O Winterfest De Bonnie


Ho! Ho! Ho! Simmers! Voltei desta vez com uma história de Nat... Er, Winterfest! (quem diria, né...)
Como eu disse, essa história não tem ligação com as outras, mas espero que gostem mesmo sem a companhia de Jack e Alix :)
Onde estão minhas leitoras favoritas: @pmattos @So94 ... ah! E a sumida da @priscamelo77

Capítulo 1

Na lareira crepitava um calor aconchegante que por alguma razão não alcançava Bonnie Hudson, muito embora a mesa onde estava sentada com sua família estivesse bastante próxima ao fogo. Na verdade, Bonnie sentia um enorme frio místico, gerado pelo desconforto do momento. Amava o Winterfest, seu feriado favorito, afinal adorava passar a noite em família e fazer todas as atividades relacionadas ao feriado, porém, sempre se esquecia do fim da noite, quando sua mãe, Jeanne, começava a relembrar os velhos tempos, com seu falecido marido – Bonnie se lembrava do pai com alegria, afinal esta era sua condição principal todo o tempo, tanto que acabou por causar sua morte. Quem imaginaria que alguém podia literalmente morrer de rir?! Até aí tudo bem, mas desta lembrança vinha a questão de família e filhos. Geralmente nesse momento Jeanne olhava pela mesa, observando as três filhas: Christine com seu marido, Ian, conversavam sobre o sucesso em suas respectivas profissões e seus maravilhosos dois filhos; Amélie e Kevin, que não era tão bem-sucedido quanto Ian, de modo que atraía olhares tortos de Jeanne, mas a filha era uma escritora de sucesso, por isso ela fazia vista-grossa, além disso seus três filhos eram ótimas crianças; Bonnie, sozinha na outra ponta da mesa, bem de frente para Jeanne, com seu estilo de vida boêmio que tanto desagradava a mãe, que não via futuro para ela e sempre trazia à tona o mesmo discurso:

– Que tipo de futuro você espera ter – começava, pronunciando cada palavra com mais intensidade e fazendo Bonnie se encolher mais diante de cada uma –, vendendo quadros no Mercado De Pulgas, tocando violino na praça e tratando de graça animais imundos de rua?!

– Eu... – começou um tanto timidamente, embora tentasse demonstrar bravura. – Espero ter um futuro nobre, maman! – essa frase aborreceu tanto Jeanne, que Amélie podia jurar ter visto fumaça sair pelos seus ouvidos. A realidade era que Bonnie conseguira com seus quadros mais dinheiro do que podia lidar e, jamais contaria a mãe, mas doou tudo para a caridade, afinal preferia viver com simplicidade e sentia-se extremamente desconfortável na enorme casa onde crescera e onde estavam naquele momento. Como não gostava de discussões, preferiu levantar e ir sentar-se em uma poltrona ao lado da Árvore de Fim De Ano. Ouviu os berros de Jeanne, que pretendia continuar a discussão, mas como sempre Amélie interveio para dar a Bonnie uma brecha para escapar, enquanto acalmava a mãe.

Não demorou para que Bonnie conseguisse companhia, pois antes que pudesse suspirar desanimada e começar a remoer sobre sua vida a pequena Lily, filha mais nova de Amélie, aproximou-se dela pedindo colo, decidida a entretê-la com o brinquedo que surrupiara da pilha de presentes sob a árvore, balbuciava para Bonnie uma história incompreensível, a qual a tia ouvia atentamente, fingindo entender cada palavra. E, motivados pela rebeldia de Lily, seus irmãos gêmeos – Quentin e Carrie –, começaram a fuçar os presentes também, logo sendo avistados por Kevin, que os repreendeu. Os dois saíram correndo às gargalhadas, por razão que ninguém entendeu de imediato, e foram se refugiar ao lado da tia. Incomodado com a situação, Kevin decidiu que seria melhor deixar que começassem a abrir seus presentes de uma vez. A primeira a correr até a pilha foi Henrietta, que empurrou seu irmão – Hugo –, com tanta força que o garoto tropeçou e esbarrou na avó, fazendo-a derrubar vinho em seu lindo vestido festivo. Ele se desculpou, mas a mulher saiu bastante aborrecida, subindo as escadas e reclamando sem parar. Henrietta foi castigada pela ganância muito mais depressa do que esperava, pois quando abriu seu presente teve um jato de tinta vermelha lançado contra seu rosto, e seus primos riram mais ainda, comemorando o sucesso da travessura.

– Vocês não deveriam fazer esse tipo de coisa – falou Bonnie, calmamente, entregando Lily para Hugo, que a pedia, e indo limpar o rosto de Henrietta –, não sabem que crianças travessas ganham apenas carvão do Papai Inverno?

– Papai Inverno? – indagaram os quatro, surpresos, e deixando Bonnie confusa e sem conseguir compreender como aquelas crianças não conheciam o Papai Inverno. Tentou até mesmo lembrar-se de todos os natais que passara com os sobrinhos e, realmente, não conseguia lembrar-se de ouvi-los falando no bom-velhinho.

– Ah! – fez Quentin, estalando os dedos. – Está falando daquele velho gorducho que veste um pijama azul – falou com algum desdém. Bonnie bufou.

– Ora, não é um pijama! – protestou, deixando de lado o pano sujo de tinta e indo se sentar de novo na poltrona. Começou então a explicar sobre aquela criatura fantástica que em todas as noites de Winterfest, enquanto todos dormiam, entrava nas casas pela chaminé e deixava presentes embaixo da árvore, apenas para as crianças que se comportaram ao longo do ano. Daí vieram risadas: Quentin duvidava que o velho conseguisse dar presentes para todos em uma única noite, ao que Bonnie respondeu dizendo que o Papai Inverno o fazia com magia; Henrietta foi além, dizendo que se ele entrava na casa sem ser convidado não passava de um invasor, mas Bonnie rebateu que os sims o convidavam mesmo sem perceber, quando montavam suas casas para o Winterfest; Carrie quis saber se ele não ficava cansado, afinal parecia muito velho, e Bonnie disse que ele tinha mais energia do que os cinco juntos; e Hugo não entendia como ele sabia quem se comportara ou não, mas Bonnie disse que seus ajudantes observavam as crianças através de espelhos mágicos e outros artifícios. Ao final da conversa, as crianças estavam tão empolgadas que queriam conhecer o Papai Inverno pessoalmente. – Bem – começou Bonnie, teatralmente triste –, como desdenharam dele, acho que o Papai Inverno não vai querer conhece-los – agitadas, as crianças se amontoaram ao seu redor, dizendo que fariam qualquer coisa e repetindo cansativamente “por favor”. – Está bem! Está bem! – disse vencida, e baixou a voz para um sussurro ao dizer: – Não deixem seus pais saberem, mas eu os acordarei quando for a hora – e voltou ao tom normal. – Agora, vamos deixar biscoitos e leite perto da lareira para o Papai Inverno, e depois vocês vão para a cama – claro que eles protestaram, dizendo que preferiam esperar acordados, mas Bonnie foi irredutível e por fim todos obedeceram.

Mais tarde, a luz fraca da vela que Bonnie carregava não foi o bastante para fazer Quentin acordar, embora Hugo e Carrie tivessem despertado logo que a porta se abriu, fazendo Bonnie se perguntar se haviam ao menos tentado dormir. Henrietta acordou quando a luz se aproximou da cama onde dormia, mas Quentin roncava alto e só foi acordar quando a irmã prendeu suas narinas, fazendo-o sentir-se sufocado e despertar em prantos, enquanto ela gargalhava. Queriam levar Lily com eles, mas Bonnie disse que ela teria seu momento quando fosse mais velha, afinal não acordaria o bebê e muito menos entraria no quarto de hóspedes onde estava dormindo com seus pais. O grupo avançou pelo corredor e depois pela escada aos sons de “shh!” de Bonnie, que não queria acordar a casa inteira. Henrietta se decepcionou ao chegar lá embaixo, pois acreditava que pegariam o Papai Inverno com a mão na massa, comendo os biscoitos, mas quando chegaram lá não havia ninguém e os biscoitos, bem como o leite, estavam intocados. A menina quase deu meia-volta, desistindo, e indo de volta ao quarto, mas os gêmeos zombaram de sua falta de resistência, e por isso ela decidiu ficar mais um pouco, indo sentar-se com eles no tapete em frente a lareira, onde apenas uma brasa muito fraca permanecera acesa.
Enquanto esperavam, Bonnie contou-lhe como ela encontrara o Papai Inverno pela primeira vez. Era seu pai quem lhe contava histórias sobre o bom-velhinho, mas ele já havia falecido no dia em que ela desobedecera à ordem de ficar na cama, para esperar pelo Papai Inverno naquele mesmo lugar onde estavam sentados. Como era muito mais jovem do que as irmãs, passava a maior parte do tempo sozinha na casa naquela época, afinal Amélie e Chris já haviam se mudado na ocasião, e antes disso Bonnie nunca havia desobedecido uma ordem. Ela contava como o encontro fora mágico, deixando os sobrinhos ainda mais ansiosos, e não entrou em detalhes, mas disse que ganhara das mãos do próprio Papai Inverno o melhor presente que tivera até então. Como era muito emocional, disse em seguida que depois deste ganhara presentes mais especiais ainda de suas irmãs, referindo-se a seus queridos sobrinhos, mas só Hugo realmente entendeu, afinal os outros ficaram a perguntar quais eram esses presentes, se revezando para adivinhar, e só se calaram quando Bonnie começou a contar a eles as mesmas histórias que ouvira de seu pai, fazendo o tempo passar sem que eles percebessem e, quando deram por si, não só Henrietta havia comido todos os biscoitos e bebido metade do leite, como o dia já surgia através da janela embaçada.

– Oh, não! – fez Carrie, muito assustada. – O Papai Inverno realmente ficou bravo por duvidarmos dele, e por isso não apareceu!

Bonnie levantou-se preocupada e olhou em volta para ter certeza de que o velho não aparecera sem que percebessem e deixara presentes escondidos, mas não havia qualquer sinal de sua presença, o que era muito estranho, uma vez que ele nunca faltava com seu compromisso. Além disso, ele não teria ficado realmente bravo por um motivo tão bobo. Por fim, os quatro voltaram para as camas muito tristes, fazendo Bonnie sentir seu coração partir. O que poderia ter acontecido com o Papai Inverno?

Comentários

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    So94So94 Posts: 371 Member
    Ainda bem que voltou mesmo que seja outra historia estou aadorar. Adoro histórias de natal e o Natal ohohoh.
    Para pai natal não aparecer teve que acontecer algo. Sera que ele esta bem ou precisara de ajuda?
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Ah!!! Veio mais rápido que imaginei! Obrigada por nos presentear com uma nova história, @LolitaDoMal!!!!
    Já adorei de cara... Seu humor sarcástico... Pobre Bonnie cujo pai morreu de rir e a mãe não a compreende...

    Mas então... O que será que aconteceu com o bom velhinho????? Eu acho que Bonnie vai querer investigar isso!
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @So94 e @pmattos que bom que estão lendo. Espero muito que gostem :)
    So94 escreveu: »
    Adoro histórias de natal e o Natal ohohoh.

    Então se prepare para a LolitaNatalina, pois nessa eu fiz o possível pra evitar grandes desesperos ou tristezas ;)
    pmattos escreveu: »
    Ah!!! Veio mais rápido que imaginei!
    Pobre Bonnie cujo pai morreu de rir e a mãe não a compreende...

