo antes. Jack ainda o viu entrar em um corredor e seguir seu caminho, então voltou-se para Alix, lhe chamando e sacudindo, até que a botânica começasse a abrir os olhos devagar.

    – Soldado – chamou lentamente, ainda se acostumando com a iluminação, e pondo-se a olhar em volta –, onde es... – começou, se espantando ao ver aquela confusão, tão semelhante à sua visão. Então olhou para Jack, assustada por notar que sua visão maluca acontecera ao mesmo tempo em que os eventos, embora ela tivesse assistido a tudo de uma perspectiva diferente daquela que teria presenciado, se seus olhos estivessem abertos na ocasião. – Eu vi a relíquia! – anunciou agitada, levantando-se de um pulo, mas sendo puxada para baixo imediatamente, por Jack, que dizia, aos prantos, que ficasse abaixada, ou seria vista pelas múmias. Ela revirou os olhos – Que diferença faz, Jack? – perguntou aborrecida, mas mudou o assunto, repetindo sobre a relíquia e dizendo onde estava.

    – Nem pensar – falou Jack, já olhando em volta, a fim de decidir qual seria o melhor percurso para voltarem à segurança, sem serem vistos. – Vi Kamel indo naquela direção e, se ele nos vir tentando frustrar seus planos, fará de tudo para nos destruir e, no momento, ir embora de Al Simhara não é uma opção – disse de forma grave.

    – Mas...

    – Alix! – interrompeu, bravo. Ela bufou aborrecida e Jack segurou sua mão, pronto para seguir o caminho escolhido, mas antes a fitou, muito sério. – Você é minha prioridade – disse –, que se dane a relíquia – concluiu, sem deixar espaço para argumentos, e a guiou de volta, contando como fora parar ali. Disse que, quando ficou entediado com a tal meditação, abriu os olhos para não a encontrar no zafu. Ficou apavorado e começou a rastreá-la da melhor forma que pôde. Encontrou Firky e Sara, completamente desorientados no labirinto, pois os mapas de Ahmed não faziam mais o menor sentido. Jack explicou o que acontecera e os três puseram-se a procurar por Alix. Foi então que Jack a viu, vagando cambaleante e em transe completo, com as mãos esticadas para a frente, indo na direção da voz de Kamel. Então veio o deslizamento e tudo mais, Jack abandonou seu abrigo para resgata-la e estava satisfeito com seu sucesso, tanto que preferia mantê-lo, levando-a embora daquele maldito lugar, pois seus plumbobs pareciam prestes a se tornar de uma cor além do vermelho.

    Como a MorcuCorp estava muito distraída com seus próprios problemas naquele momento, o grupo decidiu que a melhor rota a ser seguida seria aquela feita pela corporação, afinal ninguém a vigiava e ela certamente era mais direta, visto que consistia na pura destruição da tumba e incontáveis aberturas feitas a base de força bruta. Não era surpresa que as múmias estivessem tão furiosas. Quando Jack disse aos outros dois que estava indo embora, Firky concordou imediatamente, pois não aguentava mais de cansaço, afinal dormir em tumbas não é para muitos. Sara, que não gostava da ideia de sair de mãos abanando depois de tudo o que passaram, assumiu a responsabilidade de seguir Kamel e tomar dele a relíquia, pois possuía alguma fama como aventureira, e o homem não a associaria à Resistência, embora soubesse que não teria a menor chance se ele decidisse chamar seus capangas. Despediu-se, desejando que Alix conseguisse a cura, o que deixou a botânica transtornada, pois soara como se nunca mais fossem voltar a se ver.

    Quando saíram da pirâmide, notaram que era noite, mas não tinham a menor noção de qual dia, afinal tinham a impressão de que se passara mais de um, enquanto estavam lá dentro. Firky ficou encarregado de transmitir o discurso aborrecido de Jack à Resistência, bem como as más notícias, enquanto o soldado cuidava de levar Alix de volta ao hotel, pois, por mais que dissesse o contrário, ela havia piorado consideravelmente naqueles dias. Mas nada disso importava para Alix. Haviam deixado um companheiro para trás e isso a perturbava, de modo que não conseguiu dormir direito. Quando amanheceu, Jack deu por falta da botânica e não foi capaz de encontrá-la em lugar algum. Acontece que Alix, sentindo-se responsável pelo destino de Sara, saiu muito cedo e tão sorrateiramente quanto um gato – isto é, deixando cair um abajur pelo caminho, mas por sorte Jack tinha sono pesado –, e foi até a sede da Resistência, surpreendendo a todos com sua chegada, afinal ela estivera vendada em todas as vezes que a levaram ao lugar. Alix disse que sabia desde a segunda vez, afinal o lugar não ficava muito longe do ponto de encontro onde um membro iria busca-la, além disso, ela sabia usar bem seus outros sentidos. Não lhes disse antes, pois não queria ofendê-los.

    Usando o assunto como gancho, Alix apressou-se em dizer que também sabia onde ficava a entrada para o quartel-general da MorcuCorp, fazendo pessoas derrubarem copos, cuspirem chá e arregalarem os olhos. O motivo para sua insônia se devia, não apenas aos enjoos e dores de cabeça, mas pesadelos quanto à primeira tumba que enfrentara: a mina. Alix não parava de se perguntar o porquê de aqueles documentos estarem ali e ainda com uma chave dando sopa. Não demorou para que se lembrasse de algo semelhante a uma passagem, que vira em um dos momentos em que ela e Satis mandaram a exploração meticulosa às favas e saíram correndo e gritando. Por este motivo, sua memória poderia estar lhe enganando, mas Alix confiava em sua intuição. Aisha considerava o plano de Alix para invadir o QG da MorcuCorp muito arriscado, principalmente porque não sabiam se realmente encontrariam a relíquia lá, ou até mesmo Sara, que àquela altura provavelmente estava enterrada na pirâmide, ao lado do esqueleto do outro aventureiro. Mas Ahmed apoiava a ideia da botânica e se voluntariou para acompanha-la e os dois partiram para o mercado, onde Firky os equipou, dando a Alix aquela chave-mestra de presente, e depois foram para a entrada alternativa da mina.

    Bem como Alix suspeitava, havia uma passagem bem próxima ao local onde ela e Satis encontraram o esqueleto, e essa de fato levava a um corredor de decoração tão diferente ao restante da mina, que esta lhes pareceu uma lembrança distante. O corredor possuía quadros de pessoas imponentes, e longas passadeiras vermelhas com bordas douradas. Ao fundo do corredor havia uma pequena sala de espera com uma televisão misteriosamente ligada em estática e um banheiro. A outra sala precisava de uma pedra-chave. Alix colocou no dispositivo a estranha chave-mestra sem forma de Firky, sem acreditar muito no sucesso da operação, afinal seus utensílios nunca funcionaram como o esperado. Para sua surpresa, a pedra se moldou no exato formato de lua crescente e a porta se abriu, revelando um novo corredor. A partir dali entraram e saíram por diversas salas e corredores, havia todo o tipo de pesquisas assombrosas acontecendo lá, o que fez Alix lembrar-se da combustão da fruta, com alívio.