    É que eu já estava escrevendo durante a outra
    O pai da Bonnie realmente morreu de rir, ele tinha o traço Brincalhão (eu lembrei disso enquanto escrevia, mas não consigo lembrar qual era o nome dele kk)

    Capítulo 2

    – Lukas, seu cretino! – gritou uma mulher com chapéu de caubói, apontando furiosamente para um adolescente que se afastava, enquanto verificava inquietamente sua mochila à procura de algo que não encontrou, pois a fúria da mulher lhe fez decidir ir embora, às gargalhadas. – Na próxima vez que se aproximar do meu mural, meus pincéis irão parar...

    – Angie! – chamou Bonnie, repreendedora, fazendo a amiga virar-se para ela, ainda furiosa com as pegadas e pichações que o garoto deixara em seu mural, quando elas estavam distraídas. – Não vale a pena brigar com uma criança – disse, se concentrando em limpar a bagunça. Angie se aproximou, retrucando que Lukas não era uma criança, mas concordava que não valia a pena, afinal sua mãe era uma pessoa muito importante e um tanto maligna demais para que Angie não se preocupasse com as consequências de brigar com seu filho. Na verdade, esperava que aquela família recebesse a visita dos três espíritos de Winterfest, afinal estavam precisando, por mais que a data houvesse passado. E, pensando nisso, foi levada de volta ao assunto que gerara a distração delas, contando que também não recebera visita do Papai Inverno no bar onde passara o Winterfest, aliás, naquela manhã, enquanto tomava o café-da-manhã, soube de mais uma pessoa que também não o vira, e achou tudo muito estranho. – Não sei, Angie... talvez algo ruim esteja acontecendo – falou preocupada, mas Angie abanou as mãos.

    – Pft! Vai ver o velho se cansou dessa trabalheira, Bonnie – disse enquanto esfregava o chão com vigor. – Se fossem só os adultos, eu diria que o trabalho era até fácil, mas quando se inclui esses pirralhos... – falou olhando na direção em que Lukas correra, com raiva. – Só você mesmo para aguenta-los, talvez tenha uma vaga de emprego disponível – zombou, enquanto enxotava Alexander Goth com impaciência, pois o garoto não parava de se aproximar nervosamente, parecendo espiar a conversa.

    – Não tem graça, Angie – bufou Bonnie. – Talvez seja algo grave.

    – Talvez seja grave para o Papai Inverno, mas e daí? Não é como se ele fosse a Observadora ou algo assim, não muda nada em nossas vidas além de alguns presentes a menos – Bonnie detestava que ela tivesse razão naquele sentido, e pôs-se a observar o mural arruinado, com tristeza. Na verdade, não se importava que o Papai Inverno não fosse uma figura tão importante durante os outros dias do ano, ele era alguém e, para Bonnie, todo mundo importa. Seu silêncio fez Angie suspirar teatralmente.

    – Argh! Eu conheço esse olhar, Bonnie – disse um pouco aborrecida –, você não vai deixar passar, vai?

    – Só acho que deveríamos ao menos tentar descobrir o que houve.

    – Deveríamos? No plural?

    – Oh, Angie! Você é minha melhor amiga. Vai mesmo me deixar fazer isso sozinha? – Angie revirou os olhos. – Além disso, talvez esteja certa quanto a aposentadoria do Papai Inverno. Não quer descobrir que ele no fundo também odeia crianças? – Angie riu forçadamente e disse que, sendo assim, a ajudaria, e decidiu abandonar o mural, pois quanto mais esfregavam, mais abstrata se tornava a arte que antes deveria ser pop, além disso a agitação de Alexander a perturbava.

    Saíram da galeria em direção às barraquinhas de comidas, pois Angie clamava pensar melhor de barriga cheia, e se depararam com uma aura mágica de simpatia que emanava de um grupo que por alguma razão ficavam mudando de roupas e exibindo-as uns aos outros. Só podia ser o clube dos Modelos, pensou Angie, sem paciência para eles e preferindo escolher a mesa de piquenique mais distante, embora esta ficasse ao lado de um grupo barulhento de protestantes. Bonnie, que estava sempre disposta a fazer doações para esses grupos, aproximou-se de uma adolescente de cabelos azuis que gritava fervorosamente como se tivesse um megafone, sacudindo sua placa no alto vigorosamente. Embora se empenhasse bastante, Yuki Behr não deixou claro a que suas palavras envolventes eram direcionadas e, portanto, Bonnie perguntou-lhe qual era o motivo do protesto. Essa, no entanto, disse que não fazia ideia. Apenas havia sido contagiada pela emoção do grupo, e Bonnie comentou, com alguma preocupação, que ela não deveria protestar sem motivo.

    – Mas protestar é importante por aqui – argumentou Yuki, soando como se quisesse apenas se encaixar no grupo. Bonnie achou melhor não insistir e foi perguntar sobre o protesto a outra pessoa, que lhe disse:

    – Ninguém está realmente dando atenção ao terrível acontecimento do Winterfest – falou o homem. – O Papai Inverno não apareceu em casa alguma e nós devemos fazer algo a respeito!

    – Ora, Papai Inverno, aquele gordo desgraçado que distribui carvão! – falou Yuki, furiosa ao ouvir o motivo do protesto, atirou no chão sua placa e foi embora, resmungando e pisando duro. – Era só o que me faltava... – Bonnie ficou muito assustada com a reação da menina, mas chacoalhou a cabeça e se dirigiu ao protestante, perguntando o que planejavam fazer para resolver o problema, mas o homem coçou a testa, olhou para os lados e pareceu um tanto aflito.

    – Estamos protestando.

    – Estou vendo – rebateu Bonnie, ansiosa pela resposta, mas o homem coçou a testa de novo.

    – Bem... estamos protestando – repetiu, desconfortável. Bonnie perguntou o que fariam além disso, mas o homem coçou a testa de novo e repetiu a frase. Bufando aborrecida, ao notar que aquelas pessoas não faziam ideia do que queriam, Bonnie doou cem simoleons e se afastou do grupo, deixando que continuassem com sua gritaria sem finalidade. Ao menos serviu-lhe para mostrar a Angie que o problema era real e que outras pessoas deram por falta do velho. Ao ouvirem suas palavras, os membros do clube se manifestaram, dizendo que o Papai Inverno também não aparecera em suas casas. Siobhan Fyres foi a primeira a fazer suposições, dizendo que tinha certeza que esta atrocidade só podia ser obra de sua irmã, Morgan, e seu clube de perturbados, mas Luna Villareal interveio em defesa de seu irmão, quando Siobhan decidiu pôr a culpa em Max, chamando-o de peste desprezível.

    – Nem tudo de ruim que acontece em SimCity é culpa de Max! – defendeu Luna, muito aborrecida. Quem falou em seguida foi Sofia, mais novo membro do clube:

    – Quem disse que isso é ruim? Tipo, o velho só dá presentes péssimos, já era hora de alguém se livrar dele, na minha opinião – e suspirou teatralmente, concentrando-se em analisar a roupa nova que Sergio Romeo modelava para o grupo.

    – Ninguém realmente se importa com esse velho, Bonnie – falou Angie, com falso pesar, mas Bonnie disse que aqueles jovens estavam pensando no Papai Inverno apenas como um doador de presentes, e disse que ele era muito maior do que apenas isso, era um símbolo de bondade e a falta de compreensão disto naquelas pessoas a entristecia, pois a fazia pensar que não havia mais do que interesse material em seus corações.
    Por fim, foram para o apartamento de Bonnie, onde começariam seu plano para resolver o mistério. Quando chegaram lá, porém, encontraram os quatro sobrinhos de Bonnie sentados no corredor, ao lado da porta, dizendo que haviam saído da escola direto para lá, pois acharam estranha a ausência do Papai Inverno, afinal, diziam que Tia Bonnie nunca mentia, e acrescentaram que queriam ajudar a encontrar o bom-velhinho. Quentin apostava que havia algum vilão por trás de seu desaparecimento e garantia que ele e Carrie conseguiriam acabar com ele em um piscar de olhos, pois tinham itens para pregar-lhe uma grande peça. Henrietta preferia que o problema fosse resolvido com lógica, pois tinha certeza de que poderia barganhar o Papai Inverno de volta se vencesse uma partida de xadrez. Já Hugo acreditava que o vilão talvez só precisasse de um abraço para convencê-lo a libertar o velho, mas os primos riram dele.

    Logo que Bonnie abriu a porta, uma figura felpuda e rechonchuda veio roçar-lhe as pernas, miando como se cantarolasse, e Bonnie abaixou para afagar suas orelhas e cumprimenta-la. Seus sobrinhos correram para se sentar no colorido sofá, ligando o aparelho de som e apreciando o lugar alegre e muito colorido. O apartamento era pequeno, mas aconchegante, embora houvesse lençóis pelo chão, protegendo o piso da tinta dos murais que ainda estavam sendo terminados. No chão estavam espalhados pincéis, sprays e latas de tinta, além de algumas roupas, visto que Bonnie não conseguia ser lá muito organizada. Escondidos em meio ao caos, havia um teclado e um violino, e quase não se via a cama atrás do biombo. Bonnie deixou sua bolsa cair em qualquer lugar da casa, aliviada por se livrar dela, pois parecia muito mais pesada do que se lembrava, e foi perguntar às crianças se estavam com fome. Ninguém teve tempo de responder, pois a gata laranja, que costumava ser muito simpática, saltou do sofá, onde estava sendo afagada por Carrie, e correu para cheirar a bolsa, chiando apavorada e se encolhendo. Bonnie foi até ela, pegando-a e perguntando qual era o problema, mas a gata saltou de seus braços e correu em direção ao corredor que levava ao banheiro, deixando Bonnie muito confusa.

    – Bom, vamos ao trabalho – sugeriu Angie, ignorando o acontecido –, afinal, quanto mais cedo descobrirmos o que houve, mais cedo terminamos – disse preguiçosamente. Carrie sugeriu que fizessem pesquisas na internet, quanto a notícias sobre o Papai Inverno, assim descobririam se havia algum sinal dele em algum lugar, ou se o caso se restringia àquela região. Bonnie então tirou o notebook da bolsa, mas alguém disse:

    – Você precisa de uma mesa para usar isso – mas não havia nenhuma além da mesa de chá e, para a surpresa de todos, Bonnie respondeu calmamente:

    – Tem uma mesa na cozinha.

    – Você tem uma cozinha?! – perguntaram em coro, muito espantados com a revelação. E Bonnie, espantada com a surpresa deles, disse que era óbvio que tinha uma, no fundo do corredor, afinal para onde eles acreditavam que aquela porta levava? Mas como ela estava sempre fechada e a única que passava por ela era a gata, que fazia uso de sua própria portinha, acreditavam que ali fosse o quarto de brincar da gata, ou que fosse uma dimensão mágica para onde Bonnie ia para buscar inspiração para suas músicas e artes, ou então era apenas um quarto onde Bonnie guardava suas telas e outras bagunças. Determinada a acabar com o mistério, Bonnie avançou em direção a porta, seguida pelos cinco, mas antes que pudesse abrir a porta, ouviram o chiado alto da gata, seguido pelo barulho de algo caindo no chão.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Já to eu apaixonada pela Bonnie... Ai, @LolitaDoMal, vc e suas personagens!
    As crianças concordam comigo, eu pude perceber. Ansiosa por essa investigação, esse grupo de detetives é muito promissor!!!