    Pessoas iam e vinham por toda a parte, fazendo com que Alix e Ahmed precisassem se esconder nos mais diversos tipos de esconderijo. De armários à grandes cestos, cuja única função parecia ser de esconderijo, afinal nenhum dos dois conseguiu pensar em outro motivo para a MorcuCorp ter um cesto tão grande e com um lençol dentro em um canto da sala de operações. Para a sorte deles, não havia muitas pessoas no QG naquele momento, fosse por ser ainda muito cedo, ou por grande parte dos agentes terem sido esmagados pelas pedras na pirâmide. Apesar de terem tido um encontro perigoso com Kamel, conseguiram passar desapercebidos e, ouvindo um trecho de sua conversa com outro agente, descobriram que não só a relíquia ficaria no QG por pouco tempo, antes de ser mandada para algum lugar secreto, como Sara também estava em algum lugar do QG, que Kamel denominara “O Calabouço”. Com essa informação, e sabendo que tinham pouco tempo para agir, Alix e Ahmed decidiram se separar.

    Alix conseguiu encontrar o tal calabouço através de uma janelinha tão estreita que nem seu braço poderia passar. No entanto, dali ela tinha uma visão clara de Sara, parecendo-se extremamente entediada em sua cela. Olhando em volta, notou que não havia um vigia, e sentiu-se confiante para encontrar uma forma de entrar no calabouço e resgatar Sara sem ser vista, pois Jack a ensinara a arrombar fechaduras. Ela só precisaria de um grampo e uma chave de fendas, esta última ela havia avistado em uma mesa do calabouço, junto de outras ferramentas e objetos que Alix preferia não imaginar o motivo para estarem ali. Também não foi difícil encontrar a escada que levava ao calabouço, pois ela descobriu um mapa do QG que servia de decoração para uma das salas. Quando a viu, Sara levantou-se de um pulo, dizendo que Alix deveria ir embora antes que o carcereiro voltasse, mas a botânica não lhe deu ouvidos e começou a arrombar a fechadura, levando muito mais tempo do que gostaria, mas sendo bem-sucedida no fim e dizendo a Sara que encontrasse Ahmed, compartilhando com ela o conhecimento que adquirira com o mapa, e temendo que ele estivesse em perigo, pois seguira na direção do escritório de Kamel. Alix prometia que os encontraria na saída da mina, assim que devolvesse a ferramenta ao lugar e ajeitasse o tapete no qual tropeçara ao entrar na sala. No entanto, quando Alix se abaixou para ajeita-lo, sua visão tornou-se embaçada e ela sentiu uma terrível dor dentro de si, então tudo foi ficando escuro e ela desmaiou.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Olha, cada dia vc faz mais jus a esse seu nick, dona @LolitaDoMal!!! Isso é momento de terminar um capítulo??? Que agonia esperar pra saber o que vai acontecer, socorro! E se ela sair ilesa corre o risco de Jack matá-la por ter saído sem ele saber!

    Nem se desculpe pelo texto, ainda mais pra mim que se fosse escrever um texto desse tamanho pelo cel não levaria menos de uma semana!!! E se tinha erro eu nem percebi mesmo...
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    So94So94 Posts: 371 Member
    O texto esta optimo e tal como @pmattos disse faz jus ao nickname ahahah
    Não pode terminar assim um capitulo agora vou ficar aflita ate a continuacao
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @pmattos e @So94 sorte de vcs que (geralmente) eu posto diariamente :P podem respirar:

    Capítulo 23

    Uma voz vibrante e assombrosa ecoava nos ouvidos de Alix, torando-se nítida conforme ela recobrava a consciência. Era uma voz conhecida e estava furiosa, falava com alguém, não com Alix, mas sobre ela, também sobre Sara. Dizia que o interlocutor fizera mal seu trabalho, pois a deixara escapar. O outro argumentava, citando a captura de Alix como ponto positivo. Esta, abria os olhos e espantava-se ao ver as grades da cela de onde libertara Sara. Estava trancada lá dentro e podia ver Kamel discutindo com um brutamontes, mas ele se interrompeu ao notar que Alix estava acordada, e avançou até ela com o semblante raivoso. Precisou repetir sua pergunta diversas vezes, até que Alix conseguisse entender suas palavras. Tinha um zumbido irritante no ouvido, mas este diminuía aos poucos. Perguntava onde estava a relíquia, pois àquela altura já dera por sua falta. Alix rebateu, controlando a sonolência, que estava em um lugar seguro, longe deles. Tinha esperanças de que Ahmed e Sara tivessem conseguido escapar em segurança. Não tinha medo dele, não tinha medo de morrer, afinal já estava marcada e não sentia que fazia diferença o que dissesse, desde que não expusesse os outros. Kamel socou as grades, furioso.

    – Você me dirá, por bem ou por mal, Hulick! – disse, mas Alix retrucou que já haviam lhe feito tal ameaça antes. Kamel ignorou sua bravura, acusando-a de traição, pois havia acreditado na história que contara sobre não conseguir adaptar a fruta, e Alix lhe disse que não foi tão mentira, quanto uma estranha previsão, mas ele continuou seu discurso, recorrendo à bajulação. Alix, após ouvir sua mente ser chamada de brilhante, decidiu que apreciava muito aquele tipo de tortura, mas então se deu conta de que Kamel tentava ludibria-la a se juntar a MorcuCorp e recusou, dizendo que nem morta! – Você irá compreender a grandeza de nossos planos – prometeu Kamel, ameaçador –, mas não agora – disse, para o alivio de Alix, acrescentando que no momento estava muito furioso e, portanto, lidaria com ela mais tarde, e se afastou, lançando ao carcereiro um olhar repreendedor, quando lhe disse: – Vê se não perde essa de vista também – e partiu. O carcereiro coçou a nuca, incomodado, olhou para Alix, depois para a sala, e por fim sentou-se em uma cadeira, mantendo os olhos fixos na botânica, que se sentiu inquieta.

    – Você podia pelo menos piscar – disse ela, após um período considerável de tempo. O carcereiro cruzou os braços.

    – Desculpa, moça, mas ordens são ordens e você não sai da minha vista – disse sério. Ela retrucou que, a menos que abrisse um buraco no chão com um raio laser, não havia como sair de sua vista mesmo que ele a aliviasse por um segundo. Mas como o homem estava empenhado em se transformar em uma câmera de segurança, ela decidiu devolver o olhar, também o deixando incomodado, até que ele próprio pediu que parasse, deixando-a satisfeita. Alix então se acomodou em sua cela, deitando-se, pois estava exausta e acreditava que este fosse o motivo de seu desmaio, mas não chegou a fechar os olhos, pois o carcereiro lhe perguntava como conseguira deixar Kamel tão aborrecido.

    – Isso não me parece uma tarefa difícil – respondeu simplesmente –, afinal você também parece tê-lo feito – ele respondeu que tinha seus motivos, afinal uma pessoa não deveria segurar a bexiga por tanto tempo. – Nesse caso, eu também tive motivos, afinal uma pessoa tem seus princípios – disse tão calmamente que o homem quis saber o motivo de sua calmaria. – Não ficarei aqui por muito tempo, moço. Na verdade, você deveria considerar me libertar, pois vai acabar tendo problemas – o homem riu.

    – Terei problemas se a soltar, isso sim – falou com alguma zombaria.

    – Muito pelo contrário – retrucou Alix –, pois meu soldado virá cedo ou tarde e, certamente, estará furioso.

    – Você tem um soldado? – perguntou o carcereiro, curioso e assustado ao mesmo tempo. Alix assentiu, sem tirar os olhos do teto.

    – Sim. E um que vale por um exército inteiro. Preocupe-se – acrescentou, deixando o homem um tanto aflito, embora mais curioso.

    – Mas eu não lhe fiz coisa alguma, moça. Por que este soldado virá furioso comigo?