    Mas você já deixa a gente louca pela continuação com esse final! Quando eu vou me acostumar??? Huaheuaheuaheuahueaheuahe
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    So94So94 Posts: 371 Member
    @LolitaDoMal estou adorando, e Bonnie e o maximo.
    Ainda e cedo para palpites mas CA para mim o desaparecimento do pai natal ( papa inverno) deve se a quase ninguém na vila acreditar nele, talvez Bonnie com o seu espirito magico e natalício consiga mudar isso fazendo as pessoas gostarem dele e ele assim regresse. :)
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @pmattos e @So94 que bom que gostaram da Bonnie, ela é meu xodó e única sim com o traço "bondosa" (ela tb foi criada antes da Alix).
    Claro que eu não vou contar se a @So94 acertou de novo :P mas adoro as especulações *---*

    Capítulo 3

    – Chewie! – chamou Bonnie, irrompendo pela apertada cozinha e procurando a gata, que foi encontrar em cima da bancada, encolhida e arrepiada, olhando fixamente para a geladeira, que por alguma razão estava aberta. Bonnie cuidou de acalmar a gata com abraços e caricias, enquanto os especialistas, Hugo e Henrietta, investigavam a geladeira e decidiam que Chewie não seria capaz de abri-la, enquanto isso, Quentin analisava o conteúdo da geladeira, que faltava pouco ter uma bola de feno rolando solitária. Angie, por sua vez descobrira algo intrigante debaixo da mesa e se abaixava para verificar, levantando em seguida e erguendo no alto uma estranha criaturinha azul e muito gelada.

    – Que diabos é isso? – perguntou confusa, observando a criaturinha se debater, tentando soltar-se dela, mas falhando completamente. Bonnie não se aproximou, pois não queria soltar Chewie, que ainda olhava para a criatura com medo. Carrie e Hugo cuidaram de analisa-la, perguntando a tia se podia se tratar de uma das criaturas das histórias que ela contara sobre o Papai Inverno e, muito surpresa, Bonnie percebeu que a criaturinha realmente batia com a descrição de uma Fada Da Neve, habitante do Palácio De Gelo.

    Como a falta de espaço da cozinha deixava a todos claustrofóbicos, principalmente porque alguém estava certo em sugerir que o lugar servia de quarto de bagunça para telas e afins, todos voltaram para o cômodo principal, sentaram no sofá, poltronas e pufes e colocaram a fada na mesa de centro, onde Chewie podia observa-la o tempo todo, como se planejasse proteger o grupo contra a criatura estranha. Bonnie e Hugo puseram-se a acalmar a criatura, pois estava muito assustada com os tantos rostos desconfiados ao seu redor, mas ela só se tornou mais calma quando Hugo teve a ideia de dar a ela o globo de neve da tia, que a fez lembrar de casa e sorrir, sentando-se na mesa e chacoalhando o objeto, maravilhada. Aos poucos foi se acostumando com eles, até que finalmente ouviram sua vozinha esganiçada. O desespero voltou a ela, pois contava que escapara por um triz do Palácio de Gelo, que fora dominado por uma criatura vil que aprisionara a todos e principalmente o Papai Inverno. Aquela fada foi a única a conseguir escapar, com a ajuda de um boneco de neve que fora derretido no processo, e nesta parte a criatura se debulhou em lágrimas de gelo.

    – Não se preocupe, fadinha – falou Carrie, tendo sua frase completada pelo irmão:

    – ...iremos ao Palácio de Gelo e salvaremos o Papai Inverno! – prometeu Quentin, confiante.

    – Iremos? – indagou Henrietta com desdém, sendo apoiada por Angie, mas Bonnie apoiava os outros sobrinhos e encorajava Angie, por mais que sua teoria tivesse se mostrado errada.

    – Nós duas damos conta disso – acrescentou, para desagrado dos sobrinhos, que não foram incluídos e, portanto, protestaram. – Não posso leva-los – disse como se lhes desse uma notícia trágica –, pois será perigoso – concluiu, mas os sobrinhos diziam serem bravos, com exceção de Henrietta, que dizia ter mais o que fazer, e aliás não gostava de frio, muito menos de neve. Por fim, Angie foi quem convenceu Bonnie a leva-los, dizendo que afinal tias deveriam deixar as crianças fazerem coisas que os pais não permitiam mesmo. Bonnie não concordava, mas gostava da ideia de tê-los por perto, pois conhecia o Palácio por histórias e queria contemplar a magnificência do lugar com suas pessoas favoritas. Também não acreditava realmente que seria tão perigoso assim, por isso combinou com eles que pediria aos seus pais que os deixassem passar o fim de semana com ela. Enquanto isso, ouviriam as instruções da fada sobre como chegar ao Palácio De Gelo, cujo primeiro passo era colocar a geladeira na temperatura máxima e deixar que ficasse fria o bastante para abrir o portal.

    Por mais que não apreciasse a companhia de crianças, Angie ficou satisfeita por voltarem à galeria acompanhadas pelos sobrinhos de Bonnie, pois, como ela esperava, Lukas Crawford estava lá e, por mais que Bonnie dissesse que estava exagerando, Angie afirmava que o garoto só estava esperando uma oportunidade para arruinar ainda mais seu mural. Mas ela estava disposta a impedi-lo antes que tentasse. Sem muito esforço, ela convenceu Carrie e Quentin a pregarem uma de suas peças contra o garoto, uma que o fizesse ir embora, mas uma discreta o bastante para que os culpados não fossem descobertos, pois ninguém queria que o padrasto criminoso de Lukas, ou sua mãe influente, decidissem se vingar. Os pestinhas aceitaram imediatamente e, deixando Angie confusa, desapareceram de vista por bastante tempo. Na verdade, como não confiava muito em crianças, se perguntou se eles acabariam se aliando ao seu inimigo, pois ela não tirou os olhos de Lukas nem por um segundo e ele não parava de dar gargalhadas malignas. Bonnie precisou chamar sua atenção de volta para o mural mais de uma vez, e até perguntou-lhe se sabia onde se metera Carrie, pois ela adorava pintar, mas Angie desconversou, dizendo que a viu subir para o segundo andar com o irmão.

    Enquanto Alexander Goth mais uma vez se aproximava, planejando perguntar algo com seu jeito aflito, os gêmeos surgiram como por magia atrás de Angie, assustando-a e fazendo-a esbravejar tanto com eles, que gargalharam da reação, quanto com Alexander, que se sentiu muito aborrecido e se afastou do grupo, amaldiçoando-os. Bonnie observou-o consternada, perguntando-se qual era o problema com aquele garoto, pois parecia mais aflito do que o normal ultimamente, mas não teve muito tempo para pensar no assunto, pois Max Villareal apareceu com seu caótico grupo de Renegados, fazendo travessuras e destruindo os murais, deixando todos os artistas muito aborrecidos e quase dando início a uma guerra. Angie não parou para observar o conflito, pois ela e os gêmeos tinham os olhos fixos em Lukas, que ao ver um saco de papel em chamas, correu para extinguir o fogo, pisoteando o objeto. Qual foi sua surpresa ao notar que este estava preenchido de bosta, colhida com dificuldade nos arredores da galeria, e, muito furioso, Lukas avançou a passos pesados em direção ao banheiro, deixando um rastro por onde passava. Angie e os gêmeos correram para a janela do banheiro masculino, ela até se dispôs a deixar Carrie subir em suas costas para poder ver também, quando Lukas abriu a torneira e teve um jato de tinta azul disparado contra seu rosto. Sem enxergar direito, ele puxou a toalha de papel para se limpar, mas o suporte soltou-se caindo em seu pé limpo, fazendo o garoto saltitar de dor. Furioso, ele limpou o rosto na manga do suéter e partiu, jurando que descobriria o responsável pela travessura.

    Os três comemoraram o sucesso da peça às gargalhadas e os gêmeos até foram convidados para entrar no clube por Wolfgang e Morgan, que assistiram ao espetáculo, impressionados, mas Angie recusou por ele, fazendo mais dois inimigos ao dizer que os gêmeos eram bons demais para aquele clube de anormais. Max, o líder, ficou tão furioso que jurou vingança a Angie, prometendo que arruinaria cada uma de suas artes dali em diante, e, muito furiosa, Angie rebateu que eles já faziam isso antes, sem que ela tivesse feito algo para merecer, e até prometeu que dali em diante faria o possível para merecer a vingança que recebia. Muito assustada com a situação, Bonnie decidiu levar a todos embora dali, antes que Angie fosse odiada por todos os adolescentes de SimCity.
    Quando chegou a noite, Bonnie se surpreendeu ao entrar no apartamento e encontrar Chewie e a fada dormindo, aninhadas no sofá, como boas amigas. A geladeira não estava fria o bastante e, portanto, eles decidiram esperar amanhecer para começar a aventura. Como Henrietta não pretendia participar, Bonnie sugeriu que Angie a levasse para casa, mas a menina acabou dando o braço a torcer, dizendo mais tarde que não gostaria de ficar aos cuidados daquela maluca, mas Bonnie sabia que ela se identificava com Angie e nunca desgrudava dela, portanto, imaginou que a menina no fundo quisesse participar da aventura.

    Durante a noite, um frio tão sobrenatural e congelante fez a pele de Bonnie se arrepiar e, incomodada, ela enrolou-se no cobertor. Tinha o nariz vermelho e parecia prestes a espirrar, mas antes que isso acontecesse, a voz ansiosa de Carrie a despertou e Bonnie deparou-se com ela e Hugo vestindo seus casacos mais quentes e tocas. Olhando em volta, Bonnie viu que deram a Henrietta a difícil tarefa de despertar Quentin, cujos roncos pareciam tão altos que Bonnie se preocupou se não estariam perturbando os Bheeda, que viviam no apartamento da frente. Por sorte, Henrietta parecia prestes a ter sucesso na tarefa, e Bonnie estava satisfeita por Hugo estar lhe entregando seu casaco naquele momento. Ela se levantou e foi na direção da cozinha, onde, através da porta aberta, emanava um terrível frio que soprava para o corredor. Lá dentro Bonnie podia ver objetos congelados e placas de gelo crescendo por toda a parte. A geladeira estava aberta e a fada olhava para esta, fascinada, enquanto se aninhava a Chewie.

    – Podemos ir, Tia Bonnie? – perguntou Hugo, ansioso, mas Bonnie dizia que deveriam esperar por Angie, embora não tivesse lá muita coragem de ligar para ela àquela hora da madrugada, principalmente por conhecer seu temperamento. – Não se preocupe, tia – falou descontraído. – Já lhe mandamos trinta e seis mensagens...

    – Trinta e sete – corrigiu Henrietta.

    – Isso! E ligamos para ela umas treze vezes, até que atendesse – continuou Hugo, satisfeito.

    – Vocês o que!? – exclamou Bonnie, com um quê de assombro.

    – Não se preocupe, tia – falou Carrie –, ela já está a caminho.

    – Ela também prometeu nos matar quando chegar – acrescentou Henrietta, muito calma para o gosto de Bonnie, quase sufocando Quentin com o casaco que lhe entregava de forma aborrecida, enquanto o menino acordava confuso com o que estava acontecendo. – Acho melhor irmos na frente, enquanto você a espera – falou dando início à corrida. Quentin subitamente se tornou ciente do que acontecia e conseguiu ser o primeiro a correr para saltar na geladeira, esquecendo o casaco no caminho, mas sua irmã cuidou de pegá-lo, saltando em seguida. Depois foi a vez de Henrietta. Hugo ficou perdido, sem saber se ficava para ajudar Bonnie a enfrentar a fera ou se seguia para proteger os primos e a irmã. Bonnie jamais ficaria para esperar a fúria de Angie, portanto, acomodou a fada na mochila de Hugo, agarrou a mão do sobrinho e o guiou para o portal na geladeira.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Ixi! Será que Angie chega a tempo do portal ainda estar aberto? Será que ela vai se aventurar a ir sozinha?
    Para uma artista ela é bem mau-humorada aheuaheuaheuaheuaheuaheuahe coitada, eu sei que a perturbam...

    Agora é esperar pra ver como é do outro lado... Palácio de Gelo, aqui vamos nós!
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    So94So94 Posts: 371 Member
    Sera que Angie chegua a tempo do portal fechar? E se sim sera que encontrara os outros ou ira passar por aventura sozinha. Estou a adorar.
    @LolitaDoMal ainda me vai expulsar de assistir as suas historias por as minhas especulações ahahah mas acho que foi mesmo isso que aconteceu... Acho que minha especulação esta correcto hahah
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member
    @pmattos tem umas artes q as vezes nos estressam mais do que desestressam kk (falo isso como desenhista)

    @So94 que expulsar que nada! Ainda mais nessa história, eu quero mesmo é que vc especulem. Aliás, suas reações e opiniões sempre me ajudam a escrever histórias futuras ;)
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    So94So94 Posts: 371 Member
    @LolitaDoMal ainda bem então sendo assim vou continuar a especular ahahah
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    Capítulo 4

    Bonnie atravessou o portal e pareceu mais maravilhada do que seus sobrinhos. O lugar era fascinante e quase exatamente como sua imaginação o descrevera ao ouvir as histórias de seu pai. Porém, havia algo de errado com ele, algo que as crianças perceberam imediatamente: havia muito menos gelo do que se esperava do Palácio De Gelo. Ao se dar conta disso, o olhar de Bonnie se tornou preocupado, e ela pôs-se a olhar em volta com mais cuidado, vendo que até o chão onde pisavam estava perigosamente molhado pelo gelo derretido que o deveria compor. Foi então que Bonnie decidiu virar-se e analisar o Gerador De Neve, notando que havia um estranho dispositivo com aparência muito diferente daqueles pertencentes ao lugar e, portanto, deduzindo que não fazia parte deste. Hugo tentou resolver o problema, mas Henrietta notou que ele precisava de algum código para acessar o dispositivo e desativa-lo. Na verdade, pela análise feita por Henrietta, o código não seria simples e talvez precisasse de alguma forma específica de identificação, baseado em um pequeno painel no canto do dispositivo, onde havia um leitor.

    Quentin sugeriu que o Papai Inverno soubesse como consertar o gerador, ou se livrar do dispositivo, dizendo que deveriam procurar por ele. Bonnie concordava e pediu que a fada os guiasse até onde ela acreditava que o Papai Inverno estava aprisionado, e assim a fada saltou de dentro da mochila e liderou a exploração. No entanto, tão logo entraram no grande corredor com molhadas passadeiras vermelhas, viram que havia estranhos drones flutuando pelo lugar, fazendo varreduras à procura de intrusos. Notaram que tinham a mesma assinatura artística do dispositivo preso ao gerador, e deduziram que foram deixados ali pela mesma pessoa. Precisaram se esgueirar por trás de pilastras e vasos de plantas, o que não era lá muito eficiente, uma vez que tudo era feito de gelo e, portanto, transparente. Por sorte os drones não eram lá muito inteligentes e seu raio de detecção não passava muito distante de sua própria circunferência, de modo que para se livrar destes só precisavam ficar abaixados. E assim avançaram por grande parte do Palácio De Gelo, mas Hugo e Bonnie pararam abruptamente, fazendo aqueles que iam atrás se chocarem contra eles e caírem, atraindo a atenção de vários drones, que os circularam gritando alertas e fazendo varreduras sobre suas cabeças.

    O grupo ficou estirado no chão, esperando que os drones desistissem. Enquanto isso, todos se surpreendiam com a visão que dera início aquele cenário: havia inúmeras gaiolas de ferro, penduradas, algumas quadradas, outras redondas, de tamanhos diversos e todas elas abarrotadas de Fadas Da Neve. Ignorando as ordens de Bonnie, Quentin e Carrie engatinharam até uma das gaiolas a fim de inspeciona-la, mas descobrindo que estavam muito bem trancadas. Enquanto a fada saltitava tentando alcançar suas companheiras, os gêmeos discutiam sobre a criação de algum aparato que pudesse explodir a tranca, que parecia conectada ao mesmo dispositivo que viram no primeiro salão, quando um drone se aproximou, fazendo uma varredura de Quentin e tendo sua luz holográfica azul se tornando vermelha ao anunciar a todos sobre os intrusos. Os drones então começaram a flutuar de um lado a outro, muito depressa, disparando raios congelantes por toda a parte e errando Quentin por pouco, pois Bonnie conseguiu chegar até ele e protege-lo. Ela agarrou a fada e ordenou que todos a seguissem em fuga, rumando para uma ponte onde viam adiante uma floresta de pinheiros. No entanto, eles descobriram que a ponte estava quebrada, e ficaram presos entre o buraco nesta e os drones que se aproximavam ameaçadoramente.

    – Abaixem-se! – gritou Henrietta, no exato momento em que os drones os alcançaram e assim evitando que todos fossem atingidos pelos disparos congelantes, com exceção de algum objeto que a menina atirou para o alto antes de se abaixar. Esse foi congelado e caiu no chão, rolando até Bonnie, que notou se tratar de um livro amarelo e laranja, muito semelhante ao que seus sobrinhos usavam para fazerem as lições de casa, o que a surpreendeu, visto que Henrietta era muito estudiosa. De qualquer forma, os drones consideraram que a ameaça fora neutralizada e assim voltaram aos seus postos, deixando o grupo livre.

    – Henrie! – chamou Bonnie, muito chocada.

    – Não se preocupe, tia – falou calmamente. – Não era minha. A encontrei no chão, perto de uma das plantas – explicou. Bonnie pegou o bloco de gelo com a lição e o analisou.

    – Parece que não fomos as únicas crianças a visitarem o Palácio De Gelo – comentou Carrie, enquanto colocava a fada na mochila de Hugo.

    – Talvez o Papai Inverno tenha filhos! – sugeriu Hugo, mas pelas histórias que Bonnie conhecia, não havia crianças naquele Palácio De Gelo, apenas no outro, onde vivia a Rainha De Gelo com seu filho, Jack. Não havia a menor pista sobre o dono da lição, portanto Bonnie o deixou no chão, onde caíra, e liderou o grupo para o outro lado do palácio, rumando para uma grande torre onde acreditavam que encontrariam o Papai Inverno.

    E lá estava ele, aparentemente preso atrás de uma porta selada por um mecanismo também conectado ao mesmo dispositivo do início. Era possível ver cabos e tubos conectando o lugar quase inteiro ao dispositivo. As crianças continuaram decepcionadas por não verem o Papai Inverno atrás da porta e apenas ouvirem sua voz desesperada, dizendo que não sabia quem havia feito aquela atrocidade, mas lhe parecera vingança, afinal disseram algo sobre presentes ruins. Além disso, havia algo muito pior, pois ele se sentia mais fraco a cada segundo, visto que algo estava drenando suas energias ao drenarem a magia do Palácio De Gelo, fazendo-o derreter aos poucos. Ele não sabia quais eram os planos daquele sim maléfico, mas, se ele vencesse, não haveria mais Papai Inverno no Winterfest! As crianças ficaram apavoradas, perguntando se nunca mais ganhariam presentes no Winterfest. Henrietta foi a única a não compreender a gravidade do problema, afinal imaginava que seus familiares lhe dariam presentes da mesma forma, e até comentou que aquilo lhe soava mais como um problema pessoal do Papai Inverno, sem entender que interesse podiam ter naquilo.

    – Ora! – fez o Papai Inverno, muito aborrecido. – Você está pedindo para ganhar carvão no próximo Winterfest, mocinha!

    – Humpf! Não seria a primeira vez, seu velho – falou aborrecida. – Pelo menos agora sei a quem culpar!

    – Henrie! – fez Bonnie, mais assustada do que repreendedora. – Presentes não importam – disse olhando para cada um deles. – Devemos ajudar, pois esta é a coisa certa a ser feita. Vocês não gostariam de terem suas energias drenadas ou ficarem presos em uma torre, não é? Coloquem-se no lugar dos outros – falou, fazendo com que os sobrinhos coçassem as nucas e baixassem as cabeças, envergonhados.
    Bonnie deu sua palavra ao Papai Inverno, prometendo fazer o possível para resolver seu problema e, como não podia ser diferente, seus sobrinhos também quiseram ajudar, menos Henrietta, que a princípio disse não estar interessada, mas acabou decidindo participar, afinal dizia que sem ela não haveria alguém para pensar em um plano competente. O primeiro passo era seguir os cabos e tubos e descobrir tudo o que estava conectado ao dispositivo, além disso, também procurariam por pistas, tomando cuidado para se manterem abaixados, a fim de não serem detectados pelos drones. Para isso, se separaram, em trios, contando com a fada, de quem Carrie se dispôs a tomar conta, aliviando as costas de Hugo, pois a criaturinha não era assim tão leve. Foi então que Carrie encontrou uma máquina muito suspeita, na mesma estética dos outros aparatos, para onde todos os cabos e tubos convergiam. Nela havia um grande frasco, para onde escorria um espesso liquido azul, um tanto brilhante, através dos tubos que cercavam o lugar. Não parecia haver uma forma simples de remover o frasco, assim como todo o resto. Carrie chamou Quentin para verificar com ela, mas o menino estava empolgado com outra coisa.

    – Carrie! Carrie! Carrie! – chamava ele, agitado e barulhento, vestindo um boné com um emblema onde se via uma borboleta. – Olha só! Eu sou um Modelo – falou fazendo poses e caretas, em imitações exageradas dos membros do clube, enquanto a fada se levantava na mochila, observando-o por cima dos ombros de Carrie e aplaudindo animadamente. Carrie se aproximou, perguntando onde ele havia encontrado aquilo, mas Quentin disse apenas que estava em algum canto, atirado no chão. Antes que os dois pudessem especular, ouviu-se um barulho estranho e todos, até mesmo os drones, se direcionaram para o lugar de onde vinha o som. Quentin viu um vulto se apressar e correr em fuga, e Carrie correu na direção deste, dizendo que deveria ser o culpado. Assim, os dois perseguiram o sim vestido de preto e amarelo, em uma fantasia de Super Llama. Perseguiram-no, atraindo a atenção dos outros membros do grupo, que os seguiram sem entender bem o que se passava. O Super Llama estava prestes a alcançar o portal, quando alguém atravessou por ele, se chocando contra o fugitivo, o que fez com que ambos caíssem no chão, cada um para um lado. Mas o Super Llama foi mais rápido que Angie e conseguiu se levantar e saltar pelo portal, desaparecendo.