    – Bem... não com você... – murmurou Alix. – Não muda o fato de que ele passara por cima do seu cadáver para chegar a mim – disse ameaçadora, fazendo o homem engolir em seco. Ela então lhe disse que abrir a cela seria a melhor opção que teria, mas o homem não estava disposto a acreditar tão facilmente em sua história, por isso continuou a fazer-lhe perguntas sobre o soldado, às quais Alix respondeu com todas as fantasias que podia imaginar no momento, deixando o homem mais e mais agitado. Mas este continuava a dizer que o soldado de Alix não podia ser pior do que as múmias que atacaram os agentes da MorcuCorp, aliás, ele vira a marca que crescia no braço de Alix, e a aconselhava a se tratar logo, mas Alix lhe contou que não havia salvação para aquilo, dizendo que seu caso era diferente dos outros e que não havia outra saída senão a morte. – Você mantém em cárcere uma moribunda. Deveria se envergonhar.

    – Não diga isso, moça – falou espantado, e pôs-se a falar das muitas curas disponíveis para a maldição, citando os agentes que já estavam curados, um deles por meditar lá mesmo na tumba onde fora amaldiçoado, outro por uma cobra mágica e o terceiro... – Bem, você não acreditaria – começou empolgado e fazendo mistério. – Uma bruxa! – Alix limitou-se a fita-lo, aturdida, depois caiu em uma gargalhada um tanto nervosa. – Não ria, moça! É verdade, eu lhe garanto.

    – Pois então me solte e verei com meus próprios olhos – barganhou a botânica, pondo-se de pé para encara-lo. O carcereiro ficou pensativo, cofiou a barba e lançou um olhar para o molho de chaves preso ao seu cinto. Parecia realmente inclinado a libertar Alix, mas ela ficou sem confirmação, pois o homem teve seu pescoço agarrado por trás, por alguém que lhe dava um Mata-Leão. – Soldado, solte-o! – ordenou Alix, mais aborrecida do que surpresas com sua chegada. Confuso, Jack afrouxou o golpe e o carcereiro se soltou, recuando para perto da cela, com a mão na garganta.

    – Este é o soldado?! – perguntou incrédulo, pois pelas fantasias de Alix, não esperava menos que um deus digno do Olimpo. No entanto, ele não teve tempo de contestar as histórias dela, pois Jack já lhe agarrava pelo colarinho, dizendo que se não soltasse a botânica imediatamente, as coisas ficariam feias. Muito assustado, o carcereiro pôs-se a acalmar Jack, dizendo que já estava realmente prestes a liberta-la, deixando o soldado ainda mais confuso. Para o desagrado de Alix, ele até contou a Jack que lhe falara de uma bruxa que podia curar sua maldição. E como a botânica não fazia planos de visitar a tal bruxa, ficara contente por Jack ter desconfiado imediatamente da oferta. Ele estava muito mais concentrado no discurso furioso que havia preparado para Alix, sobre sua irresponsabilidade ao sair do hotel, quando ele dissera que precisava repousar, e ainda por cima por ter invadido o QG daquela forma, sem considerar as consequências ou se preparar de verdade. No entanto, a cela foi aberta e, quando Alix atirou-se em seus braços, dizendo que sabia que viria, toda a rigidez de Jack se desfez, e ele sentiu-se derreter. O máximo que conseguiu foi soprar em seu ouvido que não fizesse algo tão imprudente de novo.

    Um tanto a contragosto, Jack apertou a mão do carcereiro, que se despediu de Alix, dizendo que ela deveria considerar a visita à bruxa, e atiçou o interesse de Jack ao dizer que ela havia curado dois dos amaldiçoados que haviam saído da pirâmide na noite anterior. Mas como não tinham tempo a perder, a conversa sobre a bruxa só voltaria a surgir mais tarde. Naquele momento eles precisavam sair dali antes que os agentes percebessem que seu carcereiro era um traidor. Este, pretendia usar a mesma desculpa usada da primeira vez e deixando sua chave sobre a mesa onde estavam as ferramentas. Aliás, foi por pouco que Alix não percebeu o molho bem ao lado da chave de fenda que usara como gazua. Sara esperava por eles do outro lado da porta, e os acompanhou até a saída, cuidando para criar distrações em um momento e outro, para deixar o caminho livre para passarem sorrateiramente, pois naquele momento havia muito mais agentes do que antes. Mas saíram sem mais desastres. Sara contava a Alix que ela e Ahmed a esperaram do lado de fora da mina, até que o número de agentes entrando no QG começou a aumentar absurdamente e ela decidira mandar que Ahmed voltasse à sede da Resistência com a relíquia, enquanto voltava para resgatar Alix. Foi então que Jack apareceu, furioso e decidiu criar uma estratégia para invadir o lugar, baseado nas noções do mapa que Alix compartilhara com Sara.

    Para Alix, não parecia haver muita diferença, visto que permaneceu em cárcere, mudando apenas de lugar e carcereiro, pois Jack montou vigilância no quarto, obrigando-a a repousar e considerando seriamente se precisaria amarrar a botânica na cama para isso. Mas esse nem chegou a ser seu maior problema, pois ela simplesmente se recusava a dormir, fazendo-lhe incontáveis perguntas bobas sobre a forma como deveriam adaptar Bayonetta aos seus gatos.

    – Bayonetta tem medo da própria sombra, Botânica – argumentou Jack –, não se preocupe com isso, mas com a possibilidade de seus gatos a transformarem em escrava, ou coisa parecida.

    – Ora, Jack! – exclamou aborrecida. – Meus gatos jamais fariam isso.

    – Talvez não as fêmeas, mas aquele seu Finn tem uma cara de mafioso, não sei se confio nele – disse, deixando Alix chocada. Ela retrucou que havia visto Jack abraçar o gato e paparica-lo diversas vezes, quando acreditava que ela não estava olhando. E o soldado começou a considerar, não a amarrar, mas no mínimo amordaça-la. Para sua sorte, a energia da botânica se esgotou e ela acabou desmaiando de novo, desta vez caindo em profundo sono.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Jaaaaaaaaaaaaaaaack! Meu herói! Bem, na verdade o herói da Alix, mas eu considero meu também, visto que salvou minha heroína! Huaheuheuaheuaeuaheuaheuahe

    Ai, Alix... espero que seja só cansaço! Estou apreensiva! :s
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    So94So94 Posts: 371 Member
    Jack sempre pronto para salvar alix :) espero que alix acorde rápido
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    Capítulo 24

    Alix despertou naquela noite e, para o alivio de Jack, não quis saber sobre relíquia, Resistência ou MorcuCorp, afinal dizia que sua obsessão pela última missão se dava pela companheira abandonada, e a relíquia foi um bônus. Portanto os dois ignoraram as ligações de Ahmed, imaginando que tinha para eles uma nova pirâmide para explorar, e foram ao mercado, onde descobriram haver uma comoção mais cedo em torno de uma tal máquina de refrigerantes que apareceu misteriosamente, assim como acontecia com vários outros moveis e afins, em um canto do mercado. A maioria dos vendedores de néctar estavam preocupados, acreditando nos sims que diziam que aquela máquina seria sua ruína. Foi então que, no momento em que Jack e Alix chegavam ao mercado, uma nova comoção começou, ainda ao redor da máquina, mas desta vez direcionada a Samir, que decidira provar daquela misteriosa iguaria, mas como o refrigerante ficou preso, ele tentou chacoalhar a máquina, a fim de fazê-la entregar seu prêmio, mas sua força foi tanta que ela tombou em sua direção, sem lhe dar tempo de correr, e assim o esmagando. Jack e Alix bem viram a Dona Morte chegar pouco depois deles, mas se preocuparam em escolher uma boa mesa, antes de participar do evento.

    Jack respeitava a enorme fome que Alix dizia sentir naquele momento, mas a advertia de que havia pensado no que o carcereiro dissera e, portanto, iriam dali direto para o endereço da tal bruxa. Alix protestou.

    – Meu amor – começou Jack –, não tenha medo de bruxas. Quando foi que eu falhei em protege-la? – Alix bufou.

    – Quer mesmo que eu refresque sua memória quanto ao episódio com a barata? – Jack se tornou sério.

    – Botânica, baratas são criaturas vis e traiçoeiras. Você viu como ela avançou para nos atacar de repente.

    – Soldado, ela simplesmente voou...

    – Não importa – interrompeu Jack. – A questão é que eu estarei lá para impedir qualquer feitiço suspeito, tão logo ela saque sua varinha. Não se preocupe – Alix achou melhor não argumentar que, certamente a bruxa teria que usar a varinha para fazer o feitiço de cura. Nesse momento, Samir já estava em carne e o osso e os cumprimentava animadamente. Jack, ignorando sua recente ressurreição, pediu-lhe conselho quanto a bruxa, e Samir lhe assegurou que a mulher era uma boa pessoa, embora não soubesse antes que era uma bruxa, deduzindo que aquilo fosse alguma novidade naquele mundo tão expansivo.

    Jack deu a Alix uma folga daquele assunto até terminarem o jantar, mas pretendendo voltar a ele logo, apressando a botânica para partirem para a casa da bruxa, quando uma agitação começou do lado de fora e ambos começaram a olhar em volta à procura de Samir que, para a surpresa deles, estava muito tranquilo lendo um livro e, segundo Alix, não havia nenhum conhecimento sobre livros assassinos. Foi então que surgiu Satis, muito animada, puxando Alix pela mão e a guiando para fora, repetindo a frase “ele conseguiu!”, mas sem dar qualquer explicação quanto a quem e o quê. Jack as seguiu, ficando incrédulo ao ver o motivo da agitação dos sims do lado de fora. Era ninguém menos que Rory Lockard, aproximando-se do mercado, montado em um cavalo prateado que possuía na testa um único chifre. O aventureiro vinha em sua pose confiante, convidando Alix a se aproximar e cumprir sua parte do acordo. Ela se aproximou, de fato, afagando a linda crina da criatura e em seguida não se aguentando e caindo na gargalhada.

    – Não brinque com meu tormento, Lockard – repreendeu Alix, tentando parecer séria, mas sem conseguir controlar o riso. Rory, no entanto, desmontou parecendo muito confuso. – Achou mesmo que eu acreditaria que isto é um unicórnio? – indagou fitando-o. Rory retrucou que era a mais pura verdade, contando como fora longe e o procurara por toda a parte. Havia até se informado com pescadores locais que lhe contaram, por uma bolsa cheia de simoleons e mumitômios, sobre o ritual necessário para domá-lo, além de aponta-lo na direção certa para a busca. Ele esperou toda a madrugada até que finalmente encontrara a criatura, domara e a levara para a botânica sem demora, isto é, apenas fazendo uma pequena pausa para tomar mais um pouco do chá especial que os pescadores lhe ofereceram antes. – Pobre Lockard – riu-se Alix, sem explicar que ele fora claramente vítima de um golpe.

    – Espere – começou Firky, se aproximando. – Por acaso estes pescadores acampavam no Oásis Da Lótus? – como Rory assentisse, Firky pôs-se a rir com Alix, mal conseguindo explicar a Rory que aqueles pescadores eram uns pilantras muito conhecidos na região. Estavam sempre enganando os aventureiros em troca de alguns simoleons. Rory praguejou, muito aborrecido, jurando vingança contra os pescadores. Jack deu-lhe tapinhas consoladores no ombro, dizendo que não valia o esforço, e Rory desculpou-se com Alix, mas ela não se importava, afinal não chegara a criar esperanças e ao menos deu boas risadas.

    Por mais que Alix tivesse lhe prometido tudo o que viera a mente, Jack permanecera irredutível e, portanto, naquele momento ela estava sentada em uma poltrona, de frente para uma senhora verruguenta e nariguda que a observava com misteriosa curiosidade. Alix evitava olhar para a mulher, concentrando-se na bola de cristal sobre a mesa que separava as duas. Jack cuidara de contar a história da maldição, bem como os dias passados e as curas falhas. A bruxa abriu a boca para dizer qualquer coisa que lhe parecera extremamente obvia, mas Alix, que permanecera calada desde que bateram à porta do trailer, começou a dizer que aquilo não passava de uma perda de tempo, e que deveriam voltar e tentar a sorte com a cobra. Já se levantava, mas Jack, que estava atrás da poltrona, a fez voltar ao lugar, segurando seus ombros e fazendo-a sentir-se uma prisioneira, não apenas por ele, como pela bruxa, que se aproximou desconfortavelmente dela, analisando cada centímetro de seu rosto assustado. Para o desespero da botânica, disse que lançaria nela um feitiço, sem deixar tempo para ser impedida, pois sacou sua varinha e lançou o feitiço tão depressa que Jack nem teve tempo de reagir. Alix fechou os olhos, mas tudo o que aconteceu foi que um feixe de luz dourado saiu da varinha, chocou-se contra ela e pareceu se espalhar pelo ar. A bruxa não pareceu surpresa.

    – Como eu suspeitava – falou a mulher. – Alguma coisa está bloqueando minha magia – Jack perguntava se havia algo que pudessem fazer para consertar isto, mas a bruxa não respondeu de imediato, limitando-se a observar o nervosismo de Alix. Por fim disse que não havia coisa alguma a ser feita, aliás, acrescentou que Alix não deveria ter esperanças quanto a ser curada e, furioso, Jack chamou a mulher de charlatona e tantas coisas que, antes que a mulher lançasse nele uma maldição, Alix interveio se desculpando por ele e acalmando a ambos. – Lamento, criança – disse após se acalmar, acrescentando que Alix deveria saber melhor o que fazer do que ela, mas a botânica retrucou que não fazia a menor ideia do que a mulher estava falando e esta fingiu que acreditava, se despedindo deles após dar-lhes um punhado das jujubas mágicas de seu arbusto, como lembrança, ou prêmio de consolação.

    Mal haviam dado três passos pela estradinha de pedras na frente do trailer, e Jack já cuspia abelhas, dizendo que deveria ter acreditado em Alix e jamais visitado a bruxa, afinal aquela cidade estava cheia de pilantras, dizia citando os pescadores que enganaram Rory, ignorando o comentário de Alix, sobre Rory não ser exemplo, afinal não era difícil tapeá-lo. Jack só parou seus comentários para impedir a botânica de provar uma das jujubas, dizendo que provavelmente estava envenenada, mas esta ignorou seu conselho, dizendo que ia morrer de qualquer forma e que não importava se seria pela jujuba, desde que estivesse saborosa, mas Jack não aprovou a piada mórbida, e decidiu ao menos provar primeiro, para garantir. Talvez essa não tenha sido sua melhor ideia, pois conforme se aproximavam do mercado, começaram a sentir um terrível cansaço e, quando seus olhos se embaçaram, os dois puderam jurar verem gnomos gigantes se aproximando ameaçadoramente, cantando tenebrosas músicas festivas, com grandes sacos de pano nas mãos. Suas forças haviam desaparecido completamente, de modo que, para os estranhos gnomos, não foi difícil captura-los, aprisionando cada um dentro de um saco e partindo.
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    So94So94 Posts: 371 Member
    @LolitaDoMal ai que final tao assustador credo gnomes assim ...
    Acho que a bruxa não pode curar alix porque o problema dela para alem da maldição deve estar gravida também :) eheheh
    Ficar junto de Samir e um perigo sempre com ele a morrer e a ressuscitar imagina que o que vem para matar Samir acaba por matar outro sims... No entanto ja nao e a mesma coisa se houver um Episodio em que Samir não morre e ressuscita... E sempre nos melhores momentos. Levanta se como se nada fosse ja nem o assusta ahahah. Estou a adorar.
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @So94 será que é isso, ou será que é outra coisa? Acho que estamos nos aproximando da descobertaa :P