    Angie levantou-se muito aborrecida com tudo o que estava lhe acontecendo e praguejando contra todos. Bonnie correu até ela, perguntando se havia se machucado, mas Angie dizia que só lamentava ter deixado seu chapéu de caubói cair, e o pegou, ajeitando-o na cabeça, enquanto Hugo anunciava uma descoberta e exibia um boneco de voo doo, dizendo que o Super Llama o deixara cair. Henrietta sugeriu que atravessassem o portal para segui-lo, dizendo que não poderia haver muitas pessoas vestidas daquela forma por perto, quando atravessassem o portal sabe-se lá para onde. Para sua surpresa, o portal os levou direto para o Distrito Da Moda, onde um grupo estava prestes a fazer algum experimento com aquela geladeira extremamente gelada. Foi só o tempo de eles rolarem para perto de uma nave espacial, e a geladeira foi atingida por um raio, deixando a todos muito confusos, menos os participantes da GeekCon, que ficaram tão felizes com a destruição do objeto que ergueram as mãos, deram vivas e aplaudiram, alguns até silvando. Quando olharam em volta a situação ficou ainda pior, pois havia diversas pessoas fantasiadas de Super Llama.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Eu estava para perguntar onde diabos estaria Angie, quando ela surgiu pelo portal. Agora eles voltaram o portal se foi e o bom velhinho ficou do outro lado com tudo ao seu redor se derretendo... E AGORA?????
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @pmattos e agora!? =O Será que o bom velhinho vai ser libertado há tempo da meia-noite? (eu acho que não... :P )

    Capítulo 5

    Após seu completo fracasso em localizar o fugitivo entre os tantos Super Llamas da GeekCon, o grupo acabou desistindo e indo visitar o parque de Del Sol Valley, onde havia um grupo de crianças brincando no trepa-trepa, ou fazendo suas lições. Henrietta sugeriu que considerassem seus suspeitos através dos itens que encontraram no Palácio De Gelo, sendo eles: a lição de casa, que sugeria uma criança; os dispositivos, que sugeriam alguém com recursos tecnológicos; o boné, que sugeria um membro do clube dos Modelos; o boneco de voo doo que o fugitivo deixou cair, sugerindo alguém travesso ou talvez um membro dos Renegados, como sugerido por Angie. Esta, também sugeriu que tudo não passasse de um plano maligno de Lukas Crawford, que no momento estava importunando as crianças do parque, junto com Owen Bulstrode, outro mau-caráter, segundo Angie. Quando Hugo perguntou se ela tinha algum motivo para acreditar naquilo, além de seu desprezo por Lukas, Angie contou que o padrasto dele era um chefe do crime e costumava usar máquinas poderosas em seus roubos, além dos boatos sobre seu esconderijo ser repleto dos mesmos.

    – Além disso, seus pais não lhe dão limites – falou Angie, incomodada. – Veja Elizabeth Crawford – disse apontando para a atriz, bastante distante deles, posando para as fotos dos paparazzi –, ela nem se importa que o filho esteja perturbando as crianças –- e apontou para Lukas e Owen, que pareciam discutir algo com Laranja Bailey-Moon. Este, parecia tentar acalmá-los por alguma razão e, olhando para os lados, desconfiado, entregou-lhes um suspeito pacote. Mas Angie foi a única que prestou atenção no acontecido, afinal Quentin e Carrie estavam ocupados colocando obstáculos novos no trepa-trepa, enquanto Bonnie, a fada, Hugo e Henrietta observavam Elizabeth Crawford, encantados pelo brilho de celebridade que emanava dela. Foi então que um dos paparazzi desviou sua câmera para capturar Judith Ward, e outros seguiram seu movimento, ficando apenas dois focados em Crawford. Mas Ward não se contentou e se meteu no lugar da outra, tomando sua posição ao empurra-la e atraindo todas as câmeras para si. Crawford não ficou nada feliz e devolveu o empurrão, tomando o lugar da rival, e assim elas disputaram o espaço e as câmeras, até finalmente se engalfinharem em uma bola de fumaça e onomatopeias.

    Já com as barrigas doendo de tanto rir de suas vítimas no trepa-trepa, Quentin e Carrie se afastaram do brinquedo em direção a Yuki Behr, que gargalhava malignamente olhando para a tela de seu notebook, em uma mesa de piquenique. Os gêmeos acharam estranho, afinal não imaginavam que a adolescente tivesse aquele traço, e se aproximaram com curiosidade, tentando espiar a tela do notebook, mas não foram lá muito sorrateiros, o que levou Yuki a fechar a bandeja bruscamente, assustada e aborrecida com a invasão de privacidade. Pegou o notebook e saiu pisando duro e resmungando pragas contra as crianças. Foi então que Bonnie chamou a atenção deles, sugerindo que acompanhassem Henrietta e fizessem suas lições e, muito aborrecidos eles obedeceram murmurando “sim, Tia Bonnie”. Hugo orgulhosamente contava ter terminado a sua muito antes, enquanto esperavam na porta do apartamento de Bonnie, no dia anterior, portanto, ficou brincando com a fada sem tirá-la da mochila. Havia um grupo de crianças fazendo as lições em outra mesa de piquenique, onde os únicos deslocados pareciam ser Laranja e Alexander, este último muito mais interessado em fazer anotações em um caderno de capa escura. Quentin, que não tinha vontade de se concentrar em sua lição, puxou conversa, perguntando se os dois haviam feito suas lições cedo, como Hugo.

    – Na verdade – começou Laranja, desconfortável e coçando a nuca –, eu perdi o meu caderno – Alexander não havia ouvido a pergunta, portanto, precisou ser cutucado por Henrietta. Sua reação foi imediatamente esconder suas anotações e gaguejar ao perguntar qual fora o motivo da interrupção, em seguida não deu muita importância ao dizer que perdera seu caderno também.

    – Como vocês são burros – falou Elsa Bjergsen, revirando os olhos. – Não sabem que podem comprar uma nova em qualquer estante? É isso o que eu faço quando perco a minha – e voltou sua atenção para sua própria lição, tendo seu pensamento compartilhado por Henrietta.

    Para a alegria de Quentin, todos de repente se tornaram tão tensos que foi impossível continuar fazendo a lição de casa. Acontece que os Renegados estavam chegando, derrubando latas de lixo pelo caminho e esticando as pernas para fazerem as crianças tropeçarem. Max liderava o grupo, usando uma buzina para fazer barulho, obrigando todos a cobrirem os ouvidos com os dedos. Gargalhava atirando as lições para o alto, dizendo que aquilo era para os fracos e que ele próprio não tinha um caderno em seu inventário. Incentivava seus companheiros a sacarem seus bonecos de voo doo e começarem a usa-los, mas apenas Ulrike Faust o obedeceu, pois Morgan pareceu muito nervosa com a sugestão e gaguejou ao dizer que preferia outras formas de travessuras. Wolfgang estava muito ocupado mexendo no trepa-trepa com uma chave-de-fenda e dando risadinhas malignas. Quando Max lhe perguntou sobre o boneco de voo doo, ele deu de ombros e disse que o perdera. Para piorar a situação, logo chegaram os Modelos e Max não ficou nem um pouco feliz em vê-los, afinal os dois clubes se odiavam e sempre brigavam entre si. Não demorou, portanto, para que começassem a trocar ofensas. Morgan fazia caretas, imitando a irmã, Siobhan, que ficou furiosa.

    – É melhor parar com essas travessuras – começou Siobhan, em tom de ameaça –, se não quiser que eu conte o que você anda fazendo por aí! – Morgan ficou muito surpresa e até gaguejou, deixando Siobhan confiante para continuar. – Isso mesmo, eu sei muito bem o que você anda fazendo, e seus amiguinhos não ficarão felizes em saber! – Morgan deixou escapar uma risada nervosa, mas Max interveio em seu auxilio.

    – Vocês Modelos não são de nada, podem nos ameaçar o quanto quiserem, mas somos nós os que tomamos ações – falou Max e se dirigiu para a irmã, Luna. – Não vai querer que eu destrua seus projetos, não é mesmo, maninha? Codificou bem o seu diário, mas sei que anda tramando algo.

    – Max! Quantas vezes preciso dizer para não mexer nas minhas coisas! – falou aborrecida, mas ainda um tanto controlada. – Se não parar de entrar no meu quarto, vou contar ao pai o que você fez naquele dia, ou então conto sobre a mamãe – o garoto ficou vermelho, mas ninguém soube se foi de raiva ou vergonha. Wolfgang interveio em defesa dele.

    – Que feio... vocês Modelos se posando de bonzinhos e fazendo ameaças por aí – disse ele, divertido. – Daqui a pouco as pessoas vão confundi-los com Renegados – os Modelos tiveram reações teatrais, como se aquele fosse o pior destino que alguém pudesse ter.

    – Não vão nos confundir, pois vocês não têm nenhum senso de estilo – rebateu Sofia. – Ainda mais você, Wolfgang, que quando não está com seus amiguinhos, anda por aí fantasiado de... – Wolfgang a interrompeu com uma buzina, muito aborrecido com aquela revelação. Yuki, como se compreendesse o motivo de seu aborrecimento, caiu na gargalhada, mas não deu explicações, afinal os Cavaleiros Da Sebe deveriam ser anônimos.

    – Argh! Calem a boca todos vocês! – berrou Elsa, surpreendendo a todos, afinal a garota costumava ser muito comportada e naquele momento era a imagem da fúria. – Por que não vão se enfrentar em outro lugar? Tem gente tentando estudar aqui – e virou-se para a irmã, com os olhos brilhando de raiva. – Tenho certeza de que mamãe vai proibi-la de ir àquele compromisso importante seu, se souber o que anda fazendo – muito assustada com a ameaça, embora bastante aborrecida com a impertinência da criança, Sofia pôs-se a tentar convencer os clubes a irem para outro lugar.

    Enquanto os Modelos e Renegados distraíam a todos, Quentin e Carrie aproveitaram para espionar o que Yuki Behr andava fazendo com seu notebook. Não entenderam coisa alguma daquele monte de códigos, mas notaram que havia um programa de controle remoto aberto. Não tiveram tempo de descobrirem do que se tratava, pois Yuki pegou seu notebook, fechando-o e brigando com os gêmeos, muito assustada perguntando o que eles viram. Bonnie surgiu em defesa dos sobrinhos, desculpando-se ao mesmo tempo em que se metia entre eles e Yuki, temendo que a garota lhes lançasse seu notebook, por pura raiva. Quentin e Carrie ainda a provocaram, dizendo que viram seus planos e que podiam contar a todos e a menina se denunciou, ficando muito nervosa ao dizer que eles blefavam, mas deixando claro que planejava algo grande e secreto. Os gêmeos já cantavam vitória por estarem prestes a descobrir que Yuki era a dona dos drones, afinal era um gênio da tecnologia e tinha lá seus recursos.

    Angie, no entanto, estava convencida de que o culpado por esta parte era Lukas, embora ninguém realmente acreditasse que seu padrasto lhe daria tais recursos, e ele não os conseguiria sozinho, apesar de ser bastante hábil. Mas a ideia de Angie era de que ele havia ameaçado o homem, afinal sua mãe já era viúva de pelo menos três maridos e quem garantia que Lukas não tinha algo a ver com aquelas mortes horríveis? O pensamento assombrava Bonnie, mas ela não impediu a amiga de capturar Owen Bulstrode, quando Lukas se afastou dele para ir até a mãe. Angie usou o boneco de voo doo para ameaçar Owen a contar tudo o que sabia sobre os planos de Lukas, mas ele simplesmente disse que seu amigo estava sempre planejando alguma coisa, ficando difícil distinguir o que exatamente Angie queria. Após passar por dores e emoções diversas, Owen acabou cedendo e contando a Angie que sabia que Lukas realmente estava envolvido com algo grande relacionado as máquinas de seu padrasto, mas o garoto não lhe contou detalhes. Assim ficaram divididos, uns acreditavam que o culpado era Lukas e outros apostavam em Yuki e, por fim, se dividiram para descobrir de uma vez.
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member
    Capítulo 6

    Primeiramente, os trios foram formados da seguinte forma: Quentin, Carrie e Henrietta, acreditavam que Yuki fosse a culpada, portanto ficaram encarregados de confrontá-la, já planejando alguma travessura; Hugo, Bonnie e Angie, que acreditavam na culpa de Lukas. No entanto sua aproximação foi um tanto agressiva, com Angie indo diretamente até o menino e o ameaçando com ofensas e o boneco de voo doo, que apenas o fez rir. Bonnie, assustada com a forma como Angie o confrontara, agarrou a amiga pelos braços, levando-a para longe de Lukas, enquanto ela cuspia ofensas e o garoto gargalhava. Vendo o perigo que Angie representava, Bonnie decidiu dividir os trios ela mesma, designando a Angie, Henrietta e Hugo a tarefa de falar com Yuki. Hugo deveria ficar de olho em Angie, para que não se exaltasse. Enquanto isso, ela e os gêmeos falariam com a mãe de Lukas, visto que o garoto era impossível de ser confrontado, por mais que Quentin e Carrie planejassem um segundo turno para sua travessura anterior. Bonnie não conseguia acreditar que naquele momento caminhava na direção da grande Elizabeth Crawford. Só esperava que ela não estivesse ainda muito nervosa após arrancar metade dos cabelos de Judith Ward. Aliás, esta interceptou Bonnie antes que ela pudesse chegar a Crawford.