    Capítulo 25

    Jack despertou em prantos, ainda com a memória fresca quanto ao bizarro ataque dos gnomos. Olhou em volta, assustado, notando que estava preso em uma cela e com as mãos algemadas nas costas. A botânica não estava por perto e, para espanta-lo ainda mais, seu pesadelo persistia, pois um gnomo assustador estava agarrado às grades de sua cela, chamando seu nome com aquela voz fina e irritante. Também notou que havia outro gnomo no chão, aparentemente desmaiado. Desejando que tudo não passasse de um pesadelo, Jack pôs-se a falar consigo mesmo, tentando se acalmar ao dizer que tudo aquilo era irreal, mas o gnomo insistia em lhe contradizer, sugerindo que ele contasse onde estava Alix e, para acalmá-lo, falando que o soltaria em breve. Jack achou aquilo uma afronta e esbravejou ao gnomo que jamais contaria onde estava Alix – mesmo que soubesse –, e que a criatura poderia tortura-lo o quanto quisesse. O gnomo pareceu muito confuso e perguntou se Jack não o reconhecia. Foi então que outro gnomo apareceu, sacudindo sobre a cabeça um punhado de pirulitos, e cantando vitória por ter encontrado algo.

    Para a surpresa de Jack, o gnomo colocou um dos pirulitos na fechadura e a cela se abriu, depois suas algemas foram removidas com outro pirulito, e ainda muito desconfiado, Jack atacou um dos gnomos com seu famoso Mata-Leão. Foi nesse instante que sua mente voltou ao normal e ele viu que enforcava o pobre do Rory, enquanto Sara tentava acalmá-lo com palavras. Jack cambaleou com a mão na testa, praguejando contra as jujubas da bruxa e perguntando o que estava acontecendo. Ninguém sabia ao certo quais eram os planos da MorcuCorp, mas a equipe da Resistência que estava prestes a explorar a Grande Pirâmide, em busca da Relíquia Da Eternidade, viu Alix prisioneira do enorme contingente da MorcuCorp, sendo obrigada a acompanha-los para dentro da pirâmide. Acharam muito estranho que a botânica se referisse a eles como “senhores gnomos”, mas o delírio de Jack servira como explicação. Como o soldado não estava entre os agentes fortemente armados da MorcuCorp, decidiram procurar por ele antes de resgatar Alix, afinal não tinham poder para isso e temiam que Jack pudesse ser descartado por falta de utilidade. Rastrearam-no e o resgataram facilmente, pois aparentemente a MorcuCorp estava usando todos os seus agentes na exploração da Grande Pirâmide, que não tinha esse nome à toa, afinal dizia a lenda que era preciso vários dias para explora-la completamente.

    Ninguém sabia o motivo para a MorcuCorp precisar de Alix, mas Jack tinha um palpite relacionado a sua maldição. Jack esteve a ponto de fazer de Firky o homem mais rico de Al Simhara, visto que quase comprou sua mochila cheia de bugigangas, mas Firky recusou seu dinheiro, dizendo que dar-lhe os equipamentos de que precisava era o mínimo que podia fazer depois da proteção de Jack e, antes de partir, o soldado ainda voltou ao quarto para pegar a chave-mestra que Alix ganhara do vendedor. Queria ter consigo uma das escavadeiras da MorcuCorp, mas como não foi capaz de encontrar alguma no QG, se contentou com o que tinha, esperando que não fosse tarde demais.

    Entraram na pirâmide seguindo os passos da MorcuCorp até certo ponto, onde aparentemente houve um deslizamento que cobrira a passagem atrás deles. Assim, precisaram encontrar uma nova rota. Aquela pirâmide lhes dava calafrios, pois parecia um enorme cemitério, repleta de sarcófagos e túmulos em salões gigantescos de onde ecoavam sussurros sobrenaturais. E como se não bastassem as lápides e sarcófagos, havia também pilhas e mais pilhas de esqueletos. Já no primeiro corredor da pirâmide se depararam com pelo menos três esqueletos completos, estirados no chão ao lado de relíquias quebradas. Também havia animais que Jack não apreciava nem um pouco, como escaravelhos perigosos, daqueles que penetravam as peles dos agentes da MorcuCorp na Pirâmide Dos Ventos. Apesar deles, foi um assombroso sibilar que chamou mais a atenção de Jack: havia cobras perigosamente enroladas e camufladas em alguns cantos da pirâmide, e o soldado ficou aliviado por Firky não os ter acompanhado, pois certamente acabaria sendo mordido ao tentar pegar as moedas ancestrais que o animal guardava.

    Longe da rota da MorcuCorp e sem os mapas de Ahmed, a equipe enfrentou diversas armadilhas que os levavam a becos sem saída onde acabariam mortos pelas cobras venenosas e extremamente agressivas, se não fosse pela habilidade de Rory em desativar armadilhas. É claro que algumas eram impossíveis de serem desativadas, mas como agiam alternadamente, foi possível atravessá-las sem que ninguém saísse eletrocutado, chamuscado ou ensopado desta vez. Também encontraram mais portas trancadas, que facilmente abriram com a pedra de Firky; estátuas móveis que, em diversos casos, deixavam-nos presos em irritantes quebra-cabeças, onde um dos três sempre acabava preso atrás de uma das estátuas que compunham um pequeno labirinto. Por fim, começaram a encontrar os salões com túmulos e sarcófagos, onde precisavam passar sorrateiramente, a fim de não despertar as criaturas. Em uma dessas tentativas, Rory acabou tendo seu tornozelo preso por uma armadilha e foi ao chão, derrubando e quebrando várias relíquias pelo caminho. O resultado não podia ser outro, senão todos correndo desesperados, procurando um lugar seguro para se esconder dos fantasmas e múmias, enquanto Jack amaldiçoava o aventureiro.

    Durante todo o percurso, o soldado procurava rastrear quaisquer sinais que os pusessem na direção da MorcuCorp, mas foi apenas quando estavam bem fundo na pirâmide que começou a encontrar jujubas mágicas em um canto e outro da tumba, geralmente dentro de vasos de bronze, Interpretando-as como a forma que Alix tinha de lhe dar direções. No entanto, Jack não seria capaz de segui-las por muito tempo, pois, embora estivesse determinado a continuar, foi vencido pelo cansaço e obrigado a montar acampamento, perigosamente próximo a um cemitério completo: com terra dura, ervas daninhas e lápides muito antigas e um tanto deterioradas. Havia neste até mesmo árvores escuras e secas, além do sibilar das cobras que os acompanhava desde o início. Foram despertados mais tarde, por tenebrosos olhos de fantasmas que lhes vigiavam o sono e, como Jack espantou-se, atacando a criatura com um soco que lhe atravessou o corpo sem produzir efeito, os fantasmas se enfureceram, tornando-se vermelhos, e começaram a possuir os objetos ao redor, fazendo-os flutuar. Além disso, perseguiram o grupo, guiando-os na direção do cemitério, onde Sara, que no momento liderava a fuga, encontrou um mausoléu que decidiu usar como abrigo.

    Correram aos tropeços por uma escada, onde Rory acabou caindo e rolando para baixo feito uma bola de boliche, levando consigo Jack e Sara, que serviram como pinos. Foram parar lá embaixo, cercados por urnas e esqueletos que repousavam em enormes pedras, abraçados a sacos de moedas. Como perceberam que não havia fantasmas ali, avançaram tranquilos à procura de outra saída. Sua tranquilidade não poderia ter vindo em pior hora, pois quando Sara decidiu iluminar o caminho, acendendo uma das tochas na parede, ouviram um estranho rosnado com um quê de fantasmagórico e, quando tiveram a terrível ideia de olhar em volta, depararam-se com um enorme urso zumbi que os perseguiria por todo o mausoléu, enquanto o grupo tentava decidir-se se deveriam lutar contra a fera ou voltar pela saída guardada pelos fantasmas, que no máximo lhes atravessaria o corpo, deixando-os gelados.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Eu estava atrasada, ganhei dois capítulos! ✌🏻 Será que a bruxa está mancomunada com a MarcuCorp ou essas jujubas foram dadas só de troça mesmo? 👀

    Ai, Alix, tadinha, mal sai de um cárcere, entra em outro! Inagino o desespero de Jack!

    Será que ela está mesmo gravidinha, como a @So94 afirma?

    Rory deixará de ser desastrado?

    O que fazer quando se encontra um Urso Zumbi? Existe manual pra isso?

    @LolitaDoMal tratando meu corassaum!
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    So94So94 Posts: 371 Member
    Urso zumbi? ai deus :neutral:@pmattos eu sou teimosa continuo a achar que minha intuicao esta certa mas nunca se sabe.
    @LolitaDoMal nao me deixe a "roer " as unhas todas com a ansiedade de saber , aproxime essa descoberta :open_mouth:
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @pmattos será que o manual estava no mausoléu? Será que o Rory está menos desastrado? Será que a @So94 vai descobrir se a Alix está ou não grávida?

    Apesar de um dos gatos estar dormindo em cima do meu resumo, eu consegui finalizar o... Capítulo 26!

    Um sussurro distante fez Alix remexer-se no duro saco de dormir sobre o qual tentava descansar, sem sucesso, pois a preocupação não lhe permitia, além do olhar vigilantes dos tantos carcereiros que possuía desta vez. Todos eles armados com raios congelantes. Ela despertou após o sussurro com seu nome repetir-se, e olhou em volta percebendo que os vigias que não dormiam estavam muito distraídos ao redor da fogueira, contando histórias assustadoras. Quem lhe chamava era o seu conhecido carcereiro, que apesar de ter seu salário reduzido, não sofreu maiores punições após deixar seu posto no QG, resultando na fuga de Alix. Ali na pirâmide ele era seu maior aliado, pois esteve cuidando para que os momentos de fúria desenfreada de Kamel não lhe afetassem perigosamente, sempre sugerindo que o homem se afastasse para se acalmar. Além disso, conseguia contrabandear frutas extras, melhores que as rações que era obrigada a comer, para não passar fome. Naquele momento, este era justamente seu objetivo. Levava-lhe frutas e avisava que posicionara a jujuba mágica dentro de um vaso, para que o soldado a encontrasse, como mandara Alix, afinal ele próprio não tinha o poder de liberta-la. Kamel podia dizer o quanto quisesse que o soldado não apareceria, pois havia “cuidado” dele e, por mais que os olhos de Alix tivessem se enchido de lágrimas pela forma como a palavra foi pronunciada, ela jamais acreditaria em Kamel.

    Além de lhe fazer companhia nos momentos de solidão, o carcereiro também lhe servia de informante, contando partes dos planos de Kamel, que ouvia em meias-conversas, e lhe atualizava sobre o progresso da exploração. Foi assim que Alix ficou sabendo que Kamel pretendia usar suas visões para encontrar a Relíquia Da Eternidade. Acontece que, quando exploraram a Pirâmide Do Céu, não buscavam a Relíquia Da Vida, mas uma lendária árvore de simoleons, a qual Alix conhecera através do livro que comprara de Ahmed. Como o carcereiro havia dito antes, um dos agentes amaldiçoados havia sido curado após meditar lá na pirâmide, e este havia tido visões, bem como Alix, que revelaram a ele como alcançar a árvore que procuravam. No entanto, todos os agentes amaldiçoados conseguiram uma cura, impedindo Kamel de usá-los para conseguir a próxima relíquia. Ele planejava escolher um agente como sacrifício para ser amaldiçoado, mas então Alix foi capturada e ele viu sua marca. Tiveram o infortúnio de sua fuga e precisaram captura-la novamente, o que fazia Alix pensar que batia algum recorde ao ser sequestrada duas vezes no mesmo dia.

    Naquele momento, a exploração se direcionava especialmente para a sala onde Kamel obrigaria Alix a meditar e, então, revelar suas visões, se não por bem – em troca da cura que ele dizia conhecer –, por mal, pelo controle mental de um dos agentes da MorcuCorp, que era um vampiro com esta habilidade. O carcereiro a apressava para que comesse, pois Kamel voltaria logo, para dar continuidade à exploração, visto que um dos batedores encontrara a sala não muito longe dali. Como ela não fazia planos de contar a Kamel qualquer visão que tivesse, fazia um esforço para tentar localizar o vampiro entre os outros agentes, mas esta era uma tarefa difícil, pois muitos deles se pareciam pálidos sob a iluminação estranha da pirâmide. Além disso, não vira formas sombrias ou tentativas de morder pescoços. Fosse quem fosse o vampiro, era muito cuidadoso. Mas Alix não teve muito tempo para olhar em volta, pois, como dito pelo carcereiro, lá vinha Kamel, com passos pesados em sua direção, embora parecendo menos furioso, não apenas por saber que seu primeiro objetivo não estava longe, mas também por não precisar ter o trabalho de acordar a botânica. Ele a apressou para que se levantasse, então começou a gritar com seus agentes, ordenando que assumissem suas posições, e assim eles fizeram.

    O caminho até a sala não foi menos perigoso do que os anteriores, mas Alix notou que havia menos criaturas rastejantes naquela área, bem como fantasmas e sarcófagos. Por alguma razão, porém, ela continuava a sentir a presença destes, como se estivessem caminhando por trás das paredes, por baixo do piso e por cima do teto. Com exceção de uma persistente armadilha de dardos, que deixou dois agentes nocauteados, não houverem mais contratempos e finalmente chegaram à sala. Kamel parecia mais ansioso do que Alix, afinal ela já não tinha mais esperanças de ser curada, principalmente por aquele meio. No entanto, sentou-se no zafu, obrigada pelo brusco empurrão de Kamel.