    – Desculpe, crianças – falou a mulher, de forma muito arrogante. – Nada de fotos ou autógrafos! – Bonnie observou-a, assustada com a interrupção e ainda mais com o brilho que emanava dela fazendo seus olhos doerem.

    – Si-si-sinto muito, Sra. Ward – começou Bonnie, timidamente. – Ma-mas estávamos indo falar com a Sra. Crawford – ao ouvir a resposta de Bonnie, Crawford não evitou uma risada maligna e muito alta, enquanto Ward se afastava, furiosa. Crawford então convidou-os calorosamente a se aproximarem, analisando o rosto de Bonnie e dizendo que a conhecia de algum lugar. Esta, riu envergonhada: – A-a senhora deve estar me confundindo com minhas irmãs: Amélie Haydock, a escritora, e Christine Trevelyan, a pintora – mas Crawford não se deu por satisfeita, estalou os dedos e disse que vira uma apresentação de Bonnie em um bar, onde ela tocara piano e cantara com um grupo de Jazz. Bonnie ruborizou instantaneamente por ser lembrada por alguém tão importante, queria que sua mãe estivesse ali naquele momento. Quentin e Carrie notaram que a tia pareceu pifar completamente e, antes que Crawford acenasse diante de seus olhos, a fim de confirmar se havia alguém dentro daquele corpo, os dois assumiram poses de detetives e começaram a fazer perguntas sobre Lukas, do tipo:

    – A senhora sabe se seu filho anda metido com algum plano maligno envolvendo o Winterfest, ultimamente? – Crawford abanou a mão com impaciência.

    – Oh, queridos, não tenho tempo para os planos de Lukas no momento – falou despreocupada. – Preciso me preparar para a premiação de hoje à noite e só lhes dou um pouco do meu tempo, pois são meus fãs favoritos – acrescentou, fazendo uma pose para um paparazzo que passara, chamando sua atenção. Fazendo Bonnie despertar de seu transe, Carrie aconselhou Crawford a prestar mais atenção no filho, principalmente se ele estivesse tramando algo ruim. Para sua surpresa, a reação de Crawford não foi tão negativa quanto Bonnie esperava. – Talvez – murmurou pensativa. – Ele poderia ter um plano para estragar a vitória daquela maldita Ward – nesse momento, Quentin pigarreou, metendo-se na frente da atriz e dizendo que, se ela precisava estragar algo de alguém, ele era o cara indicado.

    – Digamos que eu e minha sócia – falou apontando para a irmã –, cuidemos do seu problema – Bonnie sentiu-se mal, pois o menino falava como um mafioso. – Você estaria disposta a pôr um fim nos planos do seu próprio filho?

    – Claro – disse depressa demais para o gosto de todos. – Isto é, presumindo que ele esteja fazendo algo realmente ruim – apressou-se em dizer. Quentin então pediu que Crawford contasse os detalhes. Acontece que ela concordara em participar de um filme com a infame Judith Ward, sua conhecida rival e, como não era surpresa, a mulher puxou seu tapete e acabou conseguindo ser a única nomeada para o prêmio de melhor atuação. Crawford estava furiosa e disposta a qualquer coisa para estragar a noite de Ward, especialmente no momento que subisse ao palco para fazer seu discurso. Quentin e Carrie prometeram cuidar do caso, e Crawford disse que os ajudaria com Lukas tão logo assistisse a ruína de Ward. E eles selaram o acordo com um aperto de mãos.

    Enquanto isso Hugo distraía Yuki com um globo de neve de qualidade rara que ele encontrara dentro de uma caixa que foi deixada como lixo no Mercado Das Especiarias. A menina analisava o artefato como se fosse uma antiguidade de uma civilização muito antiga. Aproveitando a distração, Henrietta alcançou seu notebook, fazendo com que Yuki tivesse algum sexto sentido ativado, pois ela sentiu imediatamente a perda do objeto e se virou para toma-lo de Henrietta, que imediatamente o atirou na direção de Angie, que se tivesse um ponto a menos de ginástica, teria sido atingida por ele em vez de conseguir agarra-lo. Angie sorriu malignamente e sacou do bolso um refrigerante, ameaçando derramá-lo no notebook se Yuki desse um passo sequer em sua direção. Mesmo assim, a menina resistiu, dizendo que Angie blefava e que não lhe contaria coisa alguma sobre seus planos. Foi então que Angie abriu a lata e o som produzido pelo gás pareceu a Yuki como os sinos do inferno, de modo que não demorou para mudar de ideia.

    – Tudo bem! Tudo bem! – disse desesperada. – Eu conto tudo! – e pôs-se a contar sobre seu plano muito bem arquitetado e secreto, envolvendo drones que controlava por aquele software visto por Quentin e um vírus para hackear todas as telas da região, fazendo com que transmitissem o filme novo do Super Llama simultaneamente, para que todos pudessem apreciar essa obra de arte.

    Angie nem teve tempo de ficar feliz por estar certa quanto a Yuki não ser a culpada, pois ficou muito aborrecida com os planos da menina, dizendo que ninguém a obrigaria a assistir filmes de heróis, e quase derramou refrigerante no notebook dela, mas Hugo a impediu. Disse a Yuki que ninguém deveria ser obrigado a gostar das coisas que ela gostava a fez sentir-se muito mal com seus planos. Ela até disse que desistiria deste, mas quem garantia? Angie não se importava realmente. Devolveu o notebook a Yuki e voltou para o centro do parque, onde Bonnie contou sobre seu progresso, dizendo que não descobriram nada realmente, mas se Lukas estivesse realmente por trás dos dispositivos no Palácio De Gelo, poderiam impedi-lo com a ajuda de Crawford. Angie só esperava que a mulher mantivesse a palavra, mas estava bastante cética quanto a isso. Os gêmeos disseram que precisavam preparar sua travessura, mas também tinham algo em mente para descobrir quem eram os outros envolvidos no caso e, para isso, precisavam que Bonnie fosse até a veterinária para produzir o petisco Puxa-Puxa Pantanoso, mas não lhe deram muita explicação sobre o que pretendiam fazer com o petisco.

    Como os gêmeos se recusaram a contar seu plano, Bonnie se recusou a entregar o petisco e, mesmo assim, os dois continuaram a negar, dizendo apenas que Bonnie guardasse o petisco consigo, pois só contariam seu plano se falhassem em conseguir respostas de Lukas, portanto estariam se concentrando nesta parte da travessura. Com a ajuda da própria Crawford, os gêmeos entraram no Estúdio Da RPB, onde logo aconteceria a premiação. Conseguiram acesso aos bastidores, onde encontraram os troféus, muito bem protegidos, mas não o bastante para deter os gêmeos, que localizaram o troféu de melhor atuação e plugaram nele algum dispositivo estranho e colorido, com um tipo de relógio que demoraram para ajustar, pois ficaram discutindo sobre quanto tempo precisavam. Por fim, só esperavam que fosse o tempo exato do discurso e, como deduziram que a mulher falaria bastante, imaginaram que teriam tempo de sobra. À noite Bonnie os levou ao bar de boliche, onde assistiram à premiação pela televisão, já que Bonnie não tinha uma em seu apartamento.

    Esperaram ansiosamente pelo momento em que Judith Ward receberia seu prêmio, isto é, ansiosamente apenas no início da premiação, afinal conforme as horas passavam a espera se tornava cada vez mais frustrante. Hugo e Bonnie foram os únicos que continuaram assistindo animadamente e comentando principalmente os trajes das celebridades. Quentin foi o primeiro a desistir, desafiando Angie para uma partida de boliche e pedindo que Carrie o chamasse quando chegasse o momento de sua travessura. Carrie, no entanto acabou cochilando entre um discurso e outro, junto com a fada, usando metade da mochila de Hugo como travesseiro. Henrietta nem deu atenção ao evento, pois preferiu ficar fazendo os trabalhos extras de sua lição de casa.

    Finalmente chegou o momento e até mesmo Angie correu até o balcão para se juntar ao grupo. Ward foi anunciada e a câmera focou, não nela, mas em Crawford, no exato momento em que soltava uma risada maligna. Ward tomou o prêmio da mão do apresentador tão bruscamente que o homem quase tropeçou e caiu. Ela ajeitou o microfone e começou seus agradecimentos, primeiro a si mesma, depois a academia, então fez uma careta e agradeceu roboticamente a equipe e seus colegas, mas logo voltou a falar de si e de seu trabalho árduo. Nesse momento, segurou o troféu com mais força, admirando-o diante de seus olhos. E foi então que se ouviu um apito muito estridente e vários jatos de tinta dispararam do objeto, transformando Ward em um arco-íris e fazendo com que toda a plateia caísse na gargalhada, especialmente Crawford. O único que não ficou feliz foi o estilista responsável por seu vestido, que gritava e chorava por sua obra arruinada. Ward ficou tão furiosa que mudou seu discurso de agradecimento, xingando a todos e os amaldiçoando, dizendo que descobriria quem era o responsável por aquilo. Atirou o prêmio longe e empurrou o apresentador, amaldiçoando a academia e descendo do palco com passos furiosos.

    Não demorou para que o celular de Bonnie começasse a tocar, surpreendendo-a com a chamada de Elizabeth Crawford, que depois de rir descontroladamente por alguns minutos nos quais não foi capaz de completar uma palavra sequer, disse a Bonnie que fosse até sua cobertura no Distrito Da Moda, no dia seguinte para acertarem o acordo e descobrirem o que Lukas estava tramando.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    "em uma bola de fumaça e onomatopeias" eu me acabando de rir! Huaheuhauehuaehauehuaheuheuaheuaheuhae :D
    Eu acho que podem ser os dois, tanto Yuki, quanto Lukas, cada um com sua parte na missão! :open_mouth:
    Vamos para o 6 para ver como isso vai rolar...

    Cara, Judith é um capítulo a parte, quem consegue ter alguma empatia por essa mulher??? Juro q mudo meus Sims de lote quando a encontro perambulando... Bonnie, também não tenho TV em casa! Huaheuaheuaheuaheuahuhe
    Eu me vinguei da Judith junto com a Crawford! Haheuaeuaheuhauheuaheuaheuaheua Agora curiosa pelo que Lukas anda aprontando!