    As preocupações novamente bloqueavam sua mente, de forma que tudo o que via era Jack, em inúmeros fins horrendos, dentro e fora da pirâmide. Mas conforme o tempo passava, aquela sensação de que sua mente desaparecia, enquanto seu corpo era controlado por forças sobrenaturais, voltou a atormentá-la, fazendo-a ver-se desta vez diante de Maat que, sem cerimônias atravessou-lhe o peito, com as próprias mãos, arrancado seu coração e o erguendo diante de si, antes de colocá-lo em uma balança com uma pena, fazendo Alix sentir-se antecipadamente assustada com o resultado, muito embora as palavras de Satis pulsassem em sua mente. Não compreendeu bem o que acontecia ou o que decidira Maat, mas parecia que lhe oferecia um acordo e, contra sua própria vontade, algo dentro de si o aceitava imediatamente. Seria essa a cura? Perguntou-se Alix, confusa e desacreditada. Enquanto sua mente vagava em mundos distantes, Kamel e alguns agentes a observavam, vendo de repente surgir uma aura dourada, muito brilhante, envolvendo seu corpo, cada vez mais reluzente, até que pareceu explodir em luz, cegando-os temporariamente e produzindo um terrível rugido que ecoou por toda a pirâmide, fazendo-a desdobrar-se a sua vontade, desabando em partes.

    Paredes pareceram explodir, bem como o teto e o piso, libertando uma quantidade assombrosa de múmias, cobras, escaravelhos e fantasmas. Todos eles atraídos diretamente para os agentes da MorcuCorp, mas não para Alix ou seu carcereiro favorito. Ela abriu os olhos, perturbada pelo barulho que a despertara, e levantou-se assustada ao notar o caos em torno dela. A marca da múmia ainda ardia em sua pele, àquela altura enrolada em todo seu antebraço, fazendo Alix se perguntar que diabos havia aceitado naquele estranho acordo. Kamel deixara-a aos cuidados do carcereiro e dois agentes, enquanto investigava o que estava acontecendo. Um dos agentes tentou abandonar o posto, assustado, mas acabou sendo atacado por escaravelhos, que lhe penetravam a pele, fazendo-o gritar em pânico, correndo e tentando livrar-se deles. O outro apontou seu raio congelante para o carcereiro, notando que ele pretendia guiar Alix para longe. Nem houve tempo para se preocupar, pois de repente uma múmia o agarrou por trás, levando-o para longe dos dois. Alix, muito assustada, avançou na direção do homem oferecendo a mão, e o agente imediatamente deixou cair o raio para segurar a mão de Alix, que conseguiu livra-lo da múmia, que simplesmente o soltou ao notar a parceria dos dois, e se direcionou para outros agentes.

    O agente agradeceu, embora confuso e pegou de volta seu raio congelante, dispondo-se a usá-lo para protege-los, afinal acreditando que Alix devia ser algum tipo de escolhida ou algo assim e, portanto, preferindo ficar do seu lado, antes de ficar contra ela. Alix, no entanto, não estava feliz com seu acordo, pois não queria realmente que aquelas pessoas se ferissem, e disse ao carcereiro que desejava salvar todos aqueles que pudessem ser salvos pelo caminho. E assim fez, surpreendendo-se com a falta de lealdade daqueles agentes, mas não era para menos, afinal estiveram sendo descartados e abusados em todas aquelas explorações, e não havia dinheiro que comprasse suas vidas. Salvaram dois atormentados que eram cercados por fantasmas, que voavam em torno deles fazendo sons assombrosos, enquanto estes disparavam os inúteis raios congelantes que os atravessavam e atingiam outros agentes. Um deles quase atingiu Alix, mas ela conseguiu desviar. Outros que salvaram estavam sendo encurralados por cobras, que os direcionavam para perigosas armadilhas de choque. Também salvaram um pobre diabo que, para se salvar das múmias, escondera-se em um sarcófago, que naquele momento era atacado por duas múmias, que pretendiam derruba-lo e abri-lo. Ao redor da sala havia múmias congeladas e agentes desmaiados.

    No meio da confusão, Alix mal pôde acreditar quando avistou seu soldado, parecendo muito confuso e perdido, atravessando uma parede completamente destruída e sendo ignorado por todas as criaturas que se empenhavam em combater os agentes da MorcuCorp. Olhava em volta, muito preocupado, sendo seguido de perto por Sara e Rory. Alix chegou até ele antes que este pudesse encontra-la, de modo que se surpreendeu com a recepção calorosa oferecida pela botânica, ao atirar-se em seus braços e beija-lo, mas em seguida tremendo de nervosismo ao notar que os três tinham suas roupas em frangalhos e perguntou se haviam sido atacados por ursos, tendo como resposta risadas nervosas. Mas ninguém tinha tempo para dar explicações.

    Por toda a parte a tumba continuava a desfazer-se. Viam-se as criaturas e os agentes lutando bravamente e disparos dos raios congelantes que passavam por sobre suas cabeças. Uma gigantesca pedra redonda rolava pelo lugar, destruindo paredes por onde passava e afugentando tanto agentes, quanto criaturas, chegando até a esmagar algumas múmias e cobras pelo caminho. Ao segui-la com os olhos, Alix avistou Kamel, ilhado em um canto, com múmias que tentavam alcança-lo desesperadamente, mas ele direcionava toda sua atenção para a Relíquia Da Eternidade, no alto de um pedestal. Alix viu que o piso se desfazia ao redor dele, formando um fosso onde ele acabaria caindo se não desistisse da relíquia, pois sua ilha se tornava cada vez menor, como se fosse corroída. Embora tenha conseguido alcançar a relíquia de alguma forma, não havia como saltar de volta, pois seria capturado pelas tantas criaturas que o cercavam.

    Alix viu sua ruína: cairia no fosso em breve, pois não tencionava saltar de volta, uma vez que não havia como combater as criaturas, visto que para cada uma que congelava, três outras se direcionavam para sua ilha. Kamel gritava que as criaturas se afastassem, apertando a relíquia contra o peito ao mesmo tempo que apontava o raio congelante para elas, com a outra mão, cada vez mais acuado. Foi então que viu abrir-se um caminho entre as criaturas que davam passagem a Alix e Jack. A botânica estendia-lhe a mão, dizendo que aquela relíquia só sairia dali em sua posse, pois a única forma de Kamel tê-la seria morrer com ela, no fundo daquele fosso, e isso nem Alix lhe desejava. Kamel relutou, furiosos com a situação na qual se encontrava, vendo que, adiante, os agentes que não se renderam a Alix lutavam sem chances ou já estavam caídos. Muito à contragosto, Kamel aceitou a oferta, segurando a mão de Alix e saltando em segurança para junto dela, mas sendo imediatamente agarrado por Jack, que não confiava nele e o fez soltar a relíquia e a arma. As criaturas dispersavam, quando Kamel, satisfeito pelo acordo que forjara, golpeou Jack no abdome e empurrou Alix, deixando a relíquia de lado para pegar de volta seu raio congelante e aponta-lo contra ela.
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    So94So94 Posts: 371 Member
    Jack e que devia ter feito algo a kamel e não o contrário , que tal acabarem com esse kamel...
    Pobre jack ...O meu coração assim não aguenta.
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    Calma @So94 o Jack já já se recupera kk

    Capítulo 27

    Ignorando a dor que o fizera encolher-se, Jack desferiu um golpe contra a dobra do joelho de Kamel, fazendo-o ajoelhar e errar o disparo, que congelaria Alix, por pouco. Mas o esforço do soldado nem era necessário, pois as criaturas perceberam a traição de Kamel e se direcionaram a ele, atacando-o tão avidamente que, ao tentar livrar-se, Kamel andou sem olhar para onde ia e acabou caindo no fosso, levando consigo pelo menos três múmias e duas cobras. Jack bem tentou impedir sua queda, mas não teve sucesso e por fim foi sentar-se, mentalmente exausto, ao lado da botânica, sugerindo a ela que as próximas férias fossem passadas na segurança de seu lar, e Alix abraçou-o, concordando sem qualquer confiança, pois tinha em mente que não haveria mais férias para ela.