    Adorei os capítulos, to corrida com as festas, mas não podia deixar de vir!!!!
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    So94So94 Posts: 371 Member
    O que andara lukas a tramar mais? O estilista ahaha normal não ficar feliz...
    Demorei a conseguir vir e a meter leitura em dias mas já cheguei...
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member
    pmattos escreveu: »
    Bonnie, também não tenho TV em casa! Huaheuaheuaheuaheuahuhe

    Bom saber que não estou sozinha nessa kk

    @pmattos e @So94 se preparem para o penúltimo capítulo

    Capítulo 7

    Na verdade, não foi preciso que Elizabeth Crawford realmente fizesse com que o filho falasse sobre seus planos. Para começar, Chewie voltara a hostilizar a fada depois que ela se aproximara de sua caixa de areia, e Bonnie ficou com receio de deixa-las sozinhas novamente, portanto a levou na mochila. Preocupada com a insistência da criaturinha em colocar o torso para fora da brecha, a fim de observar a casa, Bonnie passou o tempo todo empurrando-a de volta para dentro da mochila, o mais discretamente que conseguiu, mas não foi capaz de segura-la quando Lukas se aproximou. A criatura simplesmente saltou para fora da mochila e se agarrou ao rosto do garoto, lutando bravamente contra ele, que correu pela casa gritando para que tirassem a fada de cima dele. Para a surpresa de todos, foi Angie que conseguiu pará-lo e remover a criaturinha, devolvendo-a a Bonnie, que teve alguma dificuldade em mantê-la sob controle, uma vez que a fada tentava se libertar dela para saltar novamente em Lukas. Crawford, no entanto, não pareceu incomodada ou surpresa, e logo retomou ao tema da reunião, mandando que Lukas contasse seus planos, como para-los e o motivo para a criatura estar tão aborrecida com ele, pois do contrário tiraria todas suas mordomias.

    – Essa peste – começou ele, ainda aborrecido pelo ataque, e atraindo uma careta da fada, que lhe mostrou a língua –, fugiu pela geladeira depois que eu voltei do Palácio De Gelo. Quando me dei conta, já estava lá embaixo e tive que a perseguir até o Quarteirão Das Artes! – contou muito irritado. – Consegui captura-la, mas de alguma forma ela fugiu da minha mochila e eu já não tinha mais tempo para caça-la. De qualquer forma, não era meu problema.

    – Então você esteve no Palácio De Gelo! – exclamou Carrie.

    – O que estava fazendo lá? E que quer dizer com “não era seu problema”? – quis saber Henrietta. Após chama-la de pirralha curiosa, Lukas contou que estava fazendo reparos nos dispositivos que instalara lá. Tal como Angie suspeitava, os conseguira com o padrasto, que não fez perguntas quando ouviu o pedido, mas essa parte Lukas não explicou. E respondendo a segunda pergunta, disse que anônimos contrataram “seu serviço”, contando a ele o que fazer e como acessar o lugar. Ele conhecia os planos dos clientes, mas não sabia quem eram.

    – Muito bem, querido – falou Crawford, desinteressada –, agora ajude-as a desativar lá seus brinquedos e acabar com essa... situação difícil – falou com alguma impaciência e se retirou com uma despedida um tanto fria.

    Como Lukas não fez objeções em desativar o dispositivo, parecia que estava tudo resolvido, afinal poderiam libertar o Papai Inverno e restaurar o Palácio De Gelo. No entanto, os culpados ficariam soltos e provavelmente tentariam retomar o plano, com ou sem a ajuda de Lukas. Nesse momento Quentin pigarreou teatralmente e falou que era nesse momento que seu plano entrava, finalmente dizendo a Bonnie que contaria o que pretendiam com o petisco. Ele e Carrie então se revezaram para explicar que, segundo Henrietta, aquele frasco acoplado ao mecanismo estava acumulando a essência do Palácio De Neve, de onde vinham os poderes do Papai Inverno, a forma líquida sugeria que alguém pretendia beber a essência para tomar os poderes do velho, logo, o plano dos gêmeos era misturar o petisco à substância. Mas não apenas isso, para o plano funcionar perfeitamente, todos os suspeitos deveriam estar no mesmo lugar quando o petisco fizesse efeito. Lukas dizia que o frasco estaria cheio naquela tarde, e os gêmeos se lembravam de que naquela noite aconteceria o Festival De Humor E Travessuras, o evento perfeito para revelar o culpado.

    Tudo o que precisavam era de algo para atrair a todos para o festival. A ideia de Henrietta era promover um desafio definitivo entre os Renegados e os Modelos, a fim de decidir de uma vez por todas qual era o melhor clube. E, quanto às crianças, Angie sugeria qualquer mentira envolvendo um grande prêmio em doces. Bonnie não gostava da ideia de enganar os outros, ou de fazer alguém ingerir aquele petisco, mas acabou sendo convencida pela maioria e, por fim, entregou o petisco a Quentin. Até mesmo Lukas adorou o plano maligno dos gêmeos e disse que ajudaria a espalhar a notícia do desafio, de forma que se tornasse imperdível. Além disso, ele os acompanharia até o Palácio para colocarem o petisco no frasco e também para mostrar como desativá-lo, mas esta parte foi mais pela ordem da mãe do que por vontade.

    O Papai Inverno não ficou nada feliz ao saber que não seria resgatado até que os culpados fossem pegos, pois não gostava de ter suas energias sugadas, muito embora não corresse qualquer risco de vida, além disso não aguentava mais jogar paciência, principalmente porque estava sempre perdendo, uma vez que perdera parte das cartas quando levara um susto ao ouvir os barulhos do outro lado da porta. No entanto, ele não insistiu, pois queria descobrir quem eram os culpados, já que seus poderes lhe falhavam para desvenda-los por conta própria. Além disso, segundo Lukas seus poderes não seriam completamente drenados, uma vez que apenas uma parte cabia no frasco. Então a arapuca foi armada e o grupo voltou para casa, a fim de espalhar o desafio e garantir a presença de todos no festival.

    Como não gostava da ideia de enganar os outros, principalmente crianças, Bonnie realmente distribuiu doces para elas no festival, fazendo-as competirem em desafios tão fáceis que garantiram a vitória de cada um dos presentes, o que não deixou Elsa muito feliz, afinal ela se considerava esperta demais para aquilo e criou caso, falando que o desafio era armado e mais tantas coisas, mas no final acabou aceitando os doces mesmo assim, e comeu tanto que ficou com a barriga doendo. O único que não quis participar por muito tempo foi Alexander, que preferiu pegar seus livros e cadernos e continuar suas anotações, disse que seu estômago não estava muito bom desde que comera o bolo de frutas que uns vizinhos levaram para seus pais. Laranja e Max nem mesmo participaram. O primeiro porque só estava acompanhando os pais e tinha em casa tantos doces quanto pudesse querer, e o segundo porque estava focado no desafio entre os Modelos e os Renegados. Laranja, aliás, em determinado momento se aproximou de Lukas com tanta fúria pronto para bater no adolescente, que foi preciso que três crianças o segurassem. Ninguém ficou realmente sabendo o motivo de sua fúria, apenas que ele jurava vingança a Lukas, dizendo que ninguém usava Laranja Bailey-Moon. Lukas, porém, limitou-se a rir, chamando-o de nanico.

    Os jurados deram início a competição entre os Piadistas e Brincalhões justo no momento em que os Modelos chegavam. Estes, se uniram aos Piadistas, enquanto os Renegados beberam o chá dos Brincalhões. Então começaram as disputas, enquanto os jurados anunciavam a pontuação de cada grupo de tempos em tempos, avaliando-os de perto. Não demorou para começarem os insultos e bolas de fumaça em brigas sem sentidos, uma dessas começada entre Wolfgang e Romeo, que foram separados por um dos jurados, que os advertira de que seriam banidos caso continuassem com as brigas. Romeo saiu da briga com um olho roxo, as roupas rasgadas e um dente a menos, enquanto Wolfgang, embora tivesse saído vitorioso, dobrava-se sobre a barriga com uma dor terrível. Max deu-lhe palmadas nas costas, dizendo que se recompusesse e engolisse a dor, ignorando quando este disse que a dor parecia ter vindo de algo que comera, antes de ser pela briga. Max teve que sugerir o mesmo a Morgan, que não se levantou da mesa onde estava sentada com o rosto um tanto esverdeado e parecendo prestes a vomitar. Não quis dizer qual era o problema e pareceu muito assustada com o segredo, principalmente quando Siobhan riu e disse que era melhor não se levantar e deixar a vitória para os modelos, ou ela acabaria contando seu segredo aos outros.

    Quem surpreendentemente veio em sua defesa foi Luna, que atraiu olhares repreendedores dos modelos e até mesmo de Max, que pareceu também desconfiado. Mas Luna não se importou, afinal continuou apoiando Morgan e dizendo palavras consoladoras a respeito de seu segredo, sem deixar a outra nervosa quanto sua ciência deste. E enquanto os Modelos e Renegados se enfrentavam, as irmãs Bjergsen disputavam entre si sobre quem era a melhor em diversas habilidades tão divergentes que a disputa não fazia o menor sentido. Elsa se gabava sobre ser um gênio em questões científicas, enquanto Sofia clamava ser um gênio na música, fazendo a menina rir ao dizer que música jamais lhe daria um futuro de verdade ou poder, mas a outra clamava que conseguiria poder naquela noite, logo depois que os Modelos derrotassem os Renegados, não por isso, mas por aquele compromisso importante que tinha e que Elsa conhecia bem o bastante para dizer-lhe que não teria sucesso nisso também. A discursão só foi interrompida pelas dores na barriga que Elsa sentira antes e que naquele momento voltavam, e pelo mesmo motivo Sofia também se calou para dar lugar a gemidos de náusea.

    Henrietta observou-os muito quieta e pensativa. Sua ideia quanto aos objetos que encontraram no Palácio De Gelo era de que aqueles três itens pertenciam a um Renegado, um Modelo e uma criança. No entanto, para isso ser verdade, significava que os três estariam trabalhando em conjunto, e ela simplesmente não conseguia imaginar um Renegado cooperando com um Modelo. Seria possível que um dos itens tivesse sido colocado lá de propósito para incriminar o outro clube? Ou talvez um ou outro item pertencesse, não a um membro do clube, mas a alguém associado ao membro? Bom, Henrietta estava prestes a descobrir, afinal naquele momento quase todos os suspeitos reclamavam de dores no estômago, mas só aqueles realmente afetados pelo petisco de Bonnie estavam prestes a se revelar.
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Ouxe, mas penúltimo jááááááá?!?!?!?!
    Os gêmeos são gênios! XD
    Eu imagino que não deve ser obra de uma pessoa só, e eu acusaria Wolfgang só porque não vou mesmo com a cara dele! auheuhaeuaheuaheauehuaehuaeh Mas também tenho ranço da Sofia, bonitinha e metidinha...

    Ai ai, loka pra saber a conclusão!!!
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    LolitaDoMalLolitaDoMal Posts: 530 Member

    @pmattos hora de descobrir!

    Capítulo 8

    Angie não conseguiu prestar atenção na grande revelação, pois estava muito ocupada rolando no chão às gargalhadas ao ver Laranja se aproveitar da distração para atirar todas as coisas que via pela frente em Lukas, chamando-o de trapaceiro por aparentemente tê-lo convencido de financiar algum projeto envolvendo os porquinhos-da-índia da escola. Enquanto isso, Sofia não aguentava as terríveis dores que sentia por causa daquele shake fitness que provara quando sua mãe deixara o liquidificador sem supervisão, e reclamava que não conseguiria chegar há tempo ao show de talentos para ver a travessura, envolvendo um balde de tinta vermelha no teto, que armara para sua rival, que se apresentaria antes dela em sua grande noite. Sofia amaldiçoava Elsa, mas a irmã nem mesmo conseguia lhe ouvir, pois estava vomitando um estranho liquido azul espesso bem nas anotações de Alexander, que ficou furioso por ter perdido o árduo trabalho de pesquisa que andava fazendo sobre Cornelia Goth, mesmo depois de ter perdido seu diário na galeria, naquela sexta-feira. Do outro lado, Wolfgang cambaleava pelo chão, tentando alcançar o banheiro ao mesmo tempo em que Morgan, mas ele acabou falhando e vomitando ali mesmo, a mesma substância azul, enquanto Morgan conseguia segurar, jurando que nunca mais provaria do sopão no qual era voluntária, se arrependendo logo em seguida do comentário, afinal não queria que os Renegados soubessem que andava fazendo bondades por aí. Por último, Max surpreendeu a todos por segurar os cabelos de Luna, enquanto ela também entrava para o grupo dos culpados.