    Com a ajuda de Jack, Alix subiu em uma pilha muito alta de pedras, chamando a atenção das criaturas e dos agentes, propondo que, aqueles dispostos a abandonar sua lealdade a MorcuCorp, abandonassem as armas e partissem, pois as criaturas veriam em seus corações o acordo e não lhes atacariam. Bastante apreensivos, os agentes fizeram como mandados, surpreendendo-se ao ver as criaturas de fato cessarem os ataques. Poucos foram os que ainda juravam lealdade a corporação e foram deixados para trás. Os outros saíram da pirâmide sem maiores desafios, através de um atalho que se revelou diante de Alix. Lá fora notaram que já anoitecia, e ninguém sabia exatamente quanto tempo passaram dentro da pirâmide. Alix calculava através de sua marca, vendo que seu último dia se aproximava perigosamente. A relíquia foi entregue a Resistência e, no mercado começou um festival em comemoração à segurança das relíquias, pois, por mais que não soubessem muito sobre a Resistência, os cidadãos de Al Simhara apoiavam-nos mais que à MorcuCorp, e preferiam que suas relíquias ficassem em segurança com eles.

    Queriam comemorar aquela noite como um momento sem desastres, mas Rory, enquanto contava a história de como bravamente desarmara todas as armadilhas de uma casa das redondezas, desbravando o lugar e encontrando criaturas e lugares jamais explorados, acabou notando, tarde demais, que Madbouli estava entre seus ouvintes e acabou precisando fugir do evento, derrubando coisas pelo caminho, a fim de atrasar Madbouli, que o perseguiu com enorme determinação, até quando Rory deixou o mercado. Além disso, Alix notou que Satis devorava as jujubas mágicas que Jack recolhera na pirâmide e a fez cuspir as últimas que enfiara na boca. Como a criança não compreendera a preocupação da botânica, perguntou qual era o problema. Bem, como se não bastasse os estranhos efeitos que cada uma das jujubas provocava, como ver gnomos ou fazer peles mudarem de cor, comer demais daquelas coisas poderia levar à morte. E foi nesse momento que Alix ouviu alguém dizer:

    – Oh-oh! – era Samir, que havia acabado de engolir uma quantidade assombrosa de jujubas e, antes que alguém pudesse socorrê-lo, o homem já estava gemendo, com as mãos na barriga, então caiu no chão, inerte. Alix desviou sua atenção para Satis, pois esta comia mais uma jujuba, tornando-se cor-de-rosa e rindo ao dizer que Alix não tinha com o que se preocupar, afinal crianças não morrem.

    A Dona Morte não apenas cuidou de trazer Samir de volta do mundo dos mortos, como também decidiu ficar por um tempo, festejando com os outros, embora ninguém entendesse bem suas palavras, ditas naquele murmúrio baixo e assombroso. Alix passou bastante tempo se empenhando em distrair o carcereiro que, por pouco, quase contara a Jack coisas que percebera sobre Alix, embora o soldado fosse desatento demais para dar-se conta. Este, divertia-se com as tantas vitórias seguidas nas partidas de xadrez contra Sara, satisfeito por encontrar alguém que era pior do que ele no jogo, afinal Alix sempre ganhava. Mas Sara ficou tão aborrecida com as derrotas que por fim o desafiou para uma queda de braço, a qual Jack ficou transtornado e confuso, pois não conseguia entender como perdera. No entanto, ele pretendia omitir aquela derrota quando encontrasse Alix para contar sobre suas vitórias no xadrez, além de planejar fazer uma reclamação quanto a ausência da botânica em seu momento de glória. Acontece que seus objetivos logo foram esquecidos, afinal o soldado não foi capaz de encontrar Alix em lugar algum e tampouco os presentes sabiam de seu paradeiro. Lembrando-se dos recentes acontecimentos, Jack tornou-se mais e mais preocupado e, quando chegou a Satis, já não conseguia mais controlar seu nervosismo.

    – Criança – chamou, segurando-lhe os ombros, muito assustado e falando com gravidade –, não se assuste – falou, embora ele próprio estivesse mais alarmado do que Satis –, mas a Botânica desapareceu! – falou em prantos, sendo em seguida acalmado pela criança, que dizia tê-la visto subir para o telhado não havia muito tempo. Jack suspirou aliviado, agradecendo-a, e se direcionando para o telhado, onde encontrou Alix deitada, observando as estrelas e conversando com alguém, como se contasse uma história, embora Jack não fosse capaz de ver qualquer ser por perto, o que o fez preocupar-se com a sanidade da botânica. Pisando nas telhas com muito cuidado, Jack se aproximou de Alix, dizendo que Samir lhes provara que observar estrelas não era lá muito seguro. Deitou-se ao seu lado e perguntou com quem ela falava, mas Alix limitou-se a dizer que era maluca e falava consigo mesma.

    Ficaram a observar as estrelas, calados. Jack, preocupado com o que a bruxa dissera, perguntando-se se Alix lhe escondia alguma coisa importante, mas ao mesmo tempo confiante de que na manhã seguinte enfrentariam a cobra mágica novamente, e esta salvaria a vida da botânica, pois do contrário não saberia mais o que fazer, afinal não podia dar uma surra na maldição para que fosse embora, e não conheciam outros meios de salvação, pois Alix não lhe contara sobre a oferta de Kamel, afinal imaginava que fosse mentira ou que, se suas intenções fossem nobres, lhe ofereceria uma cura que ela provavelmente já houvesse tentado. Não imaginava que o carcereiro lhe tivesse contado sobre as falhas. Alix tinha em mente apenas uma forma de se livrar de sua maldição, e para isso, talvez devesse parar de ignorar o que a bruxa dissera e ir embora de Al Simhara, afinal se fosse verdade, não encontraria cura ali, mas em outro lugar, muito isolado e distante. Perguntava-se o quanto queria aquela cura, pois não se importava com a morte, mas não queria que aqueles que ficariam para trás sofressem. Pensando nisso, virou a cabeça para observar Jack, notando que ele olhava para o céu, muito perdido em pensamentos, de modo que não percebeu seu olhar por algum tempo. Quando finalmente percebeu e se virou para ela, perguntou qual era o problema, planejando dizer que tudo ficaria bem, mas a botânica o interrompeu, pousou a mão na barriga, sentiu um nó na garganta e, com os olhos molhados, conseguiu dizer apenas:

    – Não quero morrer, Soldado – desmanchando em lágrimas ao ser abraçada por Jack, que dizia a ela que tudo ficaria bem.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Ai, Deusa acumulei de novo, desculpa, a minha semana foi teeeeensa, começou com minha mãe sendo internada na segunda feira, e hj qd ela teve alta, pegou fogo no meu prédio, que foi evacuado, e eu fiquei sem ter pra onde levar até uma tia levá-la pra casa dela. Parece até alguma história da @LolitaDoMal! E a semana não terminou ainda...

    Terminando o penúltimo episódio, respirando fundo com o nosso (já me apropriei) Soldado Salvador. Alix é mesmo uma boa alma, fosse eu, deixava Kamel cair no fosso mesmo...
    Mais alguém tá xonada no carcereiro?

    Vamos para o último...

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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Ah caramba! Aí acontece um monte de coisa e eu tinha mais um monte pra comentar, mas aí me vem esse final pra me fazer engasgar e engrossar o coro da @So94... Acho que a Alix tá grávida mesmo... <3 Ela não pode morrer! :(
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member
    Minha Deusa, @pmattos que pesadelo! D= espero q tenha ficado td bem.
    LolitaPositiva mandando boas vibrações pra vc e sua família!
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