    Quentin e Carrie comemoraram o sucesso de seu plano, e Henrietta, mais empolgada que o normal, subiu em cima de uma mesa e começou a revelar os planos malignos daqueles três, dizendo que agora não havia para onde correr, pois foram descobertos e pagariam por seus crimes. E disse de forma tão dramática que Luna e Wolfgang ficaram realmente preocupados. A única que ficou mais furiosa do que incomodada com a revelação foi Elsa, que deu chilique na mesma hora, amaldiçoando aqueles que estragaram seus planos e, mais ainda, ao Papai Inverno que ficava dando carvão de presente para os sims, julgando-os mal, pois dizia que entendia como aqueles Renegados malvados podiam ser presenteados daquela forma, as crianças como Laranja e Alexander, que perdiam suas lições e não se preocupavam em comprar novas como ela, ou os Modelos que só se preocupavam com sua aparência, mas não ela. Ela, Elsa Bjergsen, era um exemplo de criança e jamais mereceu o carvão que ganhara no Winterfest passado. Por isso se juntara àqueles dois, irmãos de seus colegas e também tão furiosos quanto ela a respeito da seleção imprópria do Papai Inverno. Com exceção de Wolfgang, que só queria o caos mesmo e não se importava tanto com os carvões que sempre ganhava.

    Foi então que Sofia caiu na gargalhada, segurando o enjoo e quase sendo incapaz de contar que fora ela quem recebera o carvão, mas ficara tão aborrecida com o presente, que o trocara com o presente de Elsa quando ninguém estava olhando. Quando percebeu que ela própria havia cometido um engano tão bobo, Elsa ficou ainda mais aborrecida e usou o pouco de poder que não regurgitara, furiosamente, lançando-o para todos os lados e congelando vários objetos e até alguns sims. O festival acabou em caos, com pessoas correndo e gritando para todos os lados, temendo serem atingidos pela fúria de Elsa Bjergsen. Bonnie conseguiu reunir seus sobrinhos e, por mais que eles protestassem, convenceu-os a correrem e se esconderem em um lugar seguro, assegurando que ela e Angie cuidariam de Elsa. Assim, as crianças correram na direção da galeria, notando que o lugar parecia completamente alheio ao que acontecia há alguns metros adiante. Acontece que as pessoas lá dentro estavam muito ocupadas com um evento de arte conceitual, convenientemente exibindo objetos domésticos e principalmente de cozinha. Hugo entrou correndo, gritando a todos que se protegessem de Elsa, embora ela não parecesse interessada na galeria, enquanto isso, Henrietta chamava a atenção dele e dos gêmeos para três geladeiras expostas em um canto: Uma pingando, por estar na temperatura mais baixa; outra normal, por estar na temperatura média; e a última brilhando com uma aura azul, por estar na temperatura máxima e consequentemente com um portal aberto para o Palácio De Gelo.

    Enquanto isso, Bonnie chamava a atenção de Elsa, dizendo que queria conversar com ela, sem notar que Angie saíra de seu lado e sorrateiramente se aproximava da menina por trás. Esta, virou-se para Bonnie, furiosa e ameaçando congelá-la como fizera com os outros. Bonnie olhou para a destruição ao seu redor. Um dos barraqueiros estava congelado em posição de corrida, ao lado da barraca de camisetas, que estava igualmente congelada. As crianças foram as únicas que conseguiram escapar dos raios congelantes de Elsa, e não havia sinal da maioria, com exceção de Laranja, que estava se escondendo atrás do banheiro. Outras pessoas faziam o mesmo, por toda a parte, abaixadas e assustadas, atrás de barracas, embaixo de mesas e dentro de lixeiras. Outras tantas estavam congeladas nas mais diversas posições, desde corrida à defesa, muitas delas com as mãos diante do rosto. Nem mesmo os companheiros de Elsa, Wolfgang e Luna, escaparam de seu raio e, naquele momento, a menina reunia energia para lança-lo em Bonnie, que corajosamente permaneceu parada diante dela.

    – Por que está fazendo isso Elsa? – começou ela. – Sua irmã mesma disse que o carvão não era para você. Foi uma boa menina antes, por que não continua assim? – mas a menina lhe disse que odiava ser enganada e, por isso, todos deveriam pagar. – Mas está sendo tão injusta quanto acredita que o Papai Inverno foi – e apontou para as estátuas de gelo ao redor. – Essas pessoas não lhe fizeram mal algum, elas não merecem isso – mas Elsa argumentou que estava sendo justa ao se vingar de todos e não de pessoas específicas, todos receberiam a mesma proporção de sua fúria e isso para ela parecia bastante equilibrado. – Errado – rebateu Bonnie. – Ninguém merece ser punido dessa forma. As pessoas deveriam ser boas umas com as outras e se respeitarem. Não é questão de justiça ou equilíbrio, mas de bondade e respeito – falou, mas Elsa lhe disse que as pessoas só eram boas naquela época porque queriam presentes. – Pode até ser verdade, mas não deveria ser assim. Presentes não importam. O Winterfest é mais do que isso. É um dia especial que deveria unir a todos em espírito de paz, mas você está fazendo exatamente o oposto disso – Elsa não rebateu desta vez, apenas disse a Bonnie que se afastasse, ou seria congelada, mas Bonnie não recuou. – Não faça isso, Elsa. Você é melhor do que isso. Eu a conheço, sei que é uma boa menina e só está muito aborrecida, mas depois vai se arrepender do que fez e é melhor que seja agora. Isso não está certo. Você não quer machucar ninguém – Elsa pareceu um tanto confusa, deixando de lado grande parte de sua raiva.

    Bonnie tinha razão, ela não era realmente má e não queria machucar aquelas pessoas. Era impulsiva e acabava fazendo coisas erradas ou se alterando em seus momentos de fúria, mas ao olhar em volta, Elsa não gostou da visão que tinha. Não acreditava que havia feito tamanha maldade e aquele cenário a assombrava. Ela já fazia desaparecer a massa azul de energia que gerava para o raio, quando percebeu que Angie avançava para imobiliza-la, então toda sua fúria voltou. Elsa acreditou que Bonnie só dissera tudo aquilo para distrai-la, então chamou-a de mentirosa e lançou o raio contra Angie, congelando-a e já pronta para gerar outro raio para lançar contra Bonnie. No entanto, quando estava prestes a lança-lo, a energia sobre sua mão simplesmente se desfez, deixando-a muito confusa. Elsa tentou gerar uma nova massa, mas esta também desapareceu. Por fim a menina caiu no chão, sentido os poderes serem sugados. Bonnie correu até ela para certificar-se de que estava bem. Foi então que viu seus sobrinhos correrem em sua direção e eles estavam acompanhados do Papai Inverno, que cuidava de pegar de volta seus poderes, drenando-os de Elsa e fazendo-a voltar a ser uma criança normal. Um tanto decepcionada, Elsa sentou-se no chão, de cara emburrada, ouvindo Bonnie perguntar se não se machucara com a queda, ao mesmo tempo em que o Papai Inverno lhe dava uma bronca pelo que fizera.

    Como os poderes de Elsa foram removidos, ela não tinha mais controle sobre o gelo ao redor, que foi derretendo aos poucos, libertando os sims e voltando a fazer com que o festival se tornasse mais atrativo e seguro, de modo que os sims escondidos começaram a voltar, um tanto receosos. Elsa, Luna e Wolfgang ficaram aos cuidados de seus pais, que foram chamados ao local e chegaram o mais depressa possível, e do Papai Inverno, que além da repreensão, disse a eles que não mereciam nem mesmo carvões como presente e, portanto, quando distribuiu os presentes atrasados de todos que estavam no festival, não lhes deu coisa alguma. Bonnie também teve sua parcela de repreensão, direcionada a Angie, que não deveria ter tentado resolver o problema daquela forma, mas Angie lhe disse que sinceramente não acreditava que seu discurso funcionaria, e este era um dos motivos pelo qual nem quis abrir seu presente, dizendo que provavelmente ganhara um carvão naquele Winterfest. Comovida, Bonnie trocou seus presentes, dizendo que ganhar um carvão não era tão ruim, afinal diziam que ele servia para sugar energias negativas.

    – Ou você pode fazer um churrasco – brincou Angie, atraindo uma careta da amiga vegetariana.

    Observando o gesto de Bonnie e se lembrando do que ela lhes dissera sobre presentes, lá no Palácio De Gelo, Hugo olhou animado para seu próprio presente e depois para os três isolados que ainda recebiam broncas dos pais e do Papai Inverno. Então pegou o presente, levantando-se da mesa de piquenique e correu na direção deles, sendo observado com curiosidade por seus primos e sua irmã, que o viram ir até Luna e entregar a ela seu presente, deixando a garota muito alegre. Quentin e Carrie trocaram olhares e sorriram. Ganharam um único presente, bem grande, pois segundo o Papai Inverno, eles o usariam juntos, como sempre, além disso, um presente só era o bastante para equilibrar por suas tantas travessuras. Os dois pegaram o presente, cada um segurando um lado da fita, e correram até o trio, entregando seu presente para Wolfgang, que não só ficou muito contente, como elogiou-os por suas travessuras. Henrietta, observou-os muito incomodada. Olhou para seu presente, prestes a abri-lo, mas hesitando e olhando diretamente para Elsa, com quem se identificava na maioria das vezes e se perguntando se ela mesma seria capaz de se aborrecer daquela forma e decidindo que talvez sim, se vivesse nas mesmas circunstancias que Elsa. Pais muito ocupados e a irmã que sempre competia por bobagens. Então olhou para Bonnie, pensando na sorte que tinham por tê-la por perto quando seus pais não lhes davam atenção, ou para lhes contar histórias mágicas e leva-los a aventuras, então bufou, levantou-se e foi até Elsa, não só para dar-lhe seu presente, como também oferecendo sua amizade, e, embora tivesse ficado desconfiada no início, Elsa sorriu e aceitou, desejando que dentro da caixa tivesse algo que pudesse dividir com sua nova amiga, afinal Bonnie lhe fizera perceber o que era realmente importante.

    Fim.

    @pmattos e @So94 obrigada de novo por acompanharem mais essa historinha. Espero que tenham gostado desse curto mistério natalino :) Vcs sabem que são as melhores, né?! :P
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    pmattospmattos Posts: 4,389 Moderator
    Tinha que ter dedo do Wolfgang, aheuaheauhueaheuheah, mas me surpreendeu que Elsa fosse a mentora do plano todo!
    Claro que eu adorei, como sempre, a trama bem desenvolvida, as personagens envolventes, a escrita leve e divertida!
    Vou sentir saudade dessa turma e da cativante Bonnie. Até do mau humor da Angie! Huaheuaheuaheuaheuaheuaehhae
    Obrigada por esse conto de Natal Winterfest! <3
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    So94So94 Posts: 371 Member
    Adorei apesar de estes últimos dias ter demorado mais a ler. Esta fantantisco e os personagens são mt cativantes @LolitaDoMal . obrigada por dizer que somos as melhores espectadoras ahahha.
    Não esperava que Elsa fosse a mentora do plano ( Elsa filme frozen ahahha) CA para mimfoi por este motivo que passou aqui antes do natal a depressão Elsa ... Tudo devido a fúria dessa menina ahahah. Gostei imenso @LolitaDoMal e vou ficar a aguardar mais desta ou de outra historia. Não se esqueça de colocar o nosso nome sempre para recebermos notificação e irmos ler.
